14.000 pessoas (quase 1 em cada 3 habitantes de Faro) juntaram-se no mítico Estádio de São Luís para celebrar o regresso do Sporting Clube Farense aos campeonatos profissionais, um passo mais no caminho árduo que o clube está a percorrer até chegar ao seu local de sempre – a Superliga. Um farense residente em Varsóvia devorou cigarros ouvindo o relato e abriu uma Amarguinha para comemorar a vitória e a ascensão à II Liga.
Se és de Faro, és do Farense!
A saga dum filho de Faro na Polónia (em Bielany, no norte de Varsóvia) - desde 2007
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Força Farense, alé!
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Do desejado mas inútil sol do mês de abril
quinta-feira, 11 de abril de 2013
O país das estátuas gigantes
É sobejamente famosa a forma como a Igreja manipula a informação e o raciocínio de uma parte significativa da população polaca, tanto que 30% de polacos continua a acreditar que Smoleńsk foi mesmo atentado porque o presidente Lech Kaczyński detestava os russos e por isso o Kremlin queria
limpar-lhe o sarampo. É também conhecida a estapafúrdia estátua de Jesus Cristo erigida sabe-se lá com que fundos nos arredores dum vilarejo de 20.000 almas chamado Świębodzin, um mamarracho de 36 metros de altura que até ficou direcionado... para a Alemanha. Pois a autoridade-sombra volta a ser notícia pela iminente inauguração em Częstochowa duma estátua de 14 metros de João Paulo II, objeto considerado a maior estátua do mundo ao papa polaco, obra polémica na ótica de vários arquitetos devido à escala, aos materiais utilizados (plástico) e ao seu posicionamento que obstrói uma das principais entradas rodoviárias da cidade.
Częstochowa é a capital espiritual da Polónia, cidade gémea de Fátima, e é lar de 235.000 pessoas. Talvez seja o único lugar onde tal construção tem cabimento mas começo a ficar preocupado com as preocupações dos polacos, protestam que os hospitais não têm meios e que as estradas são das piores do continente porém canalizam uma pipa de massa para este tipo de aquisições perfeitamente dispensáveis. Fica uma pergunta no ar para alguém me esclarecer, qual a diferença em conceito entre as estátuas acimas mencionadas e estas recentes levantadas em solo polaco?
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Postais da Polónia - 18
O primeiro estabelecimento deste cariz foi criado em Varsóvia pelo senhor Stanisław Dłużewski no distante ano de 1896 e tinha a função de servir refeições com base em laticínios, legumes e farináceos. A ideia pegou facilmente e assistiu-se à abertura de casas semelhantes por todo o país até que em 1918 o Estado nacionalizou os bares de leite regulamentando os preços e menus tornando-os acessíveis apenas aos cidadãos com maior poder de compra. Posteriormente o regime socialista adotou o conceito para responder às necessidades dos trabalhadores que não tinham cantina no seu posto de trabalho e expandiu-o cobrindo toda a Polónia e popularizando o novo lugar de comida rápida onde todos podiam obter uma refeição quente por um preço justo. Presentemente os bares de leite oferecem principalmente especialidades da gastronomia polaca como os pierogi, o joelho de porco ou pyzy que são bolas de batata com farinha que se comem em substituição das próprias batatas. Os preços estão afixados num menu inalterável colocado numa parede do restaurante, cada refeição custa em média um terço do que é cobrado pelo mesmo prato num restaurante privado, o cliente dirige-se à caixa anunciando a sua escolha após o que lhe é entregado um talão o qual será posteriormente passado à funcionária que dispensará o prato pedido. Depois de terminar a refeição o cliente tem de levantar a mesa, devolver os pratos sujos e assegurar a higiene do lugar que ocupou.

sábado, 6 de abril de 2013
O hotel mais caro do Leste
Todas as grandes cidades polacas possuem uma Izba Wytrzeźwień, uma câmara onde os ébrios são levados para se recuperarem da bebedeira. Estas unidades fornecem cuidados de saúde às pessoas em estado de embriaguez tão avançado que descuidam a sua condição higiénico-sanitária, para aqueles cuja bezana represente ameaça à ordem pública ou perigo no local de trabalho, em caso de violência doméstica sob o efeito do álcool, dispõem ainda de um serviço de desintoxicação e de alguns mecanismos de tratamento do alcoolismo. As Izba são fundamentais para o controle do alcoolismo na Polónia porquanto removem os bêbados da rua e levam-nos para um local seguro e onde podem ’curtir a bebedeira’ sem representarem perigo par ninguém, nem para eles próprios. Nestes locais existem condições para o bêbado ser cuidado e tratado sem que se ocupem outros serviços de cuidados médicos como hospitais ou centros de saúde. Durante o inverno é comum verem-se homens (principalmente) entorpecidos sentados ou deitados nos bancos das ruas, são esses homens e mulheres os principais elementos duma longa lista de vítimas de acidentes relacionados com o álcool e o frio, pessoas que adormecem embriagadas para nunca mais acordarem ou que vagueiam por zonas potencialmente perigosas como ruas movimentadas, margens de rios ou caminhos ferroviários. Por esse motivo é obrigatório reportar às autoridades se for detetado um bêbado em risco.
O alcoolismo é um problema sério na sociedade polaca, o hábito do álcool está enraizado nas tradições deste povo como ferramenta de desinibição e de confraternização. Beber é um ato social, de amizade e fraternidade e aquele que não bebe corre o risco de ser marginalizado. Com álcool fecham-se negócios – dizia-se que as partes negociantes ficavam mais tolerantes e abertas ao entendimento depois de convenientemente regadas e por isso os polacos já não vão a jantares de negócios com os russos, porque estes são autênticas esponjas e encostam-nos às cordas –, celebram-se efemérides, selam-se uniões de sangue, comemoram-se êxitos e afogam-se desilusões. É uma situação perfeitamente aceitável virar uma garrafa de vodca com amigos durante uma noite de copos, bebem-se imperiais de litro e meio litro ao jantar, não é raro ver raparigas completamente desgraçadas a caminho dos táxis ou autocarros que as hão-de levar a casa depois de vários assaltos de cerveja. A bebedeira não é vista com horror pelos polacos, antes o epílogo incomodativo mas aceitável dum festejo que correu bem.
Porém, e apesar de existirem lojas que comercializam bebidas alcoólicas abertas 24 horas por dia, o Governo e as autoridades estão cada vez mais atentos às bebedices de rua impondo limites e autuando os que saem da linha. É proibido consumir álcool na via pública nem que seja uma inócua lata de cerveja, bares e restaurantes necessitam duma licença especial para a venda de bebidas alcoólicas, jovens menores de idade estão impedidos de adquirirem tais produtos e se alguém for intercetado pela polícia em estado de intoxicação será imediata e compulsivamente levada para uma das Izba até que ressaque completamente. Casos foram relatados de pessoas que tiveram de passar dois dias na estação para se livrar da carraspana, uma estadia que não deve ter ficado barata uma vez que todos os cuidados prestados ficam por conta do utente.
Há cidades que encerraram a sua Izba Wytrzeźwień como medida de poupança, decisões que não tiveram bom resultado como no caso de Kielce que fechou a sua unidade em 2010 provocando uma inundação de indivíduos alcoolizados no hospital trazidos pela polícia, situação que dificultou a vida do pessoal médico que teve de passar a lidar com um número grande de bêbados agressivos ao passo que na ‘estação de ressaca’ os embriagados são apenas trancados numa sala requerendo menos pessoal médico e de autoridade para sua vigilância. Apesar de alguma polémica levantada por relatos de maus tratos e de desrespeito pelos direitos humanos que de vez em quando são emitidos, as Izba Wytrzeźwień continuam sendo um importante mecanismo de controle e tratamento do alcoolismo na Polónia sendo altamente enaltecidas por muitos responsáveis e elementos do Poder Local.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Azedume
Não há outro pecado além da estupidez
Oscar Wilde