sábado, 13 de outubro de 2007

Debaixo duma pedra...

... sai um veado. Não foi propriamente debaixo duma pedra mas saiu detrás de um arbusto, ainda no nosso bairro, atravessando-se à frente do carro e saltitando alegremente como se estivésse ainda na sua floresta.

Pasmado com a cena decidi perseguir o bichinho à distância para ver onde iria ele enfiar-se dado que estávamos num bairro residencial onde existem muitas vivendas e pouco espaço por onde ele pudésse regressar ao seu bosque. Quando ele resolveu enfiar numa rua à direita eu fiquei por momentos parado no meio do cruzamento pensando se iria espreitar mais um pouco ou seguir com a minha vida. Decidir fazer marcha-atrás para continuar o documentário.

Foi a minha desgraça. Prego um barranaço num polaco que surgiu sei lá de onde por trás do meu carro que até me deu soluços!

Imediatamente saltei para fora a pedir desculpa e a Iza acalmou o homem com números de telefone e por aí fora. O indivíduo estava há pouco tempo na Polónia, é um germano-polaco recém-regressado à terra de onde saíu novinho (caso bastante comum por estas zonas) e também não sabia muito bem como proceder. Lá tive de agir à bom Tuga, do género "Ó, meu amigo! Isto não foi nada, não precisa cá polícias nem seguros que isso é só papelada. Leve lá o carrinho ao bate-chapa, tem aqui o meu número de telefone e quando isso estiver pronto ligue-me que vamos beber um cafezinho e trata-se de tudo."

O gajo lá ficou meio confuso com a velocidade que eu e a Iza empregámos a despachar o caso e com o capot incapaz de ser aberto, eu ainda fui a Katowice comprar um sobretudo e orientar o meu emprego, o nosso carro não fez nem um arranhão, ainda vim a tempo de fritar um linguadinho para o jantar e o sacana do veado abalou indiferente à barracada que armou. Vejam lá se o descobrem.




Moral da história: Na Polónia não são os gatos pretos que dão azar...

2 comentários:

Anónimo disse...

Quer dizer então… que há muito viado por aí, cara? Puxa vida...

PM Misha disse...

Desses ainda não vi mas pelo aspecto dos polacos não devem ter muita sorte na vida. A não ser que enganem muito bem...