quinta-feira, 3 de junho de 2010

Varsóvia submersa

Um pé de água de dimensões bíblicas caiu sobre Varsóvia inundando várias zonas do distrito de Ursynów onde habito, situação que se passou enquanto estive no cinema, ou seja, numa questão de hora e meia.

Chuva1O estranho céu apocalíptico que parecia cair sobre a cidade aliado ao aviso de que a estação de metropolitano de Imielin (uma antes da minha) estava fechada não fazia prever uma situação destas. A chuva era miudinha e não adivinhava a imensa lagoa em que a baixa de Ursynów, especialmente a minha rua, se tornou com a água a subir à altura de meio metro, tive de andar com água pelo joelho umas boas dezenas de metros pisando o que me parecia ser ramos de árvores até chegar ao portão do condomínio. Os autocarros circulam muito devagar porque o rio em que a rua se tornos quase lhes cobre as rodas, o nível de água da garagem estará decididamente pela minha cintura, muitos carros ficaram avariados e com o seu interior danificado pela água e os que se salvaram das garagens entraram nos parques infantis temporariamente transformados em parques de estacionamento.

Este é o resultado da mais recente tempestade na capital polaca, uma situação habitual nos meses mais quentes do ano mas não com a fenomenal dimensão de hoje. Não se tinha visto tal calamidade quando o Vístula cresceu e alagou as zonas mais próximas, muito menos em Ursynów que fica a 8km do rio. Alguns voos previstos para aterrarem em Varsóvia foram desviados para aeroportos vizinhos como Berlim. As sirenes dos bombeiros e da Obrona Cywilna dão conta do problema que têm em mãos que, pelos vistos, vai durar a noite toda. Aquela água que tenho ali aos pés de casa não tem ar de que vai dali para outro lugar tão cedo, ainda por cima recomeçou a chover.

Abaixo o leitor poderá ter uma amostra do que foi este princípio de noite no sul de Varsóvia, as minhas desculpas pela fraca qualidade da imagem.

1 comentário:

Ricardo disse...

Porra... isso foi mesmo mau. :( Por aqui em Łódź ainda não se sentiram tais efeitos mas talvez seja uma questão de tempo.