Meio da tarde e a sauna em que se transformou a sala de aula é pouco menos que insuportável, bizarro este país em que se abre o frigorífico no verão e está mais fresco do que na rua mas que no inverno está mais calor dentro do mesmo frigorífico do que na mesma rua. Encaro o quente como uma benção, aquilo por que esperei durante cinco longo meses, algo como 150 dias de frio e escuridão durante os quais desejei estas temperaturas, devo não ser ingrato e aprender a valorizar estas condições climatéricas porque não efémeras e deixarão muitas saudades a curto termo. Pronto, não reclamo mais.
Aceito o sol e a canícula, é melhor que aceite porque daqui por três semanas começa a nevar e convém que esprema todo este sol até ao tutano. Cai-me o crómio para níveis perigosos porque me arde o estômago de fome, aparecem-me apetites de coisas doces, bolos com creme e leite gelado. Epá!, uma pata de veado agora partia o mar todo!
Mas não. Estou rodeado por um Subway, um MacDonald’s, uma pizaria e um restaurante de comida polaca. Não há pastelarias como as que nós temos em Portugal, de bolos frescos e doces porque aqui os bolos são secos e não tão doces. O sernik, bolo de queijo, é a coisa mais parecida a um bolinho português mas não é o mesmo que um mil-folhas ou que uma lula. Os croissants têm recheio de ovos e amêndoa porque vêm sempre com aqueles sabores silvestres tipo amora ou groselha negra, paladares que me arrepiam os dentes. Sabores ferozes, para mim irritantes e pouco suaves comparados com o creme de ovos das deliciosas Bolas de Berlim da fábrica em Faro ou da baunilha que aromatiza tantas sobremesas portuguesas.
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