A Ucrânia prepara-se para ao Euro2012, constroi estádios, pinta prédios, repara estradas e limpa as ruas. Como tudo o que se faz nas antigas repúblicas da URSS, as coisas são feitas um bocado à bruta e sempre com a ideia de reprimir os prevaricadores de forma inequívoca. A herança dos procedimentos soviéticos ainda corre nas veias de governantes locais e centrais daí que todas as decisões tenham caráter imperartivo e cruel sendo as penalidades agudas, talvez a ameaça dum novo Holodomor paire sobre os habitantes deste países e dos ucranianos em particular, por isso a tendência é de acatar as ordens sem fazer muito burburinho e seguir para bingo.
Prova da natureza pouco humana dos responsáveis ucranianos é a nova determinação de erradicação de animais vadios das cidades do país, concretamente cães sem dono e famintos que deambulam pelas principais artérias das maiores cidades ucranianas. Estes animais representam um perigo para a saúde pública pois atacam as pessoas para obterem alimento e isso não dá muito boa imagem aos visitantes. Os presidentes de câmaras municipais têm vindo a usar uma política que visa capturar todos os cães e gatos que não se encontrem devidamente identificados e para serem “eliminados”. A palavra utilizada não augura nada de agradável e uma reportagem do The Guardian confirma as suspeitas: Os animais capturados são injetados com substâncias venenosas ou… incinerados.
Organizações de proteção animal já fizeram ouvir a sua voz bem como o ministro ucraniano do Ambiente Mykola Zlochewsky que já apelou à suspensão imediata do programa alegando a natureza insensível e desumana da medida, acrescentando que os autarcas que não seguirem a recomendação do Governo serão severamente punidos. Avizinha-se um braço-de-ferro entre o poder local e o Governo Central, mais uma história interessante sobre os intratáveis ucranianos para acompanhar com curiosidade deste lado da fronteira.
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