Acabou por ser um final de viagem tranquilo, os 150 km que faltavam até chegar a Tychy, que terminou perto das 9:00 locais (10:00 de PT) em paz e sossego. A partir desse momento foi tirar a tralha toda do carro e cair na cama para restabelecer a normalidade no organismo e na cabecinha. O resto desse dia foi passado a dormir com uma breve pausa para jantar às 18:00 (!) e voltar para a cama em seguida.
No dia seguinte começou a descoberta da Silésia. A incursão leve por Katowice para dar a minha presença a saber às pessoas que por mim esperavam deu para perceber que o centro da cidade não é tão feio quanto pintam. Faz-me lembrar em muitos aspectos o Porto. É cinzenta, é certo, mas as avenidas são largas e todas arborizadas com as grandes lojas a fazerem-se notar através dos enormes cartazes publicitários existentes nas fachadas dos edifícios, alguns retirados (ou inspiradores) tal e qual dos cenários do filme "Adeus, Lenin!" Os corredores centrais abertos nas ruas para os carros eléctricos são imagem tipicamente do Leste e também os muitos monumentos existentes que homenageiam compatriotas caídos em vários conflitos, maioritariamente travados com os vizinhos alemães e russos ou soviéticos (estar encravado entre estas duas potências sempre teve um preço a pagar). Aliás, o orgulho na sua história de preserverança e combatividade é patente na forma como falam dela e como explicam a razão de ser dos seus símbolos, sempre de forma inflamada mas sem arrogância. Talvez na periferia se notem melhor os bairros onde os comunistas edificaram os seus estreitos apartamentos, de traça homogénea e monótona onde o luxo será ter em elevador que funcione. Mas andar no centro de Katowice é mais o menos o mesmo que calcorrear a Rua de Sta. Catarina ou a Rua do Ouro.
Tychy, onde moramos por enquanto, é como se fosse um dormitório de Katowice. Os seus acessos são como os subúrbios da linha de Sintra porém não tão congestionados e sempre ladeados de floresta cerrada e abundante. É uma cidade de linhas mais modernas e que torna-se mais agradável à vista por não ter os blocos de edifícios iguais que existem na periferia de Katowice. Existe um lago onde as famílias passeiam no final do dia, um campo de futebol relvado que terei de pisar mais dia ou menos dia e uma proliferação admirável de bombas de gasolina tendo em conta que vivem aproximadamente 150.000 pessoas nesta terra.
Até agora tem sido uma experiência interessante e posso até dizer que está a ser divertida. Ontem estava a fazer compras no supermercado quando a minha mãe ligou-me a perguntar por notícias. Quando acabo de falar com ela tinha 2 ou 3 meninas muito divertidas a olhar para mim e a rir. Este é um episódio engraçado mas nada invulgar pois há um mês atrás cenas destas foram recorrentes.
Agora vou ver se compro um par de sapatos mais afogados porque o briol já vai surgindo e não tenho calçantes para enfrentá-lo. Até loguinho q:)
1 comentário:
Afinal de contas, isso é uma AMÈRICA!!!
Um abraço man
Toni
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