Hoje foi dia de bricolage dedicado à montagem de dois itens fundamentais ao melhoramento da qualidade de vida de um emigrante, duas peças de mobiliário que fazem a diferença entre o prazer e o sacrifício mas que são extremamente simples e fazem parte do mais comum lar português: Uma escrivaninha para assentar o PC e parafernália afim e uma cadeira de escritório para que o chassis humano fique confortavelmente instalado enquanto trabalho no computador, coisa que faço com regularidade e largas horas por dia. Estes dois elementos faltaram durante os 2 anos em que habito neste apartamento do sul de Varsóvia e a felicidade que a senhora cadeira que comprei me confere só é comparável com a que o Sporting me deu há minutos por ganhar um jogo sem contestação, coisa que eu não via há muitas luas.
Agora sim, posso escrever com mais comodidade e gozando do bónus de estar ao nível da janela por onde assisto de camarote ao filme que a cidade e as pessoas protagonizam sobre a vida varsoviana, vida diferente da minha por deliberada opção traduzida no finca-pé que faço todos os dias ao recusar alinhar no rebanho triste dos empregos mecânicos apesar das constantes seduções. A minha casa é pouco polaca, não tenho TV polaca porque tenho a TV Cabo portuguesa (Sport TV inclusive) por satélite e por isso tenho o privilégio de gozar os jogos da liga portuguesa na companhia, como por exemplo esta noite, dum Brandymel on the rocks, pequenos nadas conjugados com sabores algarvios que auxiliam a vida dum filho de Faro no estrangeiro. Também não tenho conservas envinagradas no frigorífico porque tenho um tachinho com o resto dos griséus com ovos que fiz no domingo, prato que não figura em nenhum compêndio de gastronomia polaca mas que me recorda as pratadas maternas da infância – mais Algarve, houvesse na Polónia o chouriço português para que o paladar fosse o mesmo de casa.
Nestes dias apetece-me rir à toa mesmo sendo segunda-feira, o trabalho ainda não me espreme a paciência e o clima mantém-se aceitável com temperaturas na ordem dos 20º apesar das neblinas matinais. Olhando em redor satisfeito com o resultado dos meus lavores e cheirando ainda o tratamento de óleo de cedro que apliquei na mobília, ouvindo os latidos dos comentadores do “Dia Seguinte” que opinam alto e desregradamente sobre o castigo a Carlos Queiroz ainda consigo ver uma estrela tímida a furar as nuvens e a espreitar curiosa a minha sala de estar, talvez interessada em saber porque tanto sorri este algarvéu quando muitos dos amigos dele estão ainda a banhos de mar e de minis.
PS – Sinceramente, sinto falta do Cervan. O “gajo” que o substitui é um javardo qualquer que só sabe provocar acintosamente os oponentes e que quando tem de comentar só sabe espingardar à parva. Volta Sílvio que estás perdoado.
1 comentário:
Curiosamente,ou paraty,talvez não,ambos,nascidos e crescidos,no Porto,mas fruto da deficiencia mental,aderiram,o que é fácilmente e psiquiáticamente,explicável,a um clube dum bairro,mas porra,lisboeta..eu,por mim,parolo,continuo,como o vitinha,FARENSE...e mais,quando,tomei conhecimento,que o troca tintas do bolonha ou será borronha há muito que deixou de ser sócio do clube que amo,para aderir ao maior clube de Portugal...o anti-FCPorto..que lhe dê audiências e que o seu ego seja do tamanho das grinaldas zézinhianas.
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