quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Postais da Polónia - 14

Rabinhos Estacionar o carro no centro de Varsóvia é uma tarefa complicada na medida em que os lugares são sempre poucos e a Straż Miejska (Polícia Municipal) anda sempre atrás dos prevaricadores munida de máquina fotográfica para documentar as infrações dos automobilistas, algo que ainda não experimentei pois apesar de já gozar de rodas para me poder deslocar à vontade não as uso dentro da cidade devido ao muito trânsito que sempre há, principalmente no decorrer desta semana em que a chuva não tem parado de cair, e porque não se justifica levar o carro para o Centro uma vez que moro a 7 mins do metro e trabalho a 5.

Mas um dia destes tive de transportar coisas pesadas entre casa e a escola e o carrinho deu-me jeito, lá o levei, parei-o por duas horas e quando voltei para o apanhar já o tinha infestado de panfletos, os panfletos que qualquer automobilista recebe quando pára o seu carro no Centro nem que seja por 3 minutos. Estes panfletos são distribuídos maciçamente por um enxame de pessoas que dinamitam todas as ruas da Baixa de Varsóvia a toque deste papel, panfletos que publicitam massagens eróticas ou que oferecem um serviço de “mulheres ao domicílio”, dezenas de mulheres disponíveis à distância de uma chamada telefónica que, asseguram, será atendida 24 horas por dia. Dorotas, Kasias, Dominikas e Magdas à discrição. É virtualmente impossível evitar estes flyers porque eles espetam-nos no pára-brisas, na janela do condutor, na janela traseira se lá houver escova e não têm problemas em acumular três ou quatro na mesma escova desde que seja por cima da “marca” concorrente.

O bem anunciado são normalmente rabos polacos femininos bem torneados, de cores e texturas diferentes, uns mais celulíticos e outros mais esfoliados. A curiosidade reside no facto de apenas serem exibidos as aparelhagens traseiras sem que se analise a frente do produto, não sabemos se a qualidade do rabiosque tem um rosto a condizer ou se é um daqueles casos de “uma universidade atrás e um museu à frente”. Também não temos qualquer informação sobre o tamanho da copa do soutien para saber se enchemos a mão ou se temos de ir de lupa à la Sherlock para encontrar a grainha da uva, com o devido respeito para aqueles que preferem peitos microscópicos (se tal gente houver). Pior, não sabemos se a Ola é uma Ola de verdade ou um Olo que nos saca dum inesperado às de paus escondido entre o papel de embrulho quando nos preparamos para fazer um poker de damas apesar da propaganda salientar justamente que são NAPRAWDĘ AUTENTYCZNE DZIEWCZYNY - 100% (raparigas realmente 100% autênticas).

Este serviço – frise-se, nunca por mim requisitado – acaba por ser um tiro no escuro por só termos acesso a metade da informação e sempre corremos o risco de não ficarmos inteiramente satisfeitos sem a prerrogativa de vermos o graveto devolvido, pagas e calas. Acho escusado embarcar no engodo, para aventuras desta natureza prefiro encabrecer-me no Enklawa até acordar num T1 da periferia e ter de sair à inglês do apartamento por não me lembrar como fui parar à casa da rapariga tatuada que está ao lado.

6 comentários:

Nuno Samora disse...

Pois é meu caro mano, realmente estás numa sociedade mais liberal que a nossa e com menos preconceitos. Enquanto aí distribuem os panfletos publicamente e ninguém fica chocado (talvez irritados por terem de os tirar dos carros), cá abre-se o Correio da Manhã e olha-se os classificados, que desde algum tempo atrás até fotos da "mercadoria" trás, e muitos ficam de boca aberta com tal desplante.
Uma coisa não sei desse lado...elas aí pagam impostos? É que aí reside a maior moralidade a meu ver. Na vizinha Alemanha pagam e cá népia.
Já agora...hehehehe...a rapariga tatuada que não te lembras como foste lá parar...como sabes que era uma e não um???

Geraldo Geraldes disse...

Assunto interessante sem dúvida. Consta (porque não tenho conhecimento directo de causa) que há um número significativo de estrangeiras, ilegais sem dúvida (e logo mais propensas a exploração) vindas do leste: Ucrânia, Bielorrússia, ou Rússia p.ex.. Por isso nem todas são Olas ou Kasias polacas:).
A questão do gato por lebre, já ouvi pessoalmente de clientes e prospectivos clientes, que nem sempre o anunciado na foto corresponde às moçoilas depois disponíveis. E a diferença de aspecto não é despicienda.
Consta também que algumas até são exigentes. Nunca mais me esqueço o lamento de um cliente ao dizer que a moça lhe tinha dito, e passo a citar: "ai, tira as mãos das mamas. estão frias!"

PM Misha disse...

nuno,
eu não alinho em "modernices", por ser um rapaz à moda antiga nunca cheguei ao ponto de ter de me sentar num alguidar de gelo q:D

geraldo,
"tenho um amigo" que passou por uma parecida em cartaya, no sul de espanha. ela tinha acabado de fazer implantes e aquilo era zona proibida, imagina-te na fábrica dos pastéis de belém sem poder tocar neles...

Ricardo disse...

Essa tecnologia dos panfletos ainda não chegou a Łódź :)) Quando muito colocam algo de uma oficina, de uma "wulkanizacja" ou um novo solarium. lol

Geraldo Geraldes disse...

Ricardo, acho que há aqui uma excelente oportunidade de negócio para Łódź. Começando com um flyerzito só com umas 3 moçoilas, até chegar quem sabe a um catálogo tipo la Redoute da oferta sexual a pagantes na Voivoda (distrito).
É só uma questão de teres bons contactos na máfia da noite....

Misha, esse "teu amigo" também teve cá uma sorte. Mas do menos mal, a culpa não era dele. Espero que esse "amigo" tenha tido oportunidade à posteriori de trincar os pasteis

PM Misha disse...

não, esse "amigo" teve vontade de lhe mandar um banano nas trombas e deixá-la a chorar o flamenco mas abandonou o barco antes que perdesse a razão q;)