... sai um veado. Não foi propriamente debaixo duma pedra mas saiu detrás de um arbusto, ainda no nosso bairro, atravessando-se à frente do carro e saltitando alegremente como se estivésse ainda na sua floresta.
Pasmado com a cena decidi perseguir o bichinho à distância para ver onde iria ele enfiar-se dado que estávamos num bairro residencial onde existem muitas vivendas e pouco espaço por onde ele pudésse regressar ao seu bosque. Quando ele resolveu enfiar numa rua à direita eu fiquei por momentos parado no meio do cruzamento pensando se iria espreitar mais um pouco ou seguir com a minha vida. Decidir fazer marcha-atrás para continuar o documentário.
Foi a minha desgraça. Prego um barranaço num polaco que surgiu sei lá de onde por trás do meu carro que até me deu soluços!
Imediatamente saltei para fora a pedir desculpa e a Iza acalmou o homem com números de telefone e por aí fora. O indivíduo estava há pouco tempo na Polónia, é um germano-polaco recém-regressado à terra de onde saíu novinho (caso bastante comum por estas zonas) e também não sabia muito bem como proceder. Lá tive de agir à bom Tuga, do género "Ó, meu amigo! Isto não foi nada, não precisa cá polícias nem seguros que isso é só papelada. Leve lá o carrinho ao bate-chapa, tem aqui o meu número de telefone e quando isso estiver pronto ligue-me que vamos beber um cafezinho e trata-se de tudo."
O gajo lá ficou meio confuso com a velocidade que eu e a Iza empregámos a despachar o caso e com o capot incapaz de ser aberto, eu ainda fui a Katowice comprar um sobretudo e orientar o meu emprego, o nosso carro não fez nem um arranhão, ainda vim a tempo de fritar um linguadinho para o jantar e o sacana do veado abalou indiferente à barracada que armou. Vejam lá se o descobrem.
Moral da história: Na Polónia não são os gatos pretos que dão azar...
2 comentários:
Quer dizer então… que há muito viado por aí, cara? Puxa vida...
Desses ainda não vi mas pelo aspecto dos polacos não devem ter muita sorte na vida. A não ser que enganem muito bem...
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