segunda-feira, 16 de junho de 2008

O Euro visto da Polónia - 5

Quero fugir à tentação de aplicar um "eu não vos disse?..." condescendente e fixar-me no que importa reter do nosso jogo contra a Suíça.

Jogamos mal, é verdade. Nani muito "jogador da bola" e pouco "futebolista", Miguel sem gás, Postiga só, Quaresma complicativo, Veloso distraído (United? Milan? Sporting?), pouco vinho português para desenjoar do chocolate suíço. Estes tiveram mais vontade de ganhar do que nós e não venham com a tese da descompressão e desmotivação porque se jogar uma partida do Europeu pela selecção do País não é razão suficiente para se sentir motivado... então não sei o que será preciso para motivar os jogadores. Mostraram que não podemos contar com eles em caso de necessidade e isso foi muito mau para eles, em primeiro lugar, depois para a própria equipa e treinador e em última instância para a massa adepta que precisa de ter um substituto à altura dum Deco ou Ronaldo desinspirados.

Há jogadores que realmente só rendem se espicaçados a partir do banco e Quaresma é um caso flagrante. Não me lembro do cigano ter jogado bem a titular da equipa das quinas, só depois de envenenado por estar sentadinho é que ele entra para partir a louça, à mustang.

E depois veio o que se esperava, o habitual rebuçadinho para a equipa da casa à imagem do jogo Áustria-Polónia. O penalti de Meira é uma invenção do tamanho da cabeçorra do vizinho amiguinho Konrad só comparável à respectiva falta de vista ao não ver duas reguadas dadas em Nani na 1ª parte e descobrir um fora-de-jogo no golo de Postiga. Scolari afirmou que "normalmente a vitória seria da Suíça", ele sabia mais que bem da gatunagem austríaca que estava encomendada. Faz-me lembrar o mundial de 2000 onde a Coréia foi descaradamente levada ao colo pelas arbitragens até à meia-final.

Por algum motivo esse campeonato do mundo não é recordado entre os adeptos, ninguém dele fala. Acredito que tal não se repetirá este ano e que tenhamos motivos para recordar com satisfação este Europeu, se os árbitros deixarem-se de patetices e se a Alemanha (para já) permitir.

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