sábado, 23 de fevereiro de 2008

73-51, macanudo!

Finalmente acabei de comer! Passei uma tarde completa na mamagem, sempre a enfardar entulho para comemorar o aniversário do Pan Krupa (sr. Krupa), estimado pai da minha Maria, que até faz anos no mesmo dia do meu, ele que é protagonista da "posta" de hoje. A famelga compareceu em peso para testemunhar o desfile de comida que parecia não acabar mais, à boa maneira silesiana. Após alguns 6 discos de charcutarias e doces lá me sentei ao pc para contar-vos a última moda dos condutores polacos: O rádio CB.

Seria o início da década de 80 e na minha casa tínhamos alta aparelhagem de rádio-amador para onde o meu pai comunicava a partir da barra móvel (carro). Eram os primórdios das comunicações móveis / chat rooms - 15 anos antes do mIRC (bons tempos, mano grande!), 20 anos antes da banalização dos telemóveis e 30 anos antes do MSN - que criaram uma grande comunidade de utilizadores. Nas frequentes viagens entre Faro e o Estoril passava-se o tempo a abordar os condutores que tivéssem a inconfundível antena no carro com as perguntas circunstanciais do costume. Qual a origem, qual o destino, qual o equipamento, boa viagem. Devo dizer que esse prazer de comunicar através do rádio-amador nunca foi apreciado pela minha vizinhança pois a nossa antena de casa mandava um sinal tão poderoso que interferia com as primitivas emissões da RTP, fazendo com que todo o bairro ouvisse as nossas conversas em vez de assistirem à Escrava Isaura em paz e sossego. Ainda ia levando umas punhadas de vizinhos enfurecidos por causa do CB intruso, eu que era muito novinho para interessar-me pelo assunto.

Parece que é moda agora na Polónia. Contei à volta de uma dúzia de carros equipados com CB no caminho de Varsóvia a Tychy e já apontei alguns a circular na capital. Agora vejo o aspecto estranho, algures entre o tuning-suburbia e o chungoso com que os automóveis ficam depois de guarnecidos com a aparatosa antena e concluo que se juntarmos esta imagem às calças de bombazine boca-de-sino, cabelo à "Beatle"e o papel de parede que se usavam na altura, tudo isto com a voz da Adelaide Ferreira em pano de fundo... Muito foleiros éramos nós nessa era q:D

ps - Peguei no que sobrou deste infeliz episódio e inventei uma solução. Passei-os por ovo, farinha e pão ralado, joguei-os para o óleo fervente, salpiquei-os com limanito e servi os restantes filetes de peixe-gato panados como manda a sapatilha. Um homem encodilhado é pior que uma mulher grávida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Acrodem polacos já mudamos de século e é muito melhor comunicar em sinal fechado do que andar com uma antena que parece mais um pára-raios que sei lá. Pessoalmente acho mesmo piroso ainda usar-se esta coisa quando os telefones celulares ou as "komurkas" fazem o mesmo mas em sinal digital. Enfim... As vezes acho os polacos uns burros velhos que não mudam mesmo por nada.