quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Curto-circuito II

Para ajudar à festa, tenho uma amiga dinamarquesa que tem-se entretido a (tentar) ensinar-me algumas palavras no seu idioma. A confusão é agravada por haver palavras como Tak que significam "obrigado" em dinamarquês e "sim" em polaco. Se aprender polaco é difícil como espirrar de olhos abertos, creio que aprender dinamarquês é tão fácil como lamber o próprio cotovelo.

Senão experimentem dizer "pudim de frutos vermelhos com creme":

Rød grød med fløde

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Curto-circuito

É provável que o ritmo de publicação de novos artigos neste blogue abrande nos próximos dias. No espaço de dois dias o número de horas semanais de trabalho passou de 25 para 33, o que obriga-me a grande ginástica para ir de um ponto a outro da cidade e manter um hábito farense de que não abdico, o de almoçar em casa. Abro mão de um punhado de zlotys que poderia ganhar nessas 3 horinhas mas ganho em qualidade de vida, sopinhas e descanso. Para quem começa o dia de trabalho às 7 da matina e muitas vezes só o termina às 21:00 estes momentos domésticos fazem toda a diferença entre uma pessoa sorridente e disponível para o trabalho e um algarvio casmurro e marrão desejando desatar à pazada com todos. Levar o dia inteiro constantemente a mudar entre inglês, português e polaco dá cabo da marmita a qualquer um!

Portanto desculpem-me a eventual distância entre as postas mas um gajo não é de ferro e o meu sofá é muito confortável.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

And the Oscar goes (not) to...

Havia grande expectativa na Polónia em relação à noite de Oscares deste ano. O filme polaco Katyń concorria para a categoria de melhor filme estrangeiro e era consensual a idéia de que poderia mesmo arrecadar o prémio.

Agora todos sabemos que o galardoado não foi o filme polaco e as reacções não se fizeram esperar. Desde a atribuição do insucesso às "americanices" dos juízes, passando pela pouca curiosidade despertada no mercado externo, até ao melindre do tema do filme (Katyń narra o massacre infligido pelo Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial a oficiais e intlectuais polacos na floresta com o mesmo nome), diversas explicações foram dadas para a preferência da Academia por outra película.

Na minha opinião a melhor justificação foi dada por um senhor polaco de voz áspera e feições rudes que vi na TVP1. Dizia ele:
"Se o Katyń fosse protagonizado pelo Robert DeNiro tinha ganho o Oscar"

Não sei porque ainda não vi o filme, aguardo edição em DVD devidamente legendada pelo menos em inglês, mas não me surpreende que esse tenha sido um critério de exclusão.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

73-51, macanudo!

Finalmente acabei de comer! Passei uma tarde completa na mamagem, sempre a enfardar entulho para comemorar o aniversário do Pan Krupa (sr. Krupa), estimado pai da minha Maria, que até faz anos no mesmo dia do meu, ele que é protagonista da "posta" de hoje. A famelga compareceu em peso para testemunhar o desfile de comida que parecia não acabar mais, à boa maneira silesiana. Após alguns 6 discos de charcutarias e doces lá me sentei ao pc para contar-vos a última moda dos condutores polacos: O rádio CB.

Seria o início da década de 80 e na minha casa tínhamos alta aparelhagem de rádio-amador para onde o meu pai comunicava a partir da barra móvel (carro). Eram os primórdios das comunicações móveis / chat rooms - 15 anos antes do mIRC (bons tempos, mano grande!), 20 anos antes da banalização dos telemóveis e 30 anos antes do MSN - que criaram uma grande comunidade de utilizadores. Nas frequentes viagens entre Faro e o Estoril passava-se o tempo a abordar os condutores que tivéssem a inconfundível antena no carro com as perguntas circunstanciais do costume. Qual a origem, qual o destino, qual o equipamento, boa viagem. Devo dizer que esse prazer de comunicar através do rádio-amador nunca foi apreciado pela minha vizinhança pois a nossa antena de casa mandava um sinal tão poderoso que interferia com as primitivas emissões da RTP, fazendo com que todo o bairro ouvisse as nossas conversas em vez de assistirem à Escrava Isaura em paz e sossego. Ainda ia levando umas punhadas de vizinhos enfurecidos por causa do CB intruso, eu que era muito novinho para interessar-me pelo assunto.

Parece que é moda agora na Polónia. Contei à volta de uma dúzia de carros equipados com CB no caminho de Varsóvia a Tychy e já apontei alguns a circular na capital. Agora vejo o aspecto estranho, algures entre o tuning-suburbia e o chungoso com que os automóveis ficam depois de guarnecidos com a aparatosa antena e concluo que se juntarmos esta imagem às calças de bombazine boca-de-sino, cabelo à "Beatle"e o papel de parede que se usavam na altura, tudo isto com a voz da Adelaide Ferreira em pano de fundo... Muito foleiros éramos nós nessa era q:D

ps - Peguei no que sobrou deste infeliz episódio e inventei uma solução. Passei-os por ovo, farinha e pão ralado, joguei-os para o óleo fervente, salpiquei-os com limanito e servi os restantes filetes de peixe-gato panados como manda a sapatilha. Um homem encodilhado é pior que uma mulher grávida.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cantando e rindo

À medida que os dias vão correndo sinto que a minha adaptação a este país é cada melhor. Há coisas que faziam-me a maior confusão ao início e que agora encaro com a maior das naturalidades, como seja o facto de não se cumprimentar as meninas com beijinhos. É sinal de grande atrevimento saudar raparigas ou senhoras casadas com os tradicionais beijos na face, o aperto de mão é o gesto indicado para qualquer circunstância. Apenas em cerimónias familiares é permitido beijar a mulher da família, mesmo assim de forma diferente à nossa; 1 beijo apenas, se for um cumprimento informal à irmã ou cunhada, ou 3 beijos no caso da avó ou da mãe para demonstrar maior respeito e consideração. Às vezes é-me apresentado cada avião que tenho de usar o ABS hormonal para controlar o latino que há em mim e estender a mão num circunspecto cumprimento, procurando evitar embaraçosos desvios no percurso até à mão da polaca apresentada.

Outra coisa que ao início batia mal no meu sistema era o cinzentismo dos dias. No entanto vai-se notando mais tempo de claridade e agora o sol despede-se de nós já depois das 17:00, o que permite que haja luz no céu até perto das 18:00. É uma diferença significativa dos idos de Dezembro em que às 16:30 a escuridão era total e acentuava a depressão que cada um de nós sentia. Hoje não me apoquenta a falta de luz nem o fedor a kebabs ultragordurosas (vulgo, sandes gregas para os nativos de Faro) com que tenho de confrontar-me sempre que saio na estação Centrum do Metro. Não me ralo com os inúmeros alcoólicos inertes que quase sacudo a pontapé para poder andar nas passagens subterrâneas da cidade, eles também não me fazem mal nenhum. Laissez faire, laissez passer.

Mando literalmente às urtigas a lei idiota que obriga o peão a cumprir o sinal vermelho até ao fim em absoluta imobilidade. Se não vem carro nenhum porque cargas de diabos não hei de atravessar a rua? Dizem que poderei ser multado mas que se lixe, eles deviam era de preocupar-se com a falta de civismo dos condutores que não respeitam uma única passadeira. Eu já pensei em fazer valer os meus direitos de pedestre e arriscar atravessar sem esperar que a minha prioridade seja respeitada. Claro, arrisco também a levar uma palhaça e ficar feito num oito mas a indemnização devida pela consequente acção judicial não é pequena. Começo a pensar se um braço partido não justificará umas semanas de férias e um bolo no banco...

Mas as aulas de polaco já começaram e já sei pedir o batom para o cieiro que me atormenta. As deliciosas Bolas de Berlim com chocolate não são mais inacessíveis. Avizinha-se uma reunião da comunidade portuguesa e já paira no ar o cheiro dum Cozido especialmente confeccionado para a ocasião (por falar nisso, tenho de lembrar-me e pedir à minha mãe que me mande um quilo de farinha de milho e umas linguiças para fazer um xarém à varsoviana). Profissionalmente a coisa está bem melhor pois a reputação vai-se criando e o retorno tão desejado vai começando a surgir. A boa onda é de tal forma abrangente que até a secção de trânsito da câmara municipal decidiu iniciar as tão desejadas obras de beneficiação do pavimento da minha rua e vão tratar de alcatifar aquela que é a maior rua da Polónia. Menos solavancos perto de casa.

Como se não bastásse de coisas boas, as equipas portuguesas mais representativas da minha realidade deram-me uma grande alegria. O meu Sporting porque deu 3 batatas e mandou passar o campo numa demonstração de qualidade que eu há muito não via, o Benfica (oportunidade única para ver este nome escrito por mim com maiúscula) fez-me vibrar com a qualificação e deu-me motivos para sorrir. Pelos meus amigos encarnados, que decerto não ganharam para o tabaco e unhas, e pela forma como foi conseguida essa mesma qualificação. Foi o "Benfica à Benfica" que o meu presidente preferido glosou e que reflectiu-se na perfeição no jogo em Nuremberga: Erros de infantis atrás, sorte do caraças à frente. Mas passou e eu fico contente.

Sábado tenho festa de aniversário do pai da Iza (curiosamente, o pai dela faz anos no mesmo dia do meu) e já me cheira a comidinha caseira. Vida de emigrau não é assim tão mau.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vade retro, sousatavares

Ao contrário do que a minha condição de Farense impõe, não sou daqueles que detesta Olhão, o Olhanense e os "fis d'Ólhão". Tenhos bons amigos em Olhão, apreciei bastante o trabalho patente no "Floripes", fiz sempre grandes jogos no Padinha (joguei um no Arcanjo e não correu muito bem...) e pelo-me por uma mariscada no Pratas ou no Amador.

Por isso quase caí da cadeira quando vi esta infame notícia.

Se ele dissésse isso do meu clube metia-me num avião e encarregava-me eu próprio de limpar o sarampo a esse antialgarvista primário.

Era o que faltava, o Algarve na boca suja desse gajo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mini Metro

Daqui por um mês vou receber a visita de alguns "muninos", amigos de Faro que passarão em Varsóvia alguns dias antes de abalarem para Cracóvia onde terminarão o périplo polaco com uma night como só aquela cidade sabe proporcionar. Fui destacado para arranjar alojamento ao Cachola, Sena e respectiva namorada e a preocupação é instalá-los perto do metropolitano, pois apesar de terem carro para deslocarem-se é de evitar a todo o custo conduzir na capital da Polónia em nome da sanidade mental.

O Metro é o melhor meio de transporte de Varsóvia. Não tem engarrafamentos, não se gasta combustível, não atrasa, não polui, não é lento e não é muito concorrido nas horas em que preciso dele. O seu grande problema é ser demasiado pequeno.

A linha de metropolitano de Varsóvia consiste numa linha* que percorre a margem Oeste do Vístula de Norte a Sul por 21 estações. Numa cidade cuja área metropolitana alberga mais de 2 milhões de pessoas, este meio de transporte é importante mas insuficiente para mobilizar a população. Existe uma grande deficiência na rede rodoviária da cidade em termos de qualidade das ruas e de circulação dos transportes públicos, pessoas acotovelam-se para ganhar centimetros nas filas de autocarros e elétricos. Eu não contribuo para esse peditório e apanho tranquilamente a próxima carruagem do metro se a actual vier apinhada, para stresses já bem basta o Sporting.

Esta rede de transporte foi idelizada pela primeira vez em 1918 mas só 20 anos depois começaram os trabalhos de escavações e tunelagem. Infelizmente a II Guerra Mundial estalou e os planos foram anulados. Após o final da guerra, os engenheiros quiseram recuperar os projectos de implementação da rede do metro mas as autoridades comunistas idealizavam uma nova Varsóvia ao longo do rio onde esses projectos não cabiam. Porém haveria de ser outra guerra, a Guerra Fria, que daria novo impulso às obras do Metro dada a necessidade de transporte de tropas por meio seguro, secreto e o mais profundo possível. Depois da morte de Estalin retomaram-se os trabalhos mas a ritmo muito lento devido à má situação económica, planeamento errado e burocracia pesada. Só em 1984 o programa foi aprovado e 11 anos depois a linha foi inaugurada. Os trabalhos progrediram à estonteante razão de 2 metros / dia e ligaram o Centro de Varsóvia a Mokotów, distrito populoso do sul da cidade onde, curiosamente, resido.

Hoje ainda se planifica a expansão da linha de Metro. 4 estações serão inauguradas este ano e a extensão para a margem Leste do Vístula (2ª linha) tem 2011 como ano de inauguração. Previsões mais realistas afastam essa possibilidade para 2014, o que irá contrariar as expectativas que faziam do Metro o transporte ideal para o novo Estádio Nacional, a ser construído no distrito de Praga, margem Leste.

Eu tive imensa sorte ao ter encontrado um belo apartamento situado a 2 minutos a pé da estação Wilanowska e espero que os "muninos" também não fiquem muito deslocados. Há muita cerveja para beber e os regressos a casa querem-se curtos. Entretanto convido-vos a uma viagem desde casa até aos subúrbios Norte de Varsóvia.

Zapraszam do Metra.







* A única linha existente é a desenhada a vermelho, todas as outras são projecções.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Preguicite aguda

Descobri esta brincadeira da Rádio Comercial e decidi fazer o teste. Deu nisto. Trinidad & Tobago, a selecção do "Tá-se bem!" q:D




Além disso, o dia dos namorados, a taça UEFA, muito trabalho durante a semana que foi um bocado monótona. Para desenjoar, um sábado de absoluto ripanço e um serão de Football Manager 2008 porque há hábitos que nunca mudam.

Pois é, eu bem queria dar uma voltinha este fim-de-semana, mas vocês já viram as previsões do tempo? Ainda por cima lembrou-se de carregar um vento chato, só apetece sair à luz do sol. Amanhã logo vejo isso, agora tô curtindo a preguiça no quentinho do sofá e a gostar cada vez mais da Gwyneth Paltrow.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ser Português

A tourada é um espectáculo controverso que não gera opiniões consensuais. Mesmo numa família existem opiniões divergentes, como no meu caso: O meu pai é aficionado ferrenho por ser antigo praticante, eu não acho piada nenhuma àquela treta e até aplaudo uma cornada bem aplicada num desses agentes de tortura apodados de "toureiros".

Uma coisa, porém, aprecio na tourada. A valentia dos forcados, unicamente existentes na "Corrida à Portuguesa". Admiro a coragem daquele grupo de homens que enfrentam uma massa de 500 e tal quilos em corrida na sua direcção, sem fugir, olhando o animal nos olhos e encaixando o golpe. Demonstra "colhões pretos", nem todos os homens - eu, decididamente - teriam estofo para tal.

Há dias chegou-me à caixa um mail com esta filmagem que calou-me fundo. Lembro-me de ouvir na escola que, em tempos, todos os portugueses foram como este filme demonstra. Bravos, solidários, guerreiros. Homenageio, aqui e assim, todos os portugueses que elevam o nome da sua Pátria com gestos singulares por este mundo fora. Todos os que assombram a estranja com as suas/nossas capacidades e qualidades. Todos os valorosos que ousam combater a normalidade. Todos os que engrandecem a nossa história com episódios de sucesso. Todos os que apanham o touro pelos cornos.

Afinal, cá ou lá, somos todos um só Portugal.

ps - Obrigado, Podengo. Grande pedaço de País que me enviaste.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Pexéi?!

Peixe seco, fumado, amarelado, embalado. Arenques, salmões e peixes de água doce.


Um dia destes lembrei-me de comprar peixe para desenjoar da carne e a Iza disse-me que a mãe costuma cozinhar panga. Satisfazendo a minha vontade com a sugestão dela comprei um pacote de filetes congelados de pangas e cozi-os com a bela da batatinha e ovo. Refastelei-me no sofá em frente ao telejornal da TVN24 e ataquei o pxum que cheirava a pescadinha cozida.

À primeira garfada ia-me batendo à porta o amigo Gregório, companheiro assíduo de cadelas estudantis e afins. "Mas que merda de peixe vem a ser este?!? Isto parece gelatina!". Borrifei-me imediatamente naquele lixo marinho e guglei (existirá este verbo?) através do nome em polaco.

Tradução: Peixe-Gato

Nunca mais como peixe neste país.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Vá vício

... e como montei o dvd/home cinema que os pais da Iza compraram ele autorizaram-nos a trazer o leitor de dvd deles para Varsóvia que até lê DivX. Ganda puxanço que vai ser agora, punhão! Finalmente posso ver os filmes que quiser quando quiser.

E vou já ver o Floripes.

(esse momento será patrocinado pelos estimados compadres blogoalgarvios)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Retalhos da vida dum Algarvio - Parte 5

Este fim-de-semana vim a Tychy pela primeira vez no ano. É sempre bom rever esta gente tão simpática e acolhedora, tão bom que ao entrar na casa sempre bem cheirosa da família Krupa esqueço-me imediatamente do suplício que é fazer os 320km que separam Varsóvia desta cidade do sul da Polónia. O problema não é a distância propriamente dita, é mais as condições em que essa distância é percorrida.

A Polónia não tem auto-estradas de jeito, esse é um facto de que os próprios polacos se envergonham e não têm pejo em admitir que é inadmissível a sua capital não ter nenhuma das entradas servidas por auto-estradas. Aliás, no "distrito" de Varsóvia simplesmente elas não existem. Custa conceber mais de 300 km por estradas permanentemente interrompidas por semáforos, atravessando pequenas localidades ou grandes, como Częstochowa onde apanho sempre brutais engarrafamentos. As inversões de marcha são armadilhas constantes para as quais temos de estar em permanente alerta bem como um eventual autocarro que pode muito bem decidir mudar de direcção sem prévio aviso, vulgo pisca-pisca.
Um país com uma área três vezes superior e uma população quatro vezes maior que Portugal tem uma rede se estradas muito má para as suas exigências. O crescimento económico da Polónia (+ de 6% em 2007) não tem tradução na criação e desenvolvimento da sua rede viária, cujas autoestradas foram construídas a partir das estradas iniciadas pelos governantes da Alemanha nazi. Para dar uma idéia, apenas 346 km de estrada na Polónia cumprem os critérios da UE.

A A1 é suposto ligar o norte da Polónia ao sul, desde a cidade portuária de Gdańsk até à fronteira checa em Gorzyczki. Dos 582 km planificados existem apenas 42 construídos desde 1978 e que não podem ser considerados autoestrada por terem cruzamentos de nível. Percorro 4 desses 42 km entre Tychy e Varsóvia e não são nada de especial, ao nível dum qualquer IC português. Esta estrada fará parte da Estrada Internacional Europeia E75 que ligará Vardø, na Noruega, a Sitia, na ilha mediterrânica de Creta. Prevista conclusão em 2010 mas as opiniões mais sensatas apontam para 2013.
A A2 cortará a Polónia em duas metades horizontalmente, começando na fronteira alemã e prolongando-se por 610km até Terespol que faz fronteira com Brest, na Bielorrúsia, e será parte da E30 que estende-se desde a cidade portuária de Cork, na Irlanda, até à siberiana Samara. Aqui já existem 250km disponíveis desde 2006 distribuídos perto de Poznań e Łódż, sendo que o troço até Varsóvia será começado este ano.
A A4 foi a que utilizei ao entrar na Polónia e por ora vai desde a fronteira alemã de Gorlitz até Cracóvia. Quando concluída, em 2012, prolongar-se-á até à Ucrânia e completará a E40 fazendo ligação entre a cidade francesa de Calais e Rostov-na-Donu, na Rússia. Esta é bem boa e dá um jeitão para apanhar bezanas em Cracóvia, é sempre a direito! Podemos vê-la na imagem aqui à esquerda.

E é o que há! De resto, é um castigo ter de ir a qualquer lugar, mesmo curtas deslocações tornam-se maçadoras devido à má qualidade do piso. Com os solavancos da viagem consegui perder a placa da matrícula que estava na frente do carro e nem sei se não terá sido mesmo em Varsóvia. A capital tem ruas com tantos buracos que nem o mais temerário condutor de carros de bestas atrave-se a circular a mais de 10 passos/hora. Palpita-me água pela barba ao pessoal que queria vir cá assistir ao vivo ao Euro2012, e sabendo que eles estão mais atrasados que os vizinhos polacos, nem quero imaginar como será o cenário na Ucrânia!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Portugal - Itália

Petit - De Rossi
Maniche - Pirlo
Bruno Alves - Cannavaro
Jorge Ribeiro - Grosso
Nani - Di Natale
Makukula - Toni
Ricardo - Amelia (?!?)

... e fé no Ronaldo.

Saímos da Geração de Ouro para a Idade do Cobre. E o pior é que o que vem a seguir não augura nada de positivo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Se Misha não vai à montanha...

Aprender polaco não é vida fácil. Apesar de ter namorada polaca e estar rodeado da linguagem, a exposição constante à língua polaca não me habituou tanto quanto eu esperava. É um idioma cheio de particularidades e tem mais truques que o Cristiano Ronaldo em dia sim, não dá para ser auto-didacta. Para vos dar um exemplo:

Minha namorada: Moja dziewczyna / És a minha namorada: Jestes moją dziewczyną
Varsóvia: Warszawa / Não sou de Varsóvia: Nie jestem z Warszawie

O polaco não tem artigos (definidos ou indefinidos), em vez disso declinam o final da palavra consoante o caso. Caso possessivo, caso nominativo, casos do caraças que partem a cabeça ao comum dos europeus. Sáo sete casos diferentes e cada declinação obedece à forma como a palavra acaba.

Golo do Thierry Henry: Bramka Thierry'ego Henry'ego
Rua do General Patton: Ulica Generala Pattona

Apesar de querer efectivamente aprender polaco sempre tive problemas com os horários disponíveis pois as horas que propuseram-me estavam sempre ocupadas com a minhas ocupações. Hoje tive um prémio pela perseverança: Há uma escola que disponibiliza-me um professor para vir à minha ensinar-me polaco. Nem me ralei com os preços, só o facto de não ter de sair de casa e perder horas em transportes para cá e para lá permite-me que prepare o meu trabalho com mais tempo, logo, com mais qualidade.

Já passei ao lado de belas oportunidades de trabalho por não saber falar polaco, essa mamagem vai acabar!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

E pronto...

Era previsível, calculada, até um pouco esperada mas nunca totalmente aguardada. A distância agudiza a impotência já de si muito presente. Resta a memória do carinho e disponibilidade nunca ausentes, das picardias naturais entre um pequeno sportinguista e um benfiquista batido e dos pequenos-almoços quando a Bijou ainda não era uma casa de máquinas.

Ao menos consegui vê-lo quando estive em Faro, há dias. A Natureza deu-nos essa benesse.

Boa viagem, avô. Quando lá chegares dá um beijinho à Laurinha por mim.