É inquestionável que os portugueses andam tristes, deprimidos, com pouca esperança no dia de amanhã. Os políticos não lhes inspiram confiança, pedem-lhes mais sacrifícios enquanto nomeia mais acessores e motoristas, cortam-lhes salários e subsídios mas não abdicam de pensões vitalícias, despedem-nos sem olhar a critérios.
Portugal atravessa uma situção de tal baixa autoestima como eu nunca vi, total falta de perspetiva, de ânimo, de vontade. Durante a vida inteira ouviram os governantes dizer que tudo ficaria melhor depois de os portugueses apertarem o cinto, que era só mais desta vez, que finalmente íamos sair da crise. Tudo mentira, a classe política engordou os bolsos da banca, a banca engordou os bolsos dos seus aministradores e quem emagreceu foi o povo, burlado e enganado por um grupo de pulhas sem escrúpulos teoricamente seus pares.
Os portugueses são (não) merecem ter um país regulado por piloto automático segundo os memorandos da tríade (significa troika em português), merecem ser governados por gente honesta e idónea, gente que se preocupa com as pessoas e com os problemas delas, que trabalha para solucionar as questões que acontecem, melhorar a qualidade de vida de todo o país.
Mas Portugal não tem tradições de políticos sérios nem de gestores verticais, a manha e chico-espertice tomou conta de todos os setores da sociedade portuguesa, está tudo inquinada, corroído, nada se safa e é um salve-se quem puder. Eu estou a uma semana de voltar a Varsóvia e a imagem que levo é que os meus amigos estão mais tristes do que estavam há um ano e que no próximo ano estarão mais tristes do que hoje. Andam todos maastricht com a vida que lhes tem sido imposta e eu não fico contente com o que vejo, com pena e alguma apreensão.
Valha-nos, a nós algarvios, um sol que regenera e um alguidar de peixe fresco para encarar as dificuldades. Este inverno vai ser muito longo e a contagem decrescente já começou.
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