quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Uma questão de saudades

Ria Formosa O meu conceito de saudade está totalmente mudado, não é que não tenha saudades de Faro quando estou em Varsóvia mas as saudades de Varsóvia que sinto quando estou em Faro são maiores. Se calhar porque são cada vez mais as coisas que me prendem a Varsóvia do que as que me puxam para Faro e é disso que se faz a minha opção de permanecer em solo polaco por tempo indeterminado. O gosto de voltar à terra natal não se pode medir nem pesar, já contei como é indescritível o prazer quase comovedor que me dá aspirar o ar da Ria Formosa quando saio do avião, sentir o calor húmido e doce a colar-se à pele, o ruído manso do vento a acariciar as folhas das palmeiras que estão do lado de fora do aeroporto, uma série de situações muito agradáveis que conferem sempre a sensação de que Faro é um lugar único no mundo onde tudo é familiar e onde (quase) todas as pessoas são como eu.

Mas as saudades de Varsóvia começam a sentir-se ao fim de três ou quatro dias fora, Faro é uma cidade pequena onde tudo se sabe em 24 / 48 horas. É este o tempo suficiente para visitar toda a família, falar com todos os amigos e saber das últimas desgraças ou acontecimentos daAnoitecer em Varsóvia terra. A malta fala da crise e da falta de melhorias a curto-médio prazo e esse discurso acorda-me uma alergia, uma reação negativa que eu não sinto quando estou na Polónia. É o reflexo da falta de confiança que os portugueses sentem no seu País e que os algarvios sentem nos seus representantes que, por exemplo apoiaram a instalação inconstitucional de pórticos de portagem num troço de via rodoviária que foi construído com dinheiros comunitários – explicando: a parte da Via do Infante que vai de Albufeira à fronteira do Guadiana foi feita com dinheiro da UE e por isso o Governo de Portugal não pode cobrar a utilização dum bem para o qual não pagou, seria o mesmo que eu cobrar a renda dum apartamento que não construí nem comprei. Não admira pois os atos de vandalismo e de sabotagem que têm sido perpetrados contra as estruturas de portagem da A22, compreensíveis e até mesmo justificáveis. Houve também coisas muito boas, novas amizades que fiz e velhas que revi, qual das duas a melhor.

Então regressei à Cidade Capital com a habitual constipação portuguesa, outra inevitabilidade das noites húmidas da Ria, e aterrei numa chuvosa tarde de dezembro com aprazíveis 9ºC, confirmação de que é a estação outono-inverno mais quente desde que vivo na  Polónia. Em conversa com o taxista este confessou-me que a temperatura está morninha mas que os dias estão feios, sempre nublados. Acho que ele prefere neve e frio a estes dias indecisos que não são pão nem bolo, os polacos gostam mais de dias definidos do que coisas a meio-termo, ou bem que frio polar ou bem que calor, isto de não estar frio mas também não estar calor é que não pode ser. Eu não me queixo de não haver neve, pode ser bonito ver a cidade toda tapada por uma nívea camada mas é muito chato ter os sapatos e os tapetes do carro sempre sujos, dar fim das solas com o sal que os trabalhadores da Câmara Municipal espalham para a derreter, por isso é mais confortável viver e trabalhar na cidade se não tivermos essa gosma gelada nos pés.

Koszykowa E veio o primeiro dia de trabalho com alvorada marcada para as 6:20 da manhã e o metropolitano e o elétrico e a feiúra de um dia que ameaçava chuva. Na paragem da rua Koszykowa, ainda combalido pelo defluxo nasal resultado de cinco noites consecutivas de vinho, aconchegava-me no assento quando diviso uma loura de anca geométrica assentada numa saia curta de fazenda que lhe salientava o delgado da coxa, trança juvenil a dar um toque de inocência e a evidenciar o contraste entre uma autêntica bomba de sensualidade e o ar menino da trança. Ela desce da carruagem em passos curtos e felinos, a perna hirta, caminha em saltos altos com ar blasé sem perceber que no chão onde ela pisa nascem flores, carrega no botão do semáforo e espera pelo verde enquanto o elétrico segue viagem para o coração da cidade. Toca o telefone com um convite para a noite, aplaco o espanto que a loura me provocou assoando a coriza e compreendo que é (também) por estas coisas que gosto tanto desta terra e que as saudades que sinto de Varsóvia são sempre maiores do que as que sinto de Faro.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natalgarve

Vem do Norte e entra no Algarve na diagonal, atravessado mas com o nariz apontado ao lugar esperado como que se já farejasse as filhozes e o bacalhau. Vai descendo à medida que se aproxima do mar, parece um mergulhão que viu um peixe na ria e que se precipita a pique sobre o futuro almoço. A Serra do Caldeirão vê-se em baixo, montes e valedos que se estendem até ao barrocal algarvio, região onde as elevações se tornam mais baixas empurrando as casas para o mar e assim continuam até a terra se espraiar no Atlântico, um espelho cristalino apenas rasurado pela espuma das ondas que beija a areia da costa. O avião desce mais um pouco e sobrevoa a Ria, o labirinto de canais desenhado no sapal, castelos de lodo onde moram caranguejos e bocas, petiscos que se apanham à mão nua e que vão diretos do parchal para a mesa. E vê-se a linha da costa, uma faixa alaranjada que define a província, um mimo para a vista a partir do céu. O meu país é bonito mas a minha região é linda, é uma pena muito grande vê-la a transformar-se num cemitério de ilusões.

Talvez por isso me doa mais ver no que Portugal e o Algarve se tornaram, terras que a esperança abandonou e nas quais as pessoas vivem num torpor que agonia, sem opinião nem reação. Parece que se submeteram a uma lobotomia coletiva e passam o tempo como o Jack Nicholson no final do “Voando Sobre Um Ninho De Cucos”, em transe, alienados só faltando o fio de baba escorrer ao canto da boca. É uma pena o que fizeram ao Algarve e aos algarvios. Não obstante toda a alegria inata que exibem percebe-se que é uma alegria contida, quase amordaçada, parece que são obrigados a evitar manifestações espontâneas com medo de algum fiscal dos Serviços Centrais de Controle Comportamental. Se calhar é esse estado de morbidez mental que leva muitos portugueses a seguirem a par e passo as aventuras idiotas dos protagonistas dos reality-shows e a comentarem com mais entusiasmo a expulsão da Fanny do que a perda do próprio subsídio de férias ou um primeiro-ministro que convida indecentemente os compatriotas a sairem de Portugal.

O Hugo, um rapaz que todos os dias sai de Portimão para trabalhar em Tavira, apontou o caminho a seguir de forma muito clara e acertada no meu ponto de vista. Diz ele:

- Trabalhem. Não leiam jornais, não ouçam rádios nem vejam as notícias na televisão, ignorem o que as pessoas dizem e façam o vosso trabalhinho tranquilos. Levantem-se todos os dias para trabalhar e desempenhem o vosso serviço sem dar ouvidos ao que para aí dizem.

Parece-me que ele tem razão, quanto mais lemos e ouvimos as declarações dos governantes portugueses e europeus menos confiança temos no futuro, ficamos mais pessimistas e com menos vontade de lutar contra as adversidades. Haja força nas canetas para ir bulindo e conservando a fé em dias melhores, é o que eu faço naqueles dias em que saio de casa às 7:00 da manhã com –15º C na rua.

Festas felizes com saúde e sorte!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Honestidade acima de tudo

Rapina Ia a caminho de uma reunião de trabalho, passo apressado na gincana entre os vários buracos abertos pelas inúmeras obras que transformam Varsóvia atualmente num autêntico estaleiro, quando um sujeito alto de barba por fazer e com um casaco muito grosso me aborda e pergunta:

- Perdão, meu senhor. Tenho uma pergunta muito educada para si. Eu estou com grandes problemas pessoais, a minha mulher deixou-me e estou numa situação muito delicada. Preciso de quatro złotych  para comprar uma cerveja no supermercado para ver se aguento este dia. Peço desculpa se o incomodo mas preciso realmente de beber uma cerveja para suportar a minha vida.

Este pedido assaz invulgar surpreendeu-me e deixou-me a olhar para ele durante uns bons segundos sem saber o que dizer, fiquei ali de frente para aquele homenzarrão vestido como um esquimó, atarracado em casacos e pulôvers sujos e sebentos, com os argumentos dele a entoarem na minha cabeça, a fazerem-me confusão e eu sem saber porquê. Ao fim de uns segundos de reflexão compreendi o que me fazia tanta impressão. Era a clareza dele, a sinceridade que ele empregava nas palavras como se não tivesse nada a esconder, jogo limpo e cartas na mesa. Era mesmo aquilo que ele queria dizer, não eram uns centavos que lhe faltavam para o bilhete do comboio ou para um pão com manteiga que serviria de primeira refeição do dia. Nada disso! Dinheiro para cerveja tão somente era a aspiração do homem e ela comunicou-a sem rodeios nem patranhas.

Por regra não dou dinheiro a pessoas que não me dêem nada em troca, que toquem uma peça no violino ou na guitarra, que mostrem alguma habilidade ou talento de malabarista ou tocador de xilofone e eu dou o donativo de bom grado. Uma vez encontrei um fulano em Cracóvia que me pediu uma moeda em cinco idiomas diferentes – polaco, inglês, francês, italiano e alemão. Eu até pensei que se ele me pedisse em português eu recompensava-o com uma nota! Por isso demorei uns segundos de hesitação a reagir a esta solicitação até que a clarividência me atingiu e pensei com os meus botões:

- Então se eu ando a pagar o obsceno salário daquela matilha de salafrários a que chamo “classe política”, uma quadrilha de vigaristas, escroques, mentirosos e gatunos do pior calibre que nos roubam e prejudicam com a maior impunidade, porque raios não hei-de dar uma moeda a este tipo? Ok, é para cerveja, não é para os melhores fins mas ao menos foi honesto, não prometeu nada que não pudesse cumprir, não me enganou.

Tive pena de só ter moedas pequenas na carteira mas dei-lhe tantas quantas tinha, não lamento nenhum tostão. Foi dinheiro bem melhor empregue do que o ordenado que esta cambada de chulos e agiotas anda a sugar os contribuintes portugueses.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quando os aprendizes tentam suplantar os mestres

Suseł Há uma espécie de esquilo terrestre que habita a Europa Central nos territórios da Bulgária, Roménia, Repúbica Checa, Ucrânia e nalgumas zonas a sul da Polónia. Há dias este bicho foi discutido numa das minhas aulas, é um animal que não consta que vivesse na Península Ibérica e por esse motivo pensei que fosse uma daquelas coisas para as quais a língua portuguesa não consagra nome. Se nós formos ver as coisas, os polacos têm uma designação própria de uma palavra (pralka) para um objeto que nós definimos com quatro (máquina de lavar roupa), então concluí que esse animal não tem nome em português porque não existe em Portugal. A Patrycja fita-me por cima dos óculos que lhe acentuam o ar intelectual de estudante de Direito, discorda e argumenta:

- Também não há elefantes na Polónia e nós temos uma palavra em polaco para eles.

Qualquer dia dou um par de chapadas a esta gente, já faltou mais!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Globalização é…

 aviso

… quando na Polónia ouves os operários das obras do metropolitano a falar italiano…

túnel do metro

… e quando um português é despedido duma fábrica inglesa por não saber falar polaco.

Isto é francamente assustador!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Dezembro, o mês da mamagem

Bife tártaro - antes A reboque do dezembro andam muitas coisas, a primeira e talvez a mais importante é a minha festa de aniversário, evento no qual cumpro as amizades que mantenho, povo de sempre que se mistura com a gente de agora sob o mesmo denominador comum, a nossa amizade. Dá-me muito prazer ver a malta reunida na partilha de momentos e lugares, gente de terras tão diversas e dispersas que se encontraram no mesmo tempo e espaço por minha causa. É capaz de soar um pouco a vaidade mas não a posso evitar.

Outra coisa que entra no rol de efemérides são as jantas de Natal, verdadeiras touradas calóricas que são mais populares na minha casa do sul mas que vai ganhando adeptos no bosque do norte. Começou a época já ontem com uma bacalhauzada preparada pelo Chefe Costa, bem regada com caixas de tinto por atacado e com um "el classico" deBife tártato - depois sobremesa antes do massacre hepático (mas colírio ocular) que a noite varsoviana teve à nossa espera. Nas ruas agora molhadas da Cidade Capital muitas foram as portas abertas para este grupo de intrépidos lusitanos, cada um mais torto e empenado que o outro mas eufóricos com a antevisão de uma noite de festa. Carga semelhante à que vou apanhar em Faro, cardumes de minis natalícias no Pescas e no Zé Maria, a mesa viciada de póquer do Esgana onde já quase deixei um ano de PIB, espelunca infame a que volto sempre apesar das juras de só lá regressar armado de latas de querosene e caixas de fósforos para esfumar o azar. Também o almoço de dia 24 n’O Pontual do Cartaxinho onde se junta um perigoso plantel de respeito em torno duma extraordinária cabidela mais uma pajela de minis e de vinho, aperitivo para a tarde de desgraça à do Rogerinho onde a cerveja e os meios-uísques com água de Castello fazem a ponte entre o almoço e o jantar de Natal. Esse impreterível na Praia de Faro na casa da tia, bacalhau, fatias douradas e aguardentes velhíssimas antes de picar o ponto na festa tradicional do lançamento do balão com votos de Natal e Ano Novo.

Chlodnik Tempos de engorda, o dezembro, sempre rico em calorias quando vou a Faro devido à excessiva generosidade da família e amigos. O dezembro polaco não é muito parecido em termos de menu, as especialidades da Europa Central não são de todo semelhantes ao Algarve do céu azul mas também não são para desdenhar. A minha comadre tem uma mão para o assunto que não é brinquedo e há dias preparou-me um bife tártaro caseiro que me fez estalar o palato de alegria. As imagens se calhar não fazem juz à maravilha que sabia o petisco mas garanto que não foi sacrifício nenhum engolir a mistura de carne crua, cebola, alcaparras, couve e um ovo a cavalo, tal como não foi difícil saborear o chłodnik, a sopa fria de beterrabas e natas que encontrei dentro dum tupperware aí há meia dúzia de dias.

É preciso é haver flexibilidade e tolerância, não há frango assado mas há bife tártaro. Há muitos que nem isso têm.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

E agora… o tempo.

Previsão meteorológica para seis dias em Varsóvia (gentilmente facilitada pelo sultão Machado):

IMG_1645

Neve, neve, chuva, um sol radioso, neve, chuva. Uma pessoa precisa de ter um subsídio de vestuário e um roupeiro do tamanho do Palácio da Cultura para se aguentar nesta terra…

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os munines, e um dos deles, em terra alheia

Na minha terra há muitos que comentam a minha mudança para a Polónia e que prometem visitas, curiosos sobre o modo de vida de um dos deles em terra alheia e interessados em saber como é que o tipo se adaptou a uma realidade tão diferente da algarvia. Há muitos que prometem mas poucos que cumprem, muitos que apontam dias no calendário mas poucos que confirmam a intenção, há até quem jure a visita e que acerte datas, poupe notas e marque voos para depois não aparecer no dia tal às horas tal como combinado sem dar mais cavaco cedendo à hesitação de última hora do tipo "agora vou eu bem daqui para aquele fim de mundo?". Compreendo-os e não os critico, também sou algarvio e sei que primeiro que o algarvéu dê um passo é preciso um batalhão de peritos convencê-lo que sim senhor, vale a pena sair do seu confortável cadeirão e conhecer o que se passa do outro lado da cerca. Não sei se a constante promessa que alguns (muitos, até) me fazem de que vêm visitar-me é um engodo para eu manter a ilusão, para mitigar a saudade ao emigrante que está lá fora a lutar pela vida longe do regaço familiar, um ato de piedade, essa mentira branca tão portuguesa de dizer que sim só para o outro se sentir bem. Também não me queixo, sei o que é o comodismo algarvio e também não me sinto tão longe de Portugal e do Algarve para que implore por sacas de bacalhau, talhas de azeite, tartes de alfarroba ou chouriços da terra, falo todos os dias com os amigalhaços e a saudade mata-se diaramente com a internet e com a tv por satélite. Além disso há gente que honra a palavra e não tem medo de se meter num avião, penetrar nas profundezas da Europa de Leste e conhecer o local de vida e de trabalho deste vosso escriba, casos dos ilustres parceiros de petiscadas e mesas de bar farenses, amigos da velha guarda, leoninos colegas de Liceu, Giga e Capitão Favinha.

Estes meus dois camaradas honraram a minha festa de aniversário com a sua inestimável presença e Varsóvia brindou-os com um leque de noites de regabofe como só ela consegue, uma quarta-feira imperial, uma quinta mais comedida devido ao rir excessivo da noite anterior, uma sexta de arromba com direito a rodízio brasileiro, DJ amigo e farra até de manhã e um sábado ao mais alto nível na companhia de outros portugueses da comunidade. Ao todo cinco excelentes dias nos quais estes dois munines descobriram mais pedaços de Varsóvia do que aqueles que vêm nos guias turísticos. Eu e a Ewa acompanhámo-los nas borgas, nos passeios, nos jantares e mostrámos-lhes o nosso futuro castelo que já quase que tem janelas e outros lugares de dízimo obrigatório (o tiro de vodca pura e fria à do sr. Roman é imperdoável) cirandando em sacerdócio ludico-etílico-gastronomico. No último dia até tiveram direito a uma peladinha no magnífico sintético de Bemowo onde ganharam mais conhecimentos para as visitas futuras e onde se provou que um português ressacado joga melhor à bola que dois polacos sóbrios juntos. Os meus amigos saíram agradados com o que viram, contentes com o que tenho conquistado e satisfeitos com a colheita que farei num futuro próximo numa cidade que evidencia pujança e índices de desenvolvimento há muito arredados de Portugal. Sentimentos genuínos sem inveja nem ciúme, apenas contentamento por assistirem ao triunfo de um dos deles em terra alheia.

O meu triunfo também é o deles, o das pessoas que sempre disseram para eu ir em frente, que nunca duvidaram e que têm estado comigo nestes quatro anos de Polónia. Celebrar o meu aniversário com estes meus irmãos (e com mais os formidáveis amigos que fiz em Varsóvia), proporcionar-lhes os passeios que tiveram e os momentos que viveram (finalmente consegui tocar para público de Faro!) foi o melhor presente de aniversário que podia ter recebido e olhem que este ano recebi prendas altamente! Pena que tantos nunca saiam debaixo do alpendre algarvio e não troquem por um fim de semana o medronho pela vodca, só lhes fazia bem aos horizontes.