A saga dum filho de Faro na Polónia (em Bielany, no norte de Varsóvia) - desde 2007
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Curto-circuito II
Senão experimentem dizer "pudim de frutos vermelhos com creme":
Rød grød med fløde
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Curto-circuito
Portanto desculpem-me a eventual distância entre as postas mas um gajo não é de ferro e o meu sofá é muito confortável.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
And the Oscar goes (not) to...

sábado, 23 de fevereiro de 2008
73-51, macanudo!


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Cantando e rindo
Outra coisa que ao início batia mal no meu sistema era o cinzentismo dos dias. No entanto vai-se notando mais tempo de claridade e agora o sol despede-se de nós já depois das 17:00, o que permite que haja luz no céu até perto das 18:00. É uma diferença significativa dos idos de Dezembro em que às 16:30 a escuridão era total e acentuava a depressão que cada um de nós sentia. Hoje não me apoquenta a falta de luz nem o fedor a kebabs ultragordurosas (vulgo, sandes gregas para os nativos de Faro) com que tenho de confrontar-me sempre que saio na estação Centrum do Metro. Não me ralo com os inúmeros alcoólicos inertes que quase sacudo a pontapé para poder andar nas passagens subterrâneas da cidade, eles também não me fazem mal nenhum. Laissez faire, laissez passer.
Mando literalmente às urtigas a lei idiota que obriga o peão a cumprir o sinal vermelho até ao fim em absoluta imobilidade. Se não vem carro nenhum porque cargas de diabos não hei de atravessar a rua? Dizem que poderei ser multado mas que se lixe, eles deviam era de preocupar-se com a falta de civismo dos condutores que não respeitam uma única passadeira. Eu já pensei em fazer valer os meus direitos de pedestre e arriscar atravessar sem esperar que a minha prioridade seja respeitada. Claro, arrisco também a levar uma palhaça e ficar feito num oito mas a indemnização devida pela consequente acção judicial não é pequena. Começo a pensar se um braço partido não justificará umas semanas de férias e um bolo no banco...
Mas as aulas de polaco já começaram e já sei pedir o batom para o cieiro que me atormenta. As deliciosas Bolas de Berlim com chocolate não são mais inacessíveis. Avizinha-se uma reunião da comunidade portuguesa e já paira no ar o cheiro dum Cozido especialmente confeccionado para a ocasião (por falar nisso, tenho de lembrar-me e pedir à minha mãe que me mande um quilo de farinha de milho e umas linguiças para fazer um xarém à varsoviana). Profissionalmente a coisa está bem melhor pois a reputação vai-se criando e o retorno tão desejado vai começando a surgir. A boa onda é de tal forma abrangente que até a secção de trânsito da câmara municipal decidiu iniciar as tão desejadas obras de beneficiação do pavimento da minha rua e vão tratar de alcatifar aquela que é a maior rua da Polónia. Menos solavancos perto de casa.
Como se não bastásse de coisas boas, as equipas portuguesas mais representativas da minha realidade deram-me uma grande alegria. O meu Sporting porque deu 3 batatas e mandou passar o campo numa demonstração de qualidade que eu há muito não via, o Benfica (oportunidade única para ver este nome escrito por mim com maiúscula) fez-me vibrar com a qualificação e deu-me motivos para sorrir. Pelos meus amigos encarnados, que decerto não ganharam para o tabaco e unhas, e pela forma como foi conseguida essa mesma qualificação. Foi o "Benfica à Benfica" que o meu presidente preferido glosou e que reflectiu-se na perfeição no jogo em Nuremberga: Erros de infantis atrás, sorte do caraças à frente. Mas passou e eu fico contente.
Sábado tenho festa de aniversário do pai da Iza (curiosamente, o pai dela faz anos no mesmo dia do meu) e já me cheira a comidinha caseira. Vida de emigrau não é assim tão mau.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Vade retro, sousatavares
Por isso quase caí da cadeira quando vi esta infame notícia.
Se ele dissésse isso do meu clube metia-me num avião e encarregava-me eu próprio de limpar o sarampo a esse antialgarvista primário.
Era o que faltava, o Algarve na boca suja desse gajo.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Mini Metro

Esta rede de transporte foi idelizada pela primeira vez em 1918 mas só 20 anos depois começaram os trabalhos de escavações e tunelagem. Infelizmente a II Guerra Mundial estalou e os planos foram anulados. Após o final da guerra, os engenheiros quiseram recuperar os projectos de implementação da rede do metro mas as autoridades comunistas idealizavam uma nova Varsóvia ao longo do rio onde esses projectos não cabiam. Porém haveria de ser outra guerra, a Guerra Fria, que daria novo impulso às obras do Metro dada a necessidade de transporte de tropas por meio seguro, secreto e o mais profundo possível. Depois da morte de Estalin retomaram-se os trabalhos mas a ritmo muito lento devido à má situação económica, planeamento errado e burocracia pesada. Só em 1984 o programa foi aprovado e 11 anos depois a linha foi inaugurada. Os trabalhos progrediram à estonteante razão de 2 metros / dia e ligaram o Centro de Varsóvia a Mokotów, distrito populoso do sul da cidade onde, curiosamente, resido.
Hoje ainda se planifica a expansão da linha de Metro. 4 estações serão inauguradas este ano e a extensão para a margem Leste do Vístula (2ª linha) tem 2011 como ano de inauguração. Previsões mais realistas afastam essa possibilidade para 2014, o que irá contrariar as expectativas que faziam do Metro o transporte ideal para o novo Estádio Nacional, a ser construído no distrito de Praga, margem Leste.
Eu tive imensa sorte ao ter encontrado um belo apartamento situado a 2 minutos a pé da estação Wilanowska e espero que os "muninos" também não fiquem muito deslocados. Há muita cerveja para beber e os regressos a casa querem-se curtos. Entretanto convido-vos a uma viagem desde casa até aos subúrbios Norte de Varsóvia.
Zapraszam do Metra.
* A única linha existente é a desenhada a vermelho, todas as outras são projecções.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
Preguicite aguda
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Além disso, o dia dos namorados, a taça UEFA, muito trabalho durante a semana que foi um bocado monótona. Para desenjoar, um sábado de absoluto ripanço e um serão de Football Manager 2008 porque há hábitos que nunca mudam.
Pois é, eu bem queria dar uma voltinha este fim-de-semana, mas vocês já viram as previsões do tempo? Ainda por cima lembrou-se de carregar um vento chato, só apetece sair à luz do sol. Amanhã logo vejo isso, agora tô curtindo a preguiça no quentinho do sofá e a gostar cada vez mais da Gwyneth Paltrow.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Ser Português
A tourada é um espectáculo controverso que não gera opiniões consensuais. Mesmo numa família existem opiniões divergentes, como no meu caso: O meu pai é aficionado ferrenho por ser antigo praticante, eu não acho piada nenhuma àquela treta e até aplaudo uma cornada bem aplicada num desses agentes de tortura apodados de "toureiros".
Uma coisa, porém, aprecio na tourada. A valentia dos forcados, unicamente existentes na "Corrida à Portuguesa". Admiro a coragem daquele grupo de homens que enfrentam uma massa de 500 e tal quilos em corrida na sua direcção, sem fugir, olhando o animal nos olhos e encaixando o golpe. Demonstra "colhões pretos", nem todos os homens - eu, decididamente - teriam estofo para tal.
Há dias chegou-me à caixa um mail com esta filmagem que calou-me fundo. Lembro-me de ouvir na escola que, em tempos, todos os portugueses foram como este filme demonstra. Bravos, solidários, guerreiros. Homenageio, aqui e assim, todos os portugueses que elevam o nome da sua Pátria com gestos singulares por este mundo fora. Todos os que assombram a estranja com as suas/nossas capacidades e qualidades. Todos os valorosos que ousam combater a normalidade. Todos os que engrandecem a nossa história com episódios de sucesso. Todos os que apanham o touro pelos cornos.
Afinal, cá ou lá, somos todos um só Portugal.
ps - Obrigado, Podengo. Grande pedaço de País que me enviaste.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Pexéi?!

Um dia destes lembrei-me de comprar peixe para desenjoar da carne e a Iza disse-me que a mãe costuma cozinhar panga. Satisfazendo a minha vontade com a sugestão dela comprei um pacote de filetes congelados de pangas e cozi-os com a bela da batatinha e ovo. Refastelei-me no sofá em frente ao telejornal da TVN24 e ataquei o pxum que cheirava a pescadinha cozida.
À primeira garfada ia-me batendo à porta o amigo Gregório, companheiro assíduo de cadelas estudantis e afins. "Mas que merda de peixe vem a ser este?!? Isto parece gelatina!". Borrifei-me imediatamente naquele lixo marinho e guglei (existirá este verbo?) através do nome em polaco.
Tradução: Peixe-Gato
Nunca mais como peixe neste país.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Vá vício
E vou já ver o Floripes.
(esse momento será patrocinado pelos estimados compadres blogoalgarvios)
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Retalhos da vida dum Algarvio - Parte 5


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
Portugal - Itália
Maniche - Pirlo
Bruno Alves - Cannavaro
Jorge Ribeiro - Grosso
Nani - Di Natale
Makukula - Toni
Ricardo - Amelia (?!?)
... e fé no Ronaldo.
Saímos da Geração de Ouro para a Idade do Cobre. E o pior é que o que vem a seguir não augura nada de positivo.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Se Misha não vai à montanha...
Minha namorada: Moja dziewczyna / És a minha namorada: Jestes moją dziewczyną
Varsóvia: Warszawa / Não sou de Varsóvia: Nie jestem z Warszawie
O polaco não tem artigos (definidos ou indefinidos), em vez disso declinam o final da palavra consoante o caso. Caso possessivo, caso nominativo, casos do caraças que partem a cabeça ao comum dos europeus. Sáo sete casos diferentes e cada declinação obedece à forma como a palavra acaba.
Golo do Thierry Henry: Bramka Thierry'ego Henry'ego
Rua do General Patton: Ulica Generala Pattona
Apesar de querer efectivamente aprender polaco sempre tive problemas com os horários disponíveis pois as horas que propuseram-me estavam sempre ocupadas com a minhas ocupações. Hoje tive um prémio pela perseverança: Há uma escola que disponibiliza-me um professor para vir à minha ensinar-me polaco. Nem me ralei com os preços, só o facto de não ter de sair de casa e perder horas em transportes para cá e para lá permite-me que prepare o meu trabalho com mais tempo, logo, com mais qualidade.
Já passei ao lado de belas oportunidades de trabalho por não saber falar polaco, essa mamagem vai acabar!
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
E pronto...
Ao menos consegui vê-lo quando estive em Faro, há dias. A Natureza deu-nos essa benesse.
Boa viagem, avô. Quando lá chegares dá um beijinho à Laurinha por mim.