terça-feira, 22 de julho de 2008

O Grande Artista

2001 / 2002 é uma época inesquecível para todos os sportinguistas. A dobradinha foi o colorário lógico duma época de sonho que começou cedo com a vitória em Alvalade frente ao FC Porto assinada por Niculae. A táctica idealizada por Boloni era tremendamente ofensiva com jogadores de classe conhecida como Pedro Barbosa, jovens promessas de grande talento como Quaresma e Ronaldo, o próprio Niculae cuja infelicidade serviu para resgatar o talento goleador de Jardel.

Ver o Sporting jogar era um regalo para a nação leonina, exibições de encher os adeptos de satisfação, grande qualidade futebolística, golos. Um nome sobressaíu dos demais pelos elevados níveis de talento que demonstrou com o nº 25 nas costas: João Vieira Pinto. Deu banhos de bola em todos os campos portugueses e estrangeiros e ficam célebres as suas descidas pelo lado esquerdo quando ele parava, flectia para o meio, passava a bola para o pé direito e enviava-a redondinha para o 2º poste onde o seu "filho" empurrava para a baliza.

Hoje despede-se da relva que sempre o acolheu com prazer. Recordo-o como o jogador que me fez passar as tardes do Verão de 89 a ver jogos disputados em Riade, como o primeiro futebolista que entrevistei no tempo das rádios piratas em Faro (num Farense - Boavista em que ele escusou-se educadamente de comentar o "caso Pudar") e como um baixinho que marcava golos de cabeça como só ele sabia. Recordo também o cântico mítico da saudosa Curva Sul:

Tantos anos sem sentir o prazer da glória
Sempre a jogar bem, fosse na derrota ou na vitória
Como mais ninguém, queremos que fiques na nossa memória
Ver-te de verde nem sei o que sinto
O Grande Artista: João Pinto

Em três anos de Leão ao peito ganhaste mais que em qualquer outro clube e com a tua fibra e lealdade compensaste as memórias dos 3-6. Obrigado, Campeão.
(edit: Naturalmente que tens razão, Pitons. A idade já vai afectando...)

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma singela pergunta:Quantos penalties?
Sistema?não...só classe...

Sónia Miranda disse...

Descobri este blog por acaso, e olha acho que vocês Algarvios combinam e quando saem do Algarve todos criam um blog. Olha aqui fica um link de um parceiro teu
www.umalgarvionosacores.blogspot.com
:)

PM Misha disse...

Sónia: Penso que há uma razão para tal. O algarvio é o português mais enraizado à sua terra que existe no mundo. Para um algarvio abandonar o Algarve é preciso que a alternativa seja muuuuuuuuuuito porque abandonar uma vida em que tens tudo à mão, o clima está sempre bom, a comida é fantástica e a praia convida-te constantemente... não é fácil.

Boa sorte com o consultório, vamos ver se não terei de ter de te fazer uma visita ;) Bjinhos

pitons na boca disse...

Em Riade foi no Verão de 89. Em 91 foi em Lisboa. ;)