segunda-feira, 17 de março de 2014

Largos dias têm trinta anos

Slimani O golo de Slimani é consequência duma jogada em que o jogador que faz a assistência ao argelino, André Martins, recebe a bola de William Carvalho em posição irregular. Essa situação não foi detetada pelo árbitro assistente que acompanhava o ataque sportinguista, não foi vista por nenhum espetador presente no estádio, não foi assinalada pelos narradores desportivos das rádios que relatavam o jogo - bem pelo contrário, afiançavam que Abdoulaye estava a pôr o médio sportinguista em jogo -, não foi contestada por nenhum portista no decorrer da jogada, não foi protestada depois de ter resultado em golo e só foi aventada por Luís Castro depois do final da partida, o que significa que foi um lance difícil de ajuizar. Este lance é usado como argumento nas queixas e lamentos dos portistas que se sentiram prejudicados em Alvalade e perderam o jogo, dizem, devido uma arbitragem tendenciosa favorecendo o Sporting.

Eu comecei a interessar-me pelo futebol de forma mais séria quando tinha 9 ou 10 anos, quando os meus tios começaram a levar-me ao Estádio de S. Luís para ver o Farense. Eles tinham lugar cativo e viam a bola na companhia de outros ilustres farenses como o Sr.. Leonel Horta dos supermercados que abria sempre um espacinho para eu poder ver o jogo perto dos meus tios mesmo que eu não tivesse autorização para estar naquele setor. Ele não se ralava muito com isso porque sabia que eu não aguentava lá muito tempo, mal a bola começava a passar pelos pés de Gil, Bukovac, Nélson Borges e o 'El Feo' Fortes e eu abalava para a bancada por trás da baliza do adversário para ver melhor os ataques do Farense, ouvir a chuteira na bola e as conversas dos jogadores, cheirar a relva. Era uma coisa mágica  passar a tarde de domingo naquele ambiente e mais mágico se tornava quando nomes enormes como Manuel Fernandes, Shéu, Gomes, Jordão, Carlos Manuel, Futre pisavam a mesma relva que os jogadores do meu Farense. As estrelas maiores do futebol português a jogar em Faro, quanta honra! Foi assim que comecei a gostar de ver futebol, que comecei a entender o futebol e a perceber de futebol. Se sempre fui Farense, escolhi o meu 'clube grande' de acordo com o que me pareceu mais de acordo com os meus valores. Com naquele tempo não havia portismo em Faro, a opção era entre os rivais da 2ª Circular e pendi para o Sporting porque notei que os meus amigos mais fixes eram do Sporting ao passo que os que não eram do Sporting tinham sempre qualquer coisa de que eu não gostava. Ou a rua onde viviam, ou porque eram (mais) malcriados (do que eu), ou eram manientos mas havia sempre algo que eu conotava com o clube vermelho. Daí que, mesmo sendo o meu avô lampião até à medula, dei em sportinguista, por exclusão de partes.

À medida que fui crescendo fui também compreendendo melhor as regras do futebol português, fui vendo que essas eram regras sujas e tortas, que eram adulteradas por um grupo de pessoas que não olhavam a meios para alcançar a vitória, que viciavam a verdade desportiva para chegar ao êxito. Para essas pessoas os fins justificavam os meios e criaram um tal poder e uma tal influência que se tornaram intocáveis, no desporto, na justiça, na sociedade. Apesar das provas públicas de falsidade continuaram impunes a somar conquistas, a revolta dos adversários afundava-se no fosso profundo e lamacento da corrupção, único modus operandi desse clube, o FC Porto. Vozes revoltadas eram abafadas pelas baforadas nas casas de alterne onde se combinavam resultados e compravam-se árbitros, as gargalhadas cínicas do bando calavam os adversários que protestava mais um penálti, mais uma expulsão, mais um golo ilegal, mais um roubo. Provada e comprovadamente, o FC Porto construiu o seu passado recente de êxito alicerçado na batota e na violação de regras. É um clube de gente corrupta, de canalhas e que representa uma filosofia criminosa. A classe dirigente do FC Porto são o pior exemplo de dirigismo desportivo, causaram prejuízos enormes à credibilidade do futebol português e sempre fizeram disso alarde. Objetivamente, o FC Porto enfraqueceu os seus rivais de forma irregular, atropelando e agredindo, pressionando e ofendendo, roubando e fugindo. Fizeram-no durante décadas.

O FC Porto diz que foi prejudicado em Alvalade por causa dum fora-de-jogo de milésimos de segundo. Eu, sportinguista, adepto português de futebol, fui prejudicado durante largos trinta anos pela contínua trapaça e corrupção que o FC Porto praticou. Mesmo que o FC Porto fosse escandalosamente roubado nos próximos cinco campeonatos, ainda teriam saldo positivo. Portanto, e peço desculpa pelo tabuísmo, vão para a grandessíssima puta que vos pariu, bimbos de merda, e inchem, corruptos! Que é para provarem o veneno que serviram a Portugal nas últimas três décadas.
 
PS – Duas últimas notas.
Primeira, lamentar o infortúnio de Helton. Grande guarda-redes, grande pessoa, sóbrio e ponderado, um exemplo de desportista que não merece uma lesão grave nesta fase da carreira. Rápidas melhoras!
Segunda, já escolhi o que quero receber no Natal. Pilro, Iniesta e William Carvalho. Os três juntos a jogarem futebol no meu quintal. Se Fernando é ‘O Polvo’, então Sir William é ‘A Aranha’.
 
Sir.William

2 comentários:

Ryan disse...

O FCP nos próximos 30 anos deveria ficar calado se sofrer algum dano dentro de campo (não falo de porrada). Prejudicaram mais o futebol Portugues do que o promoveram. Se em Italia conseguiram por a minha Juve na segunda divisao em Portugal mostra bem o Estado Mafioso que temos.
Em relação a fugir. So os ratos e que fogem mas quando a "justiça" foi la a casa o rato fugiu para Espanha.

PM Misha disse...

precisamente! subscrevo o teu comentário por inteiro.