Felizmente ainda consigo surpreender-me e rir de mim próprio. Há dias conheci uma miúda que queria ajuda com o inglês e talvez iniciar-se com o português, uma conversa sem avacalhos e no profissionalismo possível quando se tem à nossa frente dois olhos cor-de-piscina lançando idéias, já pra não mencionar os lábios desenhando fantasias a cada palavra. Minimamente fiz o meu papel sem armar-me em campianito e fiquei contente por finalmente ter conseguido falar com uma (potencial) cliente sem pensar em incluir uma prova de hormonas no programa. A meio da conversa, a sua pergunta, voz macia e insinuante:"E compensa-te trabalhar em Varsóvia, assim como professor de línguas? Há muita gente interessada no português? Eu conheço muita gente que estuda espanhol, mas português..."
Remato de primeira, um raciocínio impreparado, fala pausada de segurança e saber:
"Daria, Varsóvia é a capital do novo-riquismo como sabes. Para seres "de Varsóvia" precisas ter um Porsche Cayenne porque se não tiveres um carro desses...
não és mesmo da malta, não é? Se tiveres um BMW X5 a coisa escapa mas nunca é o mesmo que um Porsche Cayenne. Assim é com o português e o espanhol. Se aprenderes espanhol, tá bem, pronto. Mas não é o mesmo que aprenderes português."Ela riu-se em concordância com o meu exemplo, eu achei-me piada porque não disse peta nenhuma, combinámos café e os detalhes da colaboração. Hoje em dia é muito fashion aprender português e não me tem faltado trabalhinho. Pode ser que um dia possa ir buscar aos meus amigos a Okęcie num... Porsche Cayenne :)
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