terça-feira, 6 de julho de 2010

I - Das eleições presidenciais

POLAND-PARLIAMENT-KOMOROWSKI A segunda volta das eleições presidenciais na Polónia determinaram Bronisław Komorowski da PO (Plataforma Cívica) como vencedor e futuro Presidente da República, um resultado que veio de encontro ao que vaticinavam as sondagens efetuadas à boca das urnas que apontavam o candidado liberal como obtendo aproximadamente 53% dos votos contra 47% do conservador Jarosław Kaczyński. Esta votação apanha-me um pouco de surpresa pois eu esperava uma maior votação no PiS (Kaczyński) por três motivos: Primeiro, porque nenhum dos candidatos afastados na primeira volta expressou publicamente o seu apoio em nenhum dos dois candidatos finalistas; Segundo, porque a segunda volta das eleições foi marcada para o primeiro fim de semana de julho que é a altura em que muitos polacos entram de férias, consequentemente abandonam as cidades onde moram, e que coincidiu com o evento Open’Er – um Festival do Sudoeste à polaca e que teoricamente prejudicaria Komorowski na medida em que a base de apoio deste reside precisamente na população jovem e urbana em oposição ao eleitorado de Kaczyński, mais idoso e concentrado no Leste rural como podemos ver na ilustração abaixo, que é mais disciplinado e não falha nos momentos de mobilização; Terceiro e último, o voto por comiseração, por solidariedade, pelo luto do gémeo que morreu em prol da Pátria.

Os meus medos não se concretizaram e a Polónia assistiu ao completar  da viragem ao centro, uma boa notícia para os investidores estrangeiros que receavam as posições anti-europeias do PiSMapa de votação e que faziam figas para que a PO ganhasse mas também para os polacos modernos e pró-europeus que não quiseram ficar refém duma conjuntura em que o Poder da Igreja fosse maior do que o Poder do Estado e assinaram o decreto que põe fim à Era-Kaczyński. Apesar duma taxa de abstenção cifrada em 45% (quase metade dos cidadãos eleitores) os votantes deram carta branca ao partido liberal para gerir os destinos da Polónia uma vez que Presidente e Primeiro-Ministro falam a mesma linguagem. O futuro parece agora mais risonho para o maior país da Europa Central devido à sua prevista convergência de políticas comuns com os parceiros da União Europeia como a França cujo presidente Sarkozy já convidou Komorowski a visitar o Eliseu “tão brevemente quanto possível”, vamos ver se as expectativas se confirmam e se a Polónia dá o tão ansiado pulo qualitativo que tem prometido.

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