Ninguém jamais vencerá a guerra dos sexos: há muita confraternização entre os inimigos.
(Henry Kissinger)

Findo o concerto fez-se o regresso a Varsóvia, onde chegámos às 1:30. Já preparado para atirar o corpo cansado para a cama recebo um sms dum amigo, chamando-me para alto festão num bar da Baixa. Lá fui.
Encontrei uma mesa com duas polacas, esse meu amigo português mais um brasileiro casado com uma delas. A conversa rodava sob o tema da eterna Guerra d
os Sexos, porque é que as mulheres são assim e os homens assado. Ouvi uma explicação dada pelo tuga:

- O cérebro dos homens é como uma cómoda com diversas gavetas onde eles ordenam e arrumas as suas idéias. Há a gaveta do trabalho, a gaveta do sexo, a do dinheiro, da família, do futebol, há muitas gavetas mas a mais importante de todas é a gaveta do nada. Nessa gaveta não há mesmo nada e um homem pode abrir essa gaveta mantendo-a aberta uma data de tempo. Por isso, quando a mulher pergunta ao homem "o que se passa contigo?" e o homem responde "nada" é porque realmente não se passa nada. É apenas a gaveta do nada que está aberta. Já as mulheres têm o cérebro como uma amálgama de pequenos pedaços de plasticina, todos misturados e interligados. Não há espaços vazios, não existe aparente ordem, tudo é turbulência, necessidade, urgência e essa falta de espaços vazios impede que elas percebam o nada masculino. Não conseguem compreender, não conseguem processar, pessoalizam, culpabilizam, entram em pânicoe é o
fim da picada.

Ouvi-o até ao fim e bebi dois golos de cerveja em gesto de plena concordância. A polaca à minha frente ajeita o fio que tem ao pescoço e olha-me perguntando "A sério?", misto de cinismo e provocação, aquele olhar que já vou conhecendo e que traz água no bico. Bato ruidosamente o fundo do copo na mesa, atiro-me para as costas do maple e entre dois amendoins sentenciono:
"Minha querida, tal como vocês dizem, nós somos todos iguais."
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