quarta-feira, 31 de março de 2010

Sol

Sol! Para ficar? Não sei, mas já há luz solar até às 18:00 e a neve derreteu definitivamente. É indisfarçavel que as pessoas estão mais contentes e mais dispostas para fazerem coisas, eu próprio sinto isso e não tenho sentido aquela urgência em voltar para casa e abafar-me.

Contrastes Não. Apetece-me sair e cervejar, andar pelas ruas e descobrir de que cores os prédios se vão vestir nesta primavera. Tenho vontade de descer a colina de Mariensztat e passear junto ao rio, falar-lhe da Ria Formosa que o Wisła iria ter prazer em conhecer, contar-lhe das ilhas e restingas que a Ria tem, fazer o Wisła borbulhar de desejo e assistir ao fenómeno da natureza. Quero subir a ponte e visitar as obras do estádio da Legia, imaginar-me a acompanhar as peripécias do meu clube adotivo num futuro lugar cativo. Sabia bem assistir ao impressionante contraste de cores entre prédios mais antigos que estão encostados a outros recentes, paredes meias de tonalidades tão diversas que parecem de filmes diferentes apesar de serem vizinhos do mesmo quarteirão.

Quero enfiar-me pelas ruas estreitas de Varsóvia onde ainda se ouvem estórias de guerra e sacrifício e saber se as feridas estão melhores (porque nunca cicatrizarão), se as pessoas já aprenderam a sorrir e se o mundo lhes parece melhor. Ou então juntar amigos em torno de uma mesa de um bom restaurante (com atendimento bonzinho) e desfrutar da sua companhia, ouvir as suas gargalhadas, sentir a sua energia que o sol ajudou a carregar. Até mesmo abrir uma garrafa especial e beber algumas taças pelo centenário do meu Farense e ao emblema de prata de 25 anos de sócia que a minha tia vai receber - só me faltam 14 anos q;).

Tenho uma pilha de papeis para organizar tanto em casa como no trabalho mas olho para a rua e vejo o sol a brilhar intensamente por trás dos escritórios que nem tenho coragem de olhar para a secretária, acho pena daqueles que estão de costas para o astro-rei sem sequer se aperceberem que o dia está lindo e merece ser contemplado. Parece que hoje o sol não brilha para esses, eu estou à janela a olhar, a sorrir e a receber com alegria o abraço amigo que o sol resolveu dar à cidade.

Sol! Que seja para ficar.

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