Ao fim de uma semana em Faro começo a notar as coisas que eram parte do meu quotidiano e que agora estranho. Enumero algumas:
- Tenho de confirmar a importância premindo a tecla verde antes de introduzir o meu pin;
- Ao pagar em dinheiro, as pessoas levam a mal se eu não deposito as moedas na mão de quem está à caixa;
- Os preços têm muitos menos dígitos mas são muito mais elevados, restaurantes sobretudo;
- A maioria das pessoas têm cabelo e olhos escuros;
- Os bares na Ilha de Tavira fecham à meia-noite. Tragédia!;
- Não devo atender o telefone com "hallo?" nem chamar empregados com "proszę" ou agradecer com "dzięki";
- Os óculos escuros são fundamentais;
- As pessoas ficam supersensibilizadas quando se lhes são abertas portas ou se passam em primeiro lugar;
- As imperiais têm metade do tamanho e o dobro do gás mas estão sempre frescas e vivas;
- Não chove;
- Andam bué de brasileiras de minissaia cuja coxa é mais larga que a ré do barco que faz a carreira Olhão-Culatra;
- O feijão com massa da minha tia continua delicioso. A corvina cozida com batatinha e feijão verde encharcado em azeite também;
- A matrícula dos carros já vai em 22-HR-22
- Os multibancos são em português e dão euros;
- A concentração das motas começa já amanhã = 3 noites sem dormir;
- Estou mais gordinho do que no Natal (esta apanhou-me de surpresa);
- Ninguém em Faro sabia que estava para abrir um IKEA no concelho mas que por questiúnculas políticas passou para Loulé. A propósito, a estrada para Loulé continua má;
- Fala-se muito depressa, sem algumas vogais ou sílabas. Diz-se "da morte" em vez de "bom", "atão na sabes?" em vez de "exatamente" e "em monte" em vez de "muito";
- Ouvir a língua portuguesa na rua é perfeitamente banal e não é motivo para virar a cabeça para saber quem está a falar;
- Posso perguntar "como estás?" sem que a pessoa descreva literalmente o seu estado fisico-psíquico;
Passei uns dias atordoado com o choque cultural que foi ter regressado à raíz, mas já vai passando. Tal como o vergonhoso escaldão que apanhei no fim de semana depois de duas tardes de futevólei.
3 comentários:
Olá compatrota exilado na Polónia e de volta ao Algarve. Por acaso tenho pessoas de família nessa região.
Aqui em Krakow eu direi que estamos num país tropical. Os decotes, as mini-saias e sei lá mais que são mesmo mini. Imagina se as Polacas estivessem em Portugal. Com o calor daí estariam nuas.
Bom regresso às origens, boas férias e aproveita bastante.
Manda uns graus de sol daí... Daqui envio-te um carregamento de cabeças amarelas.... ehhehehe... e tão boas que elas são... mama mia... que corpos...
eu sei, amigo. eu sei. procuro não me lembrar disso q;)
Welcome back to Allgarve :-)
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