domingo, 11 de dezembro de 2011

Dezembro, o mês da mamagem

Bife tártaro - antes A reboque do dezembro andam muitas coisas, a primeira e talvez a mais importante é a minha festa de aniversário, evento no qual cumpro as amizades que mantenho, povo de sempre que se mistura com a gente de agora sob o mesmo denominador comum, a nossa amizade. Dá-me muito prazer ver a malta reunida na partilha de momentos e lugares, gente de terras tão diversas e dispersas que se encontraram no mesmo tempo e espaço por minha causa. É capaz de soar um pouco a vaidade mas não a posso evitar.

Outra coisa que entra no rol de efemérides são as jantas de Natal, verdadeiras touradas calóricas que são mais populares na minha casa do sul mas que vai ganhando adeptos no bosque do norte. Começou a época já ontem com uma bacalhauzada preparada pelo Chefe Costa, bem regada com caixas de tinto por atacado e com um "el classico" deBife tártato - depois sobremesa antes do massacre hepático (mas colírio ocular) que a noite varsoviana teve à nossa espera. Nas ruas agora molhadas da Cidade Capital muitas foram as portas abertas para este grupo de intrépidos lusitanos, cada um mais torto e empenado que o outro mas eufóricos com a antevisão de uma noite de festa. Carga semelhante à que vou apanhar em Faro, cardumes de minis natalícias no Pescas e no Zé Maria, a mesa viciada de póquer do Esgana onde já quase deixei um ano de PIB, espelunca infame a que volto sempre apesar das juras de só lá regressar armado de latas de querosene e caixas de fósforos para esfumar o azar. Também o almoço de dia 24 n’O Pontual do Cartaxinho onde se junta um perigoso plantel de respeito em torno duma extraordinária cabidela mais uma pajela de minis e de vinho, aperitivo para a tarde de desgraça à do Rogerinho onde a cerveja e os meios-uísques com água de Castello fazem a ponte entre o almoço e o jantar de Natal. Esse impreterível na Praia de Faro na casa da tia, bacalhau, fatias douradas e aguardentes velhíssimas antes de picar o ponto na festa tradicional do lançamento do balão com votos de Natal e Ano Novo.

Chlodnik Tempos de engorda, o dezembro, sempre rico em calorias quando vou a Faro devido à excessiva generosidade da família e amigos. O dezembro polaco não é muito parecido em termos de menu, as especialidades da Europa Central não são de todo semelhantes ao Algarve do céu azul mas também não são para desdenhar. A minha comadre tem uma mão para o assunto que não é brinquedo e há dias preparou-me um bife tártaro caseiro que me fez estalar o palato de alegria. As imagens se calhar não fazem juz à maravilha que sabia o petisco mas garanto que não foi sacrifício nenhum engolir a mistura de carne crua, cebola, alcaparras, couve e um ovo a cavalo, tal como não foi difícil saborear o chłodnik, a sopa fria de beterrabas e natas que encontrei dentro dum tupperware aí há meia dúzia de dias.

É preciso é haver flexibilidade e tolerância, não há frango assado mas há bife tártaro. Há muitos que nem isso têm.

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