segunda-feira, 3 de março de 2008

De costas para o mundo

vou fazer os possíveis para não fazer publicidade neste artigo

Tenho a minha antena parabólica guardada na varanda à espera do grande dia. Hoje é / foi o grande dia, o dia da instalação da dita antena que permitirá que acompanhe a par e passo a actualidade do meu país, em português.

Antes de zarpar para a Polónia trouxe o equipamento necessário para poder captar o sinal televisivo das estações nacionais e poder assistir a alguns dos meus programas predilectos, aos telejornais bem como todas as peripécias do infame campeonato de futebol deste ano. 3600km a conduzir com o prato a chocalhar no banco de trás estavam prestes a ser compensados quando os técnicos tocaram à campainha, pontualmente às 11:00 conforme combinado. A expectativa cresceu quando os dois polacos reponderam com um cordial "good morning" ao meu latinizado "dzień dobry!" pois a comunicação iria fazer-se em inglês, poupando-me à vergonha do meu polaco da escola primária.

Rapidamente encaminhei a dupla técnica para a varanda onde a parafernália do satélite aguardava pacientemente o momento da instalação e esfreguei as mãos ante o contentamento que iria ter esta noite. A Iza foi a Cracóvia em trabalho, eu sozinho em casa sem o meu pc (outra estória negra em que este fim-de-semana foi pródigo), ao menos com filmes ou séries ou bola em português para aliviar os olhos cansados de ler páginas de exercícios escritos em anglo-tuga.

3 minutos volvidos ouço uma expressão familiar e de má conotação: "Nie mogam" (Não consigo).
Mas não mogas porquê? Mas que jeitos essa conversa, qual é o problema? Atão eu moro no último andar do prédio, esta bodega tem alguns 15 andares, tá a altura a montes e não consegues montar a antena por mor de quem? Não brinques com isto, não apanhas o sinal por causa de quê?

Simples. Porque a varanda está voltada de costas para o satélite. A montagem do equipamento tem de ser efectuada no telhado e necessita da autorização da administração do edifício. Não se pode fazer nada, nem vale a pena tirarmos as ferramentas da mala, tenha um bom dia e volte a contactar-nos quando (diria, se) tiver a autorização da administração.

Sabendo como é a burocracia, serviço ao cliente e simpatia das pessoas que trabalham neste tipo de trabalho bem posso ir pondo as barbas de molho em relação à tv portuguesa em casa. Talvez para o Euro2008...

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