O Princípio de Peter diz que todo o funcionário tende a ser promovido até ao nível da sua incompetência e esta frase podia ser a legenda a acompanhar as peripécias de José Eduardo Bettencourt como presidente do Sporting. Não vou esmiuçar os passos perdidos do dirigente leonino porque essa é matéria para os especialistas, vou apenas deixar a opinião dum adepto anónimo que vale aquilo que vale.
JEB é um sportinguista acima de qualquer suspeita, adepto de cachecol ao pescoço e de palavrão na boca se for caso disso. Sente o Sporting como poucos, sofre com Ele e sente-se incapaz de negar a sua ajuda ao Clube. Participou em estruturas de SAD e foi preponderante no melhor negócio do Sporting dos últimos 100 anos que foi trocar Spehar, Mpenza e Horvath pelo 60-golos-por-época Jardel. Infelizmente foi o sportinguismo agudo que o tramou e ao Sporting porque da mesma forma que Carlos Queiroz nunca será um bom treinador de banco, embora seja mestre na planificação e estruturação duma equipa de futebol, JEB nunca será um bom presidente de clube apesar de ser um gestor de méritos reconhecidos e de honestidade insuspeita.
O que lixou o Sporting (e JEB) foi o surgimento duma conjuntura que tornou inevitável a sua candidatura a presidente e consequente vitória, conjuntura consubstanciada em ausência de concorrência credível, discurso apelativo ao sócio e adepto, com mais bola e menos banca. Ele nunca escondeu essa ambição, o sonho de menino, de ser presidente do seu Clube. Era então ou nunca e JEB aceitou o desafio que o Sporting lhe propôs, o Clube precisava dele e ele serviu-o mesmo contra os conselhos de muitos que lhe estavam próximos. Assim é JEB, no Sporting o coração sobrepõe-se à razão.
Mas o “Obama Branco” não é o homem certo e isso viu-se na forma como se despistava em declarações aberrantes como copiar o FC Porto, comentar o fundo de investimento que tem parceria com os gajos do outro lado da rua, Paulo Bento forever, vender Tonel e comprar Torsiglieri, renovar com o Pedro Silva, maçãs podres relativizadas, Pongolle por 6 milhões e comparar o seu salário com o do Abel. Costinha serviu para passar o microfone e evitar mais dislates mas foi pior a emenda, repetida com Couceiro, do que o soneto com Izmailov a ver assinada uma certidão de óbito prematura e declarações de anti-qualquer coisa que não dignificam nada nem ninguém.
Que se escreva em acta que não critico JEB, ele fez o que qualquer sportinguista faria no lugar dele, chegou-se à frente quando o Clube estava aflito, ajudou, foi corajoso e não precisava de mais dores de cabeça quando assumiu o cargo. Não fez melhor porque não sabe, porque é um homem de cifrões e não de pitões, porque se rodeou mal devido a não ter vocação para o cargo. Se calhar precisava de mais tempo mas o Sporting não tem tempo, está a soro, ligado à máquina e em morte cerebral. Preocupa-me é a completa ausência de alternativas credíveis, de sportinguistas competentes, de homens de trabalho que se dediquem mais a devolver ao Clube a dimensão outrora tida do que vestirem Tommy Hilfiger com sapatos de vela.
Precisamos de sportinguistas, eles que se cheguem à frente como JEB fez (e se não for pedir muito, que impeçam o Rogério Alves de se candidatar).
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