segunda-feira, 9 de março de 2009

Poniedziałek

Varsóvia acordou chorosa. A chuva pequena que molha as pessoas entristece a cidade e afecta o humor, não tenho muita vontade de circular nas ruas da capital polaca e refugio-me em casa à espera que a melancolia passe.

warsaw-epa_88522a Varsóvia não tem razões para se sentir triste. O fim de semana foi muito saboroso e com a vantagem de ter tido um formidável jantar de portugueses (um cozido levado da breca preparado pelo chefe Costa. Saravá, amigo!) regado com vitórias no futebol indígena e prolongado com um serão de copos e música até às tantas da matina. Até a Legia quis participar no ramalhete da alegria e goleou o Odra por 4-0 para satisfazer as suas gentes. O Dia da Mulher levou flores aos quatro cantos da cidade espalhando sementes de amor e respeito pelas mulheres polacas, a minha irmã sempre me liga neste dia para recordá-lo mas este ano esqueceu-se.

Não está frio, não me posso queixar disso, nem há vento para me irritar. Estão 2 ou 3 graus e até dispensei as luvas para o trabalho desta manhã. No entanto há algo de triste nesta manhã de segunda-feira que me agita por dentro, um palpite estranho e desagradável de que algo mau irá acontecer. Não consigo explicar ou definir esta sensação nem afastá-la. Está presente e não arreda pé. As gralhas ladram coisas feias do alto das árvores desfolhadas, um avião invisível cruza o céu espesso coberto por uma única nuvem uniforme que vai de Gdańsk a Bielsko-Biała, a neve entretanto derretida descobre canteiros de relva parda que pedem primavera. Olho em torno de mim procurando algo com que me identifique mas está complicado, anda um quebranto no ar que até arrepia.

Isto hoje tá malino. Como dizem os velhotes do Largo da Palmeira, "há dias cabrões". Parece que esta segunda vai ser um deles...

PS - Entretanto recebi um abraço de "good vibes" desde Vancouver. Excellent timing, Fatinha! Devo-te 2 pastéis q:)

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