quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Em Paris não tenho sido feliz

Igreja de Sto. Eustáquio Ao quinto dia, ele descansou, tirou o dia para fazer vida de turista (forçado), meteu-se no metro e debandou o centro da cidade. Foi em busca de distração, de entretenha, cansado - imagine-se! - de jogar Football Manager, farto de estar numa zona de arrabaldes onde a única atração são os restaurantes do Maghreb e os de fast-food. O homem marafou-se, gritou "à moi, Paris!" e atirou-se para a frente.

Les Halles, a Praça dos Vosges, o palácio da Bolsa, a igreja de Sto. Eustáquio e os jardins circundantes foram o palco de um almoço de take-away, uma massa de três queijos ingerida sob um agradável sol Massa de 3 queijosparisiense. Abro aqui um parêntises nesta crónica de desgraças para louvar o bom tempo que tem feito no 75 e que tem apaziguado a minha impaciência, não imagino o que podia ser de mim se estivesse a chover  ou se fizesse frio. O sol convidou um simpático número de pessoas a estenderem-se no verde e a desfrutarem daqueles que possivelmente serão os últimos raios de calor do ano. O mosaico social que é a França nota-se bem por esta amostra, negros, asiáticos, indianos, brancos e árabes partilham a mesma relva e o mesmo sol, novos e velhos, sujos e lavados. Aqui ninguém olha de esguelha, não cheira a tensão nem há aquela poalha combustível que parece pegar fogo a qualquer momento, até os pombos passeiam tranquilamente a um palmo dos meus pés.

Bolsa Paris é uma cidade na qual não ponho em causa a história nem a beleza, é um lugar de raro esplendor e majestade mas apesar de todos estes predicados continua a ser uma terra que não me arrebata nem me consegue convencer, falta qualquer coisa, um je ne sais quoi que me faça gostar disto. Talvez falte juntar-me à partida de futebol que aqueles meninos estão a disputar ali em torno da escultura esquisita, isto já deve ser síndroma de abstinência.

Escultura esquisita

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Em Paris nunca fui feliz

Yin Yang E ao quarto dia eis que dos céus cai a graça – a viatura estará reparada e pronta a utilizar na quinta-feira à tarde. Após uma paciente e quase infinita espera, depois de milhentos mal-entendidos e falhas de comunicação entre garagem e seguradora, seguradora e segurado, garagem e segurado e o diabo a quatro, ao fim de me ter crescido um barbalhão que lembra os mineiros chilenos e de ter de lavar peças de roupa interior numa lavandaria automática, filme que nunca esperei ter de protagonizar ainda por cima a pouco tempo de completar quarenta anos, finalmente a Mercedes telefona e garante-me o uso do automóvel a partir da tarde de depois de amanhã, pese todo o meu ceticismo e falta de crença na precisão do veredito.

Entretanto algumas considerações que fui tirando nestas férias forçadas:

  • Não é difícil perceber os tumultos que ocorreram em 2005 em Paris, nos arredores da capital francesa e noutras cidades do país. Os sem-abrigo disputam áreas à porta das estações de comboio, há centenas de árabes que apertam os peões com as suas bancas onde assam maçarocas de milho, outros que vendem maços de tabaco supostamente contrabandeados, também africanos que vendem bilhetes de transporte público com o preço inflacionado às pessoas que não querem perder tempo de espera nas máquinas de venda. Um cocktail de nacionalidades e culturas diferentes que roçam ombros uns com os outros no metropolitano, olham-se de lado, atmosfera crispada, ambiente pesado;
  • A nouvelle cuisine pode ser chique e ter algum critério nutricional mas é uma grande bosta na relação preço-satisfação. Os olhos regalam-se mais do que o estômago mas é este último que interessa saciar, eu olho para o rabo de uma bumba (e se as há de topo nesta terra!) e fico contente mas não é a olhar para um minúsculo mil-folhas de trufas com dois riscos de molho de carne a €35.00 que mato a grisa. O KFC e o McDonald’s do outro lado da rua e uma casa de kebabs na porta a seguir do hotel acenam-me com alegres menus hipercalóricos de prazer garantido mas tenho sabido resistir e tenho procurado comida saudável;
  • A língua francesa é a coisa mais irritante de ouvir a seguir ao soluçante e histérico narrador José Augusto Marques. Soa a crioulo ou a abichanado conforme a origem do emissor, tem coisas que não se parecem a latim, nem a grego, nem a anglo-saxão. Perdeu para o inglês todo o peso estratégico que tinha e vive das memórias do tempo em que era o idioma oficial da nobreza europeia.

Mas tem sido uma experiência tremenda no plano do meu equilíbrio, acho que afinei os níveis de yin e yang como nunca.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Em Paris não sou feliz

Ideia:

Levar o carro de um amigo de Faro para Varsóvia. Nada de especial, uma viagem que se repete pela terceira vez, percursos conhecidos, pausas escolhidas, pousos apontados.

Plano inicial:

Faro – Sevilha – Salamanca – Valladolid – Burgos – Vitoria – Bilbao – S. Sebastian – Bordéus – Poitiers – Tours – Paris – Mons – Charleroi – Aachen – Colónia – Dortmunnd – Wuppertal - Hannover – Potsdam – Poznań – Varsóvia.

Incidente (às 17:30 de sexta-feira):

Quebra da correia do alternador à saída de Paris com a imediata interrupção do fornecimento de energia elétrica ao automóvel, falência de todo o sistema elétrico, faróis, rádio, vidros. Paragem da ventoinha de refrigeração do motor implicando a imobilização imediata da viatura para evitar sobreaquecimento do mesmo.

Rescaldo:

Chamar um reboque, negociar com a seguradora, dialogar com os funcionários da empresa de reboque num francês que não é posto à prova há quase dez anos, enfrentar um fim de semana inteiro a coçar a micose (na França as oficinas encerram sábado e domingo), negociar com a seguradora a questão do alojamento enquanto a viatura é reparada.

Procedimento:

Viatura entregue à assistência da Mercedes, diagnóstico realizado, composição duma avaliação financeira da reparação que será efetuada após concordância do proprietário – eu, por delegação de poderes.

Ponto atual:

Secagem há 72 horas (mais 48 no projeto) no hotel Ibis do 18º bairro de Paris porque os idiotas da Mercedes em Paris esqueceram-se de me comunicar essa avaliação (entretanto a seguradora estava à espera que eu dissesse se concordava com o orçamento ou não), crescimento exponencial da antipatia que eu já tinha por Paris em função da seca que ando a apanhar e que saiu reforçada depois de, na tentativa de me distrair, ter encontrado o cafezinho do Sr. António perto da estação de S. Lázaro, ter-me sentado para ver o Sporting e ter saído de lá capaz de puxar fogo à cidade com os nervos do jogo que se acumularam à raiva da seca.

Plano futuro:

Reunir a pouca paciência que ainda me resta e consumir as 36 ou 48 horas que faltam até o automóvel estar pronto para circular, engolir com a resignação inevitável os 1600km que separam a minha localização atual do meu sofá no sul de Varsóvia, abraçar a Ewa quando lá chegar, abrir uma lata de cerveja e pôr uma cruz definitiva em Paris.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um homem (que é homem) não pede informações ou A Caminho da Polónia vai um Carro sem Trambolhões

St Jean de Luz Os homens são seres extraordinários numa série de coisas. Vê-se um homem sem orientação ou perdido? Claro que não! Cada um de nós tem uma bússola interna que aponta o rumo desejado com infalibilidade, nunca há necessidade de pedir informações, que diabo!, e mesmo que haja uma hesitação o homem acaba sempre por encontrar a rua ou o caminho pretendido. Um homem nunca perde a noção de onde está, para onde vai e como há-de ir lá ter, rege-se por um impulso que vem de dentro e que o empurra para a direção certa, um magnetismo que o atrai ao pólo que ele quer e que o chama aos destino. Homem que é homem não se perde até porque todos os caminhos vão dar a Roma.

O homem que vos escreve não vai a caminho de Roma e muito menos a caminho da Califórnia até porque o carro não vai aos trambolhões. Vai certo e afinado a caminho de Varsóvia carregado de saudades e utilidades, constante e seguro, mesmo depois da partida que o GPS pregou: O aparelho que indica os atalhos, hotéis, restaurantes e outros desvios importantes ao curso principal, por alguma razão que me falha,  não reconhece o sinal de satélite e tornou-se numa ferramenta dispensável, muda e inútil. Outro pessoa fosse e metia-me em bombas de gasolina espremendo opiniões e indicações, investindo em guias turísticos e abordando camionistas, mas sendo eu um homem como quase todos e sendo esta a terceira vez que percorro a mesma rota já consigo balizar o caminho e aproar o automóvel na estrada certa, ainda que com algumas dúvidas no momento de decidir entre escolher Zamora ou Valladolid, decisão tenaz tomada com a certeza de quem tem um astrolábio intestino, decisão valente a honrar a memória dos navegadores lusitanos que se aventuravam no oceano infinito sabendo de onde partiam mas desonhecendo onde e quando iriam chegar, dúvidas que aumentarão quando entrar na Alemanha porque o plano é Aachen, Wuppertal, Hannover, Potsdam mas se as autoestradas se trocaram ou se estão em obras então temos a burra nas couves. Mas sempre tranquilo e com a aparente serenidade de quem conhece os terrenos que está a pisar, homem que é homem não pede informações na estrada. Era só o que faltava!

Mapa? Ó meu caro leitor, não brinque com isto! Já meti na cabeça que vou estacionar em Ursynów sem ter de recorrer a essas coisas, vou levarTours o meu barco a bom porto nem que tenha de adiar por algumas horas o visto de chegada. Afinal, ainda consegui almoçar um Franguinho à Basca junto à praia da baía de St Jean de Luz, seguindo a sugestão de uma amiga, e encontrei um belíssimo hotel gótico na bonita cidade de Tours, onde alegadamente se fala melhor francês no mundo. Portanto, e se o oriente não me falhar, hei-de dar com as referências que procuro ao longo da estrada, desde que se aguente o instinto e a gana de chegar.

Não tenho GPS? Isso é uma coisa que não me assiste…

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

(Eu tenho) Dois Amores

A minha Ria E de repente o vento e a chuva, a humidade e a baixa de temperatura. O sol de verão morno parece ter medo destes brutamontes climáticos e escondeu-se atrás das nuvens à espera que os rufias desapareçam de cena. Entretanto já a minha garganta pagou por isso: Tosse matinal agravada por um cigarro nervoso chupado enquanto assistia às diatribes do meu clube. É um sinal inequívoco que o (meu) verão está a dar as últimas.

Um mês depois de ter voltado a Faro é época de saudar amigos e parentes, dar um “até dezembro” aos que cá deixo e preparar a viagem rodoviária (a terceira no currículo) até Varsóvia, escolher objetos que fazem lá falta, triagem larga porque, felizmente, larga é a bagageira do carro. Azeite, cds, lembranças, chouriços e uma cataplana entre outros itens fazem parte do espólio a transportar para a Europa eslava, cozinhados algarvios que se querem mais frequentes naquele fogão em Natolin. Os últimos mergulhos atlânticos são queimados, os últimos banhos de sol apanhados, não há bem que sempre dure.

À medida que o tempo passa vou afinando azimute e diapasão para o cenário diferente da Cidade Capital, outro discurso e outra postura,Cidade Capital asfalto em vez de areia, vodca em vez de minis, neve em vez de sol, prédios em vez de dunas. Assim são os meus fins de verão desde há quatro anos, sempre a lamentar o que cá fica e não posso levar comigo, a saborear o que dancei, aqueles que abracei e com enorme expetativa no que D. Varsóvia preparou para mim durante a minha ausência. Sempre curioso, sempre entusiasmado, sempre pronto para o que der e vier.

Sempre dividido, afinal, entre os meus dois amores: a Ria e Varsóvia.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Haja peixe para assar!

Almocinho - o antes e o depois

É inquestionável que os portugueses andam tristes, deprimidos, com pouca esperança no dia de amanhã. Os políticos não lhes inspiram confiança, pedem-lhes mais sacrifícios enquanto nomeia mais acessores e motoristas, cortam-lhes salários e subsídios mas não abdicam de pensões vitalícias, despedem-nos sem olhar a critérios.

Portugal atravessa uma situção de tal baixa autoestima como eu nunca vi, total falta de perspetiva, de ânimo, de vontade. Durante a vida inteira ouviram os governantes dizer que tudo ficaria melhor depois de os portugueses apertarem o cinto, que era só mais desta vez, que finalmente íamos sair da crise. Tudo mentira, a classe política engordou os bolsos da banca, a banca engordou os bolsos dos seus aministradores e quem emagreceu foi o povo, burlado e enganado por um grupo de pulhas sem escrúpulos teoricamente seus pares.

Os portugueses são (não) merecem ter um país regulado por piloto automático segundo os memorandos da tríade (significa troika em português), merecem ser governados por gente honesta e idónea, gente que se preocupa com as pessoas e com os problemas delas, que trabalha para solucionar as questões que acontecem, melhorar a qualidade de vida de todo o país.

Mas Portugal não tem tradições de políticos sérios nem de gestores verticais, a manha e chico-espertice tomou conta de todos os setores da sociedade portuguesa, está tudo inquinada, corroído, nada se safa e é um salve-se quem puder. Eu estou a uma semana de voltar a Varsóvia e a imagem que levo é que os meus amigos estão mais tristes do que estavam há um ano e que no próximo ano estarão mais tristes do que hoje. Andam todos maastricht com a vida que lhes tem sido imposta e eu não fico contente com o que vejo, com pena e alguma apreensão.

Valha-nos, a nós algarvios, um sol que regenera e um alguidar de peixe fresco para encarar as dificuldades. Este inverno vai ser muito longo e a contagem decrescente já começou.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Retalhos da vida de um Algarvio - 17

Paragem em Varsóvia Andar de autocarro. Eis uma coisa que faço com frequência em Varsóvia e quase nunca em Faro. Devia ser ao contrário, usar mais o automóvel para percorrer as extensas distâncias que separam qualquer ponto na Cidade Capital e recorrer aos transportes públicos para andar nas ruinhas de Faro, estreitas e curtas, onde o que queremos visitar nunca ficam a mais de dez minutos a pé de onde estamos. Mas não é assim, é bem mais complicado e eu explico porquê.

Quando em Varsóvia eu quero ir, digamos, da minha casa para o Jardim Zoológico eu vou à página da companhia de transportes urbanos daOLYMPUS DIGITAL CAMERA         cidade, vejo qual é o nome da paragem mais próxima do meu destino, o número dos autocarros que lá param e traço a minha rota conforme as ligações e interseções das carreiras, saio da minha casa e na paragem em frente estão afixados os números dos autocarros e os horários de cada um deles, pontuais e credíveis.

Agora que não tenho carro e que o (único!!) barco que faz a carreira Faro-Praia está avariado, sobra o autocarro para me transportar... Mas apanhar a camioneta não é pêra doce! Onde estão as paragens? E depois de ter descoberto uma paragem, se podemos chamar aquelas estruturas de metal ferrugento e vestígios de taipais plásticos de paragem, que autocarros param lá? Em Faro muitas paragens de autocarro não se sabe onde estão e outras existem mas não estão identificadas como tal. Há  também paragens sem horários nem indicações das carreiras que servem. Ou seja, quem quer viajar de camioneta em Faro tem de ir para uma paragem que pode não ser uma paragem e esperar por um autocarro que por lá passe às horas que passar sem quaisquer garantias que seja o desejado! É um bocado surreal mas parece que a cidade de Faro está a ser gerida como se Paragem na Praia de Farotodos os seus habitantes ou visitantes tenham meio de transporte próprio, está errado e dá um péssima imagem a quem por cá passa.

A mim, que não prescindo das minhas peladinhas bi-semanais no Liceu, vai-me valendo a simpatia e amizade de um ou outro colega que alinha em conduzir 12km para a Praia (e voltar) porque a partir das 22:00 não há mais autocarros de Faro para a Praia, de onde quer que partam e por quer que eles passem.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Olhos verdes

Já houve o tempo em que podia dormir até mais tarde mas cada vez mais pessoas frequentam a Praia de Faro, ou pelo menos cada vez mais carros agora que a matilha da Via Verde descambou, e agora só tenho autorização para preguiçar até às 10:00 porque a partir dessa hora é gente para cá, gente para lá e como a janela do meu quarto dá para a rua não tenho hipóteses de esticar a malandrice. Isso é tão mais ruim quanto se na noite anterior tivesse despachado dois frascos de tinto em casa de amigos, noite divertida mas cansativa para o intestino e para a carcaça.

Contrariado e barafustando contra a minha má sorte lá me levantei para o ritual diário: Banho de mar, curtir o sol e a pele durante uma meia-horinha, viagem a pé até à esplanada do costume para tomar o aperitivo (Água das Pedras com groselha e gelo) e para ler as últimas do país e do mundo antes do regresso à base para o almoço tardio. Vejo amigos do Liceu, agora colegas de lides diferentes, e aparece o Fernando, dono da casa e sportinguista absoluto, comentando o esturro a que cheiram as últimas operações do mercado de transferências e marcando encontro no próximo sábado à mesa dele para assistirmos ao Veraniego que o “nosso grande amor” vai disputar em Cádis, tudo feito em regime pausado, devagar porque o calor obriga à pausa e ao repouso. Combinam-se petiscos e grades de minis, a essência do verão.

Já sentindo o estômago a apitar dirijo o passo para casa onde o peixe está a ser preparado no fogareiro, carapaus e douradas, tomate e cebola, azeite e vinagre, coisas que não vão à mesa em Varsóvia. O caminho é feito rente à costa e vou olhando para a praia, a única coisa que falta à Cidade Capital para ser quase perfeita. Sem querer, o pensamento sai a navegar mar fora até parar nuns olhos verdes que daqui não consigo ver mas que trago sempre na ideia, os ohos dela. Para onde estarão a olhar agora? O que estarão a ver? Serão aqueles faiscantes de sensualidade ou os outros vazios de saudade?

Aí aperta-se-me o coração e o mar torna-se menos amigo, mais distância do que prazer. Inspiro a maresia nela flutuando até chegar à dona dos olhos verdes e sussuro-lhe telepaticamente ao ouvido:

Saudades

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Está provado cientificamente…

… que peixe assado com salada não é refeição que se tenha antes de jogar à bola. Ontem ia-me dando um eclipse cardíaco ao fim de um quarto de hora, tenho de dizer à minha tia para carregar no fogão em dias de jogo.

Obviamente, há dez anos atrás esta conversa não tinha lugar.