terça-feira, 29 de novembro de 2011

Em Carnide anda-se a comer muito queijo

Dérbi Pela primeira vez em muitos, muitos anos abanquei-me em frente à televisão com vontade de ver um dérbi, com confiança que íamos fazer boa figura, certo que o Leão ia ser dignificado. Assim foi, os sportinguistas podem dormir descansados que temos um grupo de profissionais, jogadores, treinadores e dirigentes, que encarnam os valores do Sporting. Bravos e abnegados, com uma estratégia e um pensamento seguro, os jogadores leoninos demonstraram capacidade para discutir o resultado em qualquer momento do jogo e isso é uma coisa que não se via na equipa do Sporting há muito temmpo. Atitude e personalidade, como tem de ser sempre.

É óbvio que não há motivos de festa porque perdemos e o conceito de "vitória moral" não colhe na minha conceção, um jogo de futebol é para ganhar nem que sejam as peladas que faço ao domingo, mas tenhoMemória curta a clara noção que não deixámos de ganhar por sortilégios da bola e não por gritante inferioridade psicológica ou défice de qualidade como acontecia num passado recente. A magana é que não quis nada conosco só entre Schaars, Elias e Capel contei quatro ou cinco flagrantes oportunidades de golo daquelas que, se concretizadas, podem mudar uma partida do dia para a noite. Não aproveitámos e o nosso adversário, mais experiente e mecanizado nos seus processos, aproveitou o nosso esbanjamento.

Por isso fica a imagem que temos um projetinho de equipa bem interessante e que sendo devidamente adubada e regada esta equipa do Sporting pode ainda dar que falar num futuro muito próximo a contrastar com a carestia exibicional que se arrastava pelos relvados portugueses há meio ano, oxalá lhes dêem tempo e sossego para se prepararem.

Memória curta 2A polémica? Sinceramente não percebi a historieta em torno da tal caixa de segurança uma vez que é uma estrutura que está em voga nos principais estádios europeus e o conceito em si parece-me positivo porque sei o que passam os adeptos sportinguistas visitantes em dia de dérbi e é precisamente por saber o que passam esses adeptos (empurrados à entrada, espremidos por uma porta minúscula onde cabe meia pessoa e comprimidos em espaços manifestamente insuficientes) que compreendo a reação deles que originou o fogo na bancada da Luz. Compreender não significa aplaudir, acho que aquilo não se faz seja na Luz ou noutro estádio qualquer, mas recordo que as vozes que agora criticam o comportamento de alguns fãs leoninos pertencem ao mesmo clube que aqueles que incendiaram cadeiras em Alvalade velho há umas épocas atrás, não têm direito nenhum em armar-se em virgens ofendidas. Isto de uma pessoa só notar as ramelas dos outros tem mais que se lhe diga, por essas e por outras deviam era ter tento na língua e vergonha na cara, não fizemos nada que nunca nos tivessem feito e nós nunca matámos ninguém.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sexta à noite, nada para ninguém

Academia de Ciências À sexta-feira Varsóvia tem cara diferente, "é o primeiro dia do fim de semana", as gravatas e os blazers ficam nos roupeiros, os sapatos de pele dão lugar aos ténis - aos adidas como eles lhes chamam mesmo que sejam Nike ou Puma -, a barba não se corta, as saias são mais subidas deixando à vista aquela perna eslava trabalhada à plaina e a atitude é mais descontraída. Em suma, à sexta Varsóvia entrega-se ao relaxe, troca as horas extraordinárias no escritório por imperiais e bazucas de vodca com colegas e amigos, combina as jantas e as borgas ou vai às compras. Eu, (mal-)habituado a bulir 44 por semana, quatro delas na manhã de sábado, não sabia que isto não funcionava assim deste lado do muro e propunha reuniões às 16:00 ou 17:00 obtendo sempre negas com o mesmo argumento, que é sexta. Mas que diabo, lá por ser sexta não se trabalha?

Como em Roma se é romano também na Polónia se procura seguir os hábitos indígenas que mais lógicos pareçam, não sou daqueles que falam mal dos polacos por falar, que apontam os defeitos sem lhes reconhecer uma única virtude, que criticam as carências e insuficiências mas não reconhecem as qualidades e potencial. Para estar na Polónia sem ser exclusivamente entocado no seu casulo há que respeitar a cultura e os hábitos, assimilá-los como nossos e por isso deixei de trabalhar sexta à tarde para consagrar essa parte da semana a assuntos pessoais e a um cafezinho com a canalha em noite que eu não tenha que tocar nalguma festa. Hoje foi um desses dias de menor fulgor laboral mas como não posso abdicar totalmente de dar ao canelo, o meu vencimento é calculado em função das horas trabalhadas, tive de estar ao serviço até às 16:30 que é a altura em que habitualmente me preparo para iniciar o fim de semana. Recebo um sms da Universidade, a diretora quer falar comigo, a esta hora deste dia desta semana? O que será?

O caminho para as instalações da Universidade de Varsóvia é um primor, passear na garbosa rua Krakowskie Przedmieście e admirar os seus elegantes palacetes neoclássicos como o da Academia Polaca deUniversidade Ciências com Nicolau Copérnico a guardar a entrada junto do seu modelo heliocêntrico ou o da Academia Polaca de Belas Artes, a rua recém-pavimentada a granito, as igrejas de Santa Ana e a de Santa Cruz onde repousa numa urna o coração do virtuoso Chopin, a Residência Presidencial, o imponente Hotel Bristol, inúmeros documentos que provam a grandeza da Cidade Capital. Uma banda animava a rua com notas sopradas de jazz e atraía os passantes, do outro lado era um café-concerto que oferecia um piano aveludado, a arte e a cultura saíam de todos os lados, de todos os cantos. Num outro edifício grave, o do Instituto de Jornalismo e Ciências Políticas, alunos escreviam furiosamente inspirado por aquilo que dizia um senhor de microfone na mão e alheios à animação que se vivia do lado de fora da janela.

A conversa com a superior correu bem entre louvores – “tens feitio para isto, pá!” – e algumas recomendações para aperfeiçoamento da técnica de ensino chegando finalmente o momento de voltar a casa para acertar os papéis atrasados e atualizar correio pessoal. A cidade chama por mim, não quer que me vá embora, afinal é sexta-feira, tenta-me com montras de bares onde estão louras lindíssimas bebendo cerveja com xarope de amora por um palhinha e eu ainda demoro um pouco o passo, é uma visão belíssima, apelativa e apetece mesmo entrar para umas palavrinhas de circunstância. Mas não, o corpo pede repouso depois da atuação de ontem numa galeria de fotografia e torço o pescoço para a frente na direção do metropolitano.

Varsóvia é uma terra arriscada onde é fácil perdermos a cabeça e deitarmos a perder num minuto o que conquistámos numa vida, na mesma rua tem casas de folia com regabofe de primeira água e bueiros de esgoto a deitar fumo, imagem assustadora. Vim para casa, noite de pijama e portátil. Tenho trabalhos de casa para corrigir, jantar para fazer e um passatempo para cuidar. Neste último não posso faciitar porque a fasquia está elevadíssima como a imagem abaixo comprova q;)

Petroeuros

Amanhã logo vejo se bebo para esquecer ou para celebrar o Leão.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os novos filósofos facebookianos – um artigo que tem muito pouco a ver com a Polónia


A crise que grassa pela Europa em geral e por Portugal em particular tem criado diversos problemas a muitos portugueses, portugueses que perderam o emprego, portugueses que perderam poder de compra, portugueses que perderam a esperança num futuro melhor pelo menos a curto-médio prazo. As únicas coisas que vão crescer em Portugal são as prestações dos créditos, os impostos e contribuições, a precariedade e incerteza no trabalho, o medo da vergonha grega. O panorama não é bonito porque esta conjuntura desfavorável abateu-se sobre um povo por natureza melancólico e fatalista, uma gente que apesar do rótulo de alegre e otimista não aposta um cêntimo no dia de amanhã. É como se tivessem mudado uma pessoa com tendências suicidas para um 15º andar, convidaram-no à depressão e miséria psicológica.

Vê-se esse miserável estado de espírito nas notícias, nas declarações públicas que anunciam mais cortes nas depauperadas regalias do Zé Pagante, na tristeza patente no rosto dos portugueses e nas suas comunicações ao mundo através das redes sociais, um dos poucos espaços onde ainda se pode ser verdadeiramente democrático e mandar à merda quem tem toda a obrigação de ir. Alguns portugueses fazem das redes sociais megafone da sua insatisfação, do seu estado de alma, choram o seu fado, solidarizam-se com o próximo, estendem lenços e oferecem ombros para o parceiro chorar. Multiplicam-se os apelos à insurreição, à contestação, à desobediência, até se discute se é a própria democracia que está ameaçada. O Povo parece unido mas também parece vencido, vencido pela luta desigual contra as tríades e contra os mercados, contra a inevitabilidade de sermos fodidos e sofridos. Assim andam os portugueses, assim andam alguns que eu conheço e devido a esse estado de coisas alguns deles dedicam-se agora a pensar e a refletir no que os rodeia, na atualidade e no ambiente.

Há uma mania recente de publicar nas redes sociais, no facebook concretamente, frases que supostamente têm alcance quase esotérico, pensamentos duma profundidade mística que teoricamente transmitem bem-estar e boas vibrações a quem as lê, vibrações essas que serão repassadas por todos quantos repitam o gesto. As palavras são bonitas, agradáveis e bem intencionadas mas as frases que formam são ocas, desprovidas de qualquer conteúdo aproveitável e têm tanto de importante e válido como a previsão do horóscopo de uma revista de donas de casa. Juntam um punhado de sílabas que consistem em ideias insípidas e inodoras, lugares-comuns que enervam de banalidade, clichês usados e abusados, uma pobreza intelectual que só consigo justificar devido à grave crise de confiança que mina alguns portugueses e que lhes tolhe o raciocínio. A auto-ajuda está aí para quem quiser sentir-se coitadinho e há uma frase feita para cada caso prontinha a sair do forno das vulgaridades, pleonasmos a granel para combater a tinha da crise e a lepra da tristeza, aqueles a quem a má-sorte lazarou têm nos novos filósofos pré-fabricados do feicebúque a panaceia para a escuridão dos seus dias, lê-se o lema do dia e a nossa vida fica como nova, por estrear, somos capazes de dar um pontapé numa estrela...

Eu daria crédito aos pensadores cibernéticos contemporâneos se houvesse nos seus escritos algum sumo, se encontrasse nos seus postulados algum motivo sério de reflexão, algum princípio, alguma conclusão concreta que se pudesse tirar. Mas não, a única coisa que eu vejo é uma estupidificação em massa de pessoas que eu muito prezo – porque são o mesmo que eu – mas que aparentemente abdicaram de pensar, de criticar, de apontar o dedo e vivem num ciclo de compaixão mútua, do “tenham-pena-de-mim”, do amiguinho que dá palmadinhas nas costas. Não me parece que seja assim que se deva encarar a vida mas como (ainda) vivemos em democracia também reconheço que não sou ninguém para negar o direito que as pessoas têm à patetice.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Eurogaldo!

Já está!

Agora espetem com os moços em Donetsk, não se esqueçam.

PS – Lamentável a campanha que alguns idiotas, para não lhes chamar coisas piores, fizeram contra o selecionador Paulo Bento na sequência dos afastamentos de Ricardo Carvalho e Bosingwa da Seleção. Paulo Bento é o mesmo homem que foi aplaudido quando Queiroz foi demitido, o mesmo homem que foi considerado salvador da pátria quando pegou na equipa e ganhou dois jogos seguidos, o mesmo homem que nos devolveu a esperança de estar presente no Euro2012. A esta hora aí muito menino a engolir sapos, bem podem temperá-los com o ketchup do Cristiano Ronaldo!

sábado, 12 de novembro de 2011

11-11, o Dia da Independência

11 de Novembro – Enquanto o Mundo manifesta o seu descontentamento perante a crise global, a Polónia celebra o Dia da Independência, uma oportunidade para os polacos exaltarem o seu patriotismo e o seu orgulho na história do seu país, uma história riquíssima em termos de eventos importantes.

Mudanças territoriais da Polónia A Polónia comemorou ontem o 93º aniversário da reconquista da independência, em 1918 viviam-se tempos de rescaldo da Primeira Guerra Mundial e o mapa-mundi após a assinatura do Tratado de Versalhes, documento que pôs fim ao conflito, era muito diferente da configuração que hoje apresenta. O território polaco tinha sido ocupado por três invasores – o Império Áustro-Húngaro, o Império Alemão (cuja província mais poderosa era a Prússia que se estendia desde a Bélgica à Estónia), e a Rússia – e há 123 anos que tecnicamente não existia, as suas principais cidades fazendo parte de outros países mas sempre com um profundo sentimento de Pátria que nunca abandonou os polacos. O desfecho da Primeira Guerra Mundial foi devastador para as potências ocupantes, a Rússia sofreu baixas consideráveis e tinha também problemas internos para resolver devido às Revoluções de 1917, os Impérios Alemão e Austro-Húngaro também entraram em convulsões interiores e o declínio destes dois grandes estados proporcionou as condições ideais para a composição de um governo polaco chefiado por Józef Piłsudski. A Polónia voltava assim a existir após mais de um século fora do mapa.

A Polónia atual também é diferente da Polónia do início do séc. XX, o país desempenha um papel importante no panorama estratégico e político europeu, atravessa um período de estabilidade governativa, tem uma economia com indicadores interessantes que representa um mercado de quarenta milhões de pessoas e foi o único país na União Europeia a não ter sido atingido pela recessão que contaminou os seusIndependência parceiros na sequência da crise económica de 2008. No entanto e apesar de todo este cenário positivo, a Polónia passa por uma fase de transição que não está a ser isenta de polémicas – os polacos decidiram virar ao centro nas últimas eleições e deram força aos partidos liberais e pró-europeus, coisa que não foi muito bem vista pelos setores mais conservadores da política e da sociedade polacas com a Igreja Católica e o seu braço político PiS a não desarmarem o discurso nacionalista e anti-UE. As consequências desta postura estiveram à vista nas manifestações que ocorreram em Varsóvia durante as comemorações do Dia da Independência e que culminaram em violentos confrontos entre a polícia e manifestantes de esquerda que protestavam contra os “fascistas” que governam a Polónia. Para cúmulo do azar, ou coincidência, para o mesmo dia estava marcada uma outra manifestação organizada por associações de tendências homossexuais e pacifistas. Deu-se o encontro da pólvora com a gasolina e sendo a polícia o rastilho as consequências foram conhecidas e transmitidas pela televisão para todo o planeta, mais de 100 detidos, carros incendiados, vidraças partidas, polícias e civis feridos, um pandemónio na Baixa da cidade.

Hoje Varsóvia acordou ainda atordoada com a noite anterior, uma noite de tumultos como há muito não se assistia, mas acordou também com o dedo bem apontados aos instigadores das batalhas, aqueles que se refugiam nos seus gabinetes e que usam os seus canais para continuar a inquinar a opinião pública polaca com propaganda retrógrada e quadrada. Estes sim, é que podem ser considerados os inimigos duma Polónia moderna e de progresso, duma Polónia pujante e esplendorosa. Piłsudski não havia gostado de presenciar as cenas de ontem à noite, porém não será por uma noite negra despoletada por políticos irresponsáveis que a magnitude e grandeza desta grande nação que é a República Polaca será afetada.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A vida explicada pela Matylda

Perdoem-se-lhe os erros de sintaxe porque a clareza de raciocínio merece essa tolerância.

“ gosto de trabalhar com homens. eles pedem o a e o b, eu faço o a e o b e todos ficam contentes. uma mulher pede o a e o b, mas o que quer na realidade são o b e o c. e encantava-a secretamente que se adivinhasse que precisa também do d. merda! se quer o c e d, era o bom momento para aprender a pedi-lo. eu não jogo a isso.  ”

Se podia ser assim? Podia… e devia!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Legia Gol!

Quinta-feira à noite a Legia de Varsóvia derrotou o Rapid de Bucareste por 3-1 no Pepsi Arena garantindo a passagem aos oitavos de final da Liga Europa, um feito para o clube e para o futebol polaco que não tem alegrado os seus adeptos no passado mais recente.

Legia Stadion A Legia tem uma massa de adeptos fiel e dedicada por vezes em demasia, os seus adeptos mais fanáticos concentram-se no topo norte do estádios e são responsáveis pela animação das bancadas através dos seus cânticos e coreografias que duram integralmente os 90 minutos desde o primeiro ao último apito do árbitro. A Żyleta (nome proveniente da bancada do antigo Wojska Polskiego que estes fãs costumavam ocupar e que ostentava um enorme cartaz da Gilette, advindo daí o nome) invova e contagia todo o estádio com ordens para que se levantem, que aplaudam, que cantem mais alto ou que pulem nos seus lugares. Os espetadores obedecem e criam um impressionante espetáculo de harmonia e precisão nas tribunas, é absolutamente incrível ver 30.000 pessoas na mesma coreografia, abraçados ao parceiro do lado, saltando e cantando em uníssono. Não é apenas a claque, é literalmente o estádio todo a cantar ou a erguer os cachecóis em tifo à voz de comando da Żyleta, a comunhão de sentimento e valores, um amor tremendo pelo clube que eu próprio testemunho com a regularidade possível como no caso de quinta.

Topo Norte Este fanatismo traz às vezes problemas à equipa, adeptos menos civilizados que causam rebuliços e distúrbios principalmente no estrangeiro - casos que poderão ser explicados por sociólogos e historiadores - mas que são inofensivos no seu reduto. Lá, um estádio moderno e perfeitamente seguro, eles defendem a sua dama como ninguém e durante todo o jogo proporcionam um apoio maciço aos seus joadores como não se vê (nem nunca se viu) em Portugal, quer a Legia marque quer sofra, quer ganhe quer não. Ver um jogo da Legia ao vivo no agora denominado Pepsi Arena é uma experiência que todo o adepto do futebol tem de presenciar, como ver um jogo na Bombonera, em Anfield Road ou no Fiyapı İnönü A qualidade técnico-tática do futebol pode não ser a melhor mas a paixão, a intensidade, a união entre adeptos e jogadores (que no final de cada vitória agradecem à claque trocando cânticos com eles) e a animação com que se participa no jogo é uma coisa digna de se ver in loco.

A Legia qualificou-se para a fase seguinte da Liga Europa e quase que foi o fim do mundo, nem consigo imaginar como será quando ganharem a Liga no seu campo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Voo LO16, uma história com final feliz

Boeing 767 No passado dia 1 de novembro um Boeing 767 das linhas aéreas polacas LOT efetuou uma aterragem insólita no aeroporto de Varsóvia. O avião com 220 passageiros proveniente de Newark, Nova Jérsia, nos Estados Unidos revelou problemas no sistema hidráulico dos trens de aterragem impedindo a utilização dos mesmos na manobra de aterragem e obrigando o comandante Tadeusz Wrona a recorrer a um expediente nunca antes tentado na pista do aeroporto Fryderyk Chopin: Uma aterragem sem rodas.

Tudo começou perto das 13:15, hora de Varsóvia, quando o piloto do voo LO16 comunicou à torre de controle a impossibilidade se fazer pousar a aeronave através dos métodos convencionais, uma aterragem prevista para as 16:00. Imediatamente o pessoal do aeroporto iniciou oRescaldo dispositivo de emergência e os procedimentos devidos. Enquanto o piloto sobrevoava Varsóvia em círculos e desfazia-se de combustível para reduzir o perigo de incêndio, as equipas de socorro e intervenção urgente preparavam-se para a situação, mais de 20 ambulâncias requisitadas, carros de bombeiros, dois caças F-16 foram enviados para escoltar o avião em apuros e assistir os seus tripulantes. Um preparado especial foi espalhado na pista do aeroporto para reduzir o impacto e o atrito da fuselagem com o asfalto. O avião abordou a pista em velocidade mínima e temeu-se o pior quando o motor de estibordo se incendiou durante a aterragem, muitos passageiros chegaram a despedir-se dos outros e da família por telefone ao assistirem à cena. Porém e graças à perícia do capitão Wrona o avião aterrou com o mínimo de solavancos e entregou todos os ocupantes do 767 perfeitamente sãos e salvos, um feito de destaque se recordarmos as imagens da manobra que tanta tensão e nervosismo causaram.

Tadeusz Wrona, o Chesley Sullenberger polaco, já foi aclamado herói nacional pelo sangue-frio e destreza com que encarou a emergência, facto confirmado pelos passageiros que elogiaram a tranquilidade que o comandante soube transmitir em todos os momentos e que foi também objeto dum agradecimento público por parte do Presidente da República Bronisław Komorowski. A Polónia prendeu a respiração por largos instantes mas celebra agora um episódio feliz na história da sua aviação comercial graças à competência de um dos seus pares, teria sido uma macabra coincidência a coisa correr mal no dia em que milhões de polacos aproveitavam o fim de semana prolongado para visitar os seus parentes... mortos.

Em baixo, um extrato da reportagem da BBC.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011