segunda-feira, 20 de abril de 2009

Na Rota de Vilnius – Mazúria II

Zdjęcie019


Saímos de Olsztyn domingo cedo. Depois de termos passado por Ełk, Mikołajki e Augustów chegámos à fronteira com a Lituânia e um arrepio percorreu-me a espinha. Afinal, há pouco mais de 15 anos aquele era solo soviético, a tal URSS que tanto me povoou o imaginário e que estava ali para eu descobrir.

A paisagem é a mesma que se pode encontrar nas planícies polacas mas uma densa floresta encobre a capital lituana num raio de 15km. Os subúrbios e acessos de Vilnius não são muito diferentes dum IC19 ou duma EN125, a cintura industrial das capitais europeias, as grandes superfícies comerciais, blocos de apartamentos que constituem os dormitórios em redor da cidade. Ao entrar nos limites urbanos da cidade fomos obrigatoriamente encaminhados para a zona financeira de Vilnius, o percurso para o centro foi estrategicamente planificado para o automobilista conduzir por entre estruturas de aço e vidro, edifícios modernos que se esticaram para que o trânsito automóvel se fizesse pelos túneis que passam por baixo. Restaurantes de classe alta albergavam clientes que comiam por cima da estrada, achei estranho este conceito de paisagem para um almoço mas nem tentei perceber porque tinha de prestar atenção por onde guiava. Acabei por encontrar o hotel, fiz o registo em polaco (!) e subi para estender o chassi na cama por uns minutos.

No fim da tarde fomos atacar o viver lituano. Anotei dois bares/restaurantes para provar as delícias e cerveja locais, procurar animação ou qualquer manifestação cultural que me permitisse identificar a cidade e o seu povo e não nos arrependemos de ter visitado um deles. Após umas suculentas batatas salteadas cobertas com um Zdjęcie020 molho de maionese, arenque, cogumelos e cebola dirigimo-nos para um clube de jazz onde ia haver uma jam session protagonizada por jovens (20 a 25 anos) músicos. Ótimas improvisações de trompete, piano e contrabaixo em sintonia com uma bateria versátil e potente, cerveja de grande qualidade e a baixo preço, uma noite de elevado quilate que terminou relativamente cedo devido ao cansaço da viagem e à sonolência da digestão. Eu tinha 4 batatas à porrada com 3 imperiais de meio litro dentro do estômago e decidi regressar ao hotel para pôr cobro à batalha gástrica que eu sofria e guardar energias para o dia seguinte que seria grande e em grande parte dedicado ao estudo e aprendizagem sobre a história de Vilnius. Cumprimentei o pianista, peguei nas chaves do carro e guiei até ao hotel de olhos quase sempre fechados devido aos bocejos preguiçosos que constantemente me saíam da boca.

1 comentário:

Zé da Bola disse...

Mazury vale mesmo a pena. Este ano ainda não passei por lá. No ano transacto por 3 vezes tive o prazer de relaxar por essa zona de lagos bem bonita. Era para ter ido passar a Páscoa por lá mas outros valores sentimentais se levantaram e o Norte de França teve de me aguentar mais uma vez. Bom regresso ao trabalho para ti.