Esta familiaridade com a Guerra faz dos generais polacos figuras de grande importância, pessoas veneradas e a que se presta culto quase constante. Desde a Insurreição de Novembro de 1830 até aos últimos dias do Socialismo, passando pelas Grandes Guerras e a Revolta de Janeiro de 1863, os generais da Polónia desempenharam papel valoroso na consolidação da nacionalidade e cultura polacas. Foram inúmeras as tentativas alemãs e soviéticas de diminuir ou eradicar a inteligência polaca, quer pela deportação de estudantes, intlectuais e nobres ou pelo simples extermínio da população. Sempre resistiram, os polacos, e a Polónia existe hoje como terra de grande interesse para investimento e motivo de curiosidade para milhares de turistas ávidos de conhecer o seu passado.
Genarais como Franciszek Krajowski (1ª Guerra Mundial), Jarosław Dąbrowski (Comuna de Paris) ou Władysław Anders (2ª Guerra Mundial) têm os seus monumentos em Varsóvia e provavelmente noutras cidades polacas. As principais artérias das grandes cidades na Polónia foram baptizadas com os seus nomes. Escolas têm-nos como protagonistas dos seus currículos e programas lectivos. Até o sinistro e pró-soviético Wojciech Jaruzelski tem a sua franja de simpatizantes. Mas há um General que se destaca dos demais por ter sido aquele que há mais tempo tem feito sentir a sua influência no quotidiano deste país. Antes de existir Polónia e nos dias de hoje.
Este General não tem nome de rua, não tem bustos nem monumentos, não se lhe reconhecem êxitos militares ou diplomáticos, não comandou homens e no entanto todos sabem quem é. É um General que faz suas todas as ruas, bustos e monumentos. Impiedoso e cruel, ele regula as operações militares e diplomáticas condicionando o dia-a-dia na Polónia e regula o sentimento de todos neste país.
Falo-vos do General Inverno que regressou em força durante este fim-de-semana, trazendo-nos o vento siberiano e as belas das temperaturas na ordem dos -10ºC e deixando o PKiN encoberto pelo nevoeiro:
Mas não é tão difícil de suportar como pode parecer. O Geraldo que está em Poznań dá-nos uma perfeita descrição das diferenças entre o inverno Português e o Polaco. Subscrevo e assino por baixo porque eu também já comprei ceroulas.
Tão a rir do quê? Tentem andar na rua com quase mil graus negativos e vejam se o ás de paus não fica do tamanho dum dedal. E as meninas ficam com aquele pitão de alumínio espectáculo que quase fura os olhos da malta.
Ah pois é, bebé...
2 comentários:
Subscrevo as tuas palavras e do Geraldo. Eu tambem tive de comprar umas ceroulas porque aqui na Silesia faz um frio maluco. Mas vou resistindo como posso. A semana passada estiveram por aqui uns simples -15.... o que e isso para um tuga habituado a temperaturas mais amenas
zé de bielsko, hás de deixar o teu contacto no meu e-mail. com a frequência que vou aí ao sul (e possivelmente começarei a aprender ski na szyndzielnia) até poderíamo-nos encontrar pra falarmos de ceroulas e sapatos peludos com uma cerveja morna pelos queixos.
que dizes? q;)
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