terça-feira, 15 de junho de 2010

E os burros somos nós?

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; e não estou seguro sobre a infinitude do universo.” Albert Einstein

Queria não escrever sobre o Mundial mas após a pobre exibição que Portugal protagonizou esta tarde penso que devo publicar algumas reflexões, a ver se os leitores concordam:

  1. Mourinho tem razão quando diz que “nem com Ronaldo a 1000 à hora. Porque Ronaldo não está de facto nem a 50 à hora e porque Ronaldo não está / é jogador de equipa, Contei duas ou três vezes em que insistiu no lance individual perdendo a bola quando tinha companheiros melhor colocados para dar seguimento à jogada;
  2. “Queiroz é pior selecionador do que Domenech” e não sou eu que o digo, é um polaco meu amigo. O professor pode ser muito bom a organizar gabinetes, a preencher folhas de Excel, a planificar sucessivas reestruturações mas de bola… pouco percebe. Não é intuitivo, não sabe ler, não tem modelo, não intervém. É nulo, inoperante e ineficaz nas mexidas na equipa e qualquer Jorge Jesus dá-lhe 10 a 0 no banco. Riade e Lisboa foram produto da “Geração de Ouro”, aquela equipa jogando em piloto automático como Humberto Coelho a pôs em 2000 dava bailes a toda a gente;
  3. Não temos agressividade, não atacamos a bola, não ganhamos a primeira, segunda nem a terceira bola. Por incrível que pareça jogámos no erro da Costa do Marfim, trocando infinitamente a bola à entrada do meio campo enquanto os marfineses defendiam com 11 elementos a 2/3 metros atrás da divisória. Deco não se mexia, Meireles também não, Pedro Mendes não sabe nem é suposto construir, Danny não se viu, Ronaldo queria engolir a bola. Sobrava o Levezinho no meio de 3 ou 4 elefantes com mais meio metro de altura (e largura) que ele. A solução? Barranaços de Bruno Alves para o peito dos defesas africanos, não conseguimos criar uma tabela, um envolvimento, uma desmarcação nem um desequilíbrio;
  4. Isso porque não temos um criador, um pensador de jogo. Deco está a milhas do que nos habituou (e agora de azia com Queiroz), Tiago entrou bem mas não é pão nem bolo. As alas não existiram, a bola foi trocada 300 e tal vezes entre Bruno Alves e Ricardo Carvalho até o primeiro esticar na frente para coisa nenhuma;
  5. Esticar na frente onde não havia o 1,93m de Hugo Almeida para dar luta aos latagões africanos, o pobre Liedson é que tinha a obrigação de ganhar as bolas de cabeça, rabear atrás deles e meter a menina lá dentro. Em vez do panzer português, a cinco minutos do fim, entrou o jogador mais entrosado, mais familiarizado, mais rotinado, preparado e adequado para mudar o rumo do jogo: Ruben Amorim.

Mas calma, leitor, que há uma justificação do desaire: A proteção do Drogba! O Professor Carlos Queiroz declarou que o avançado que jogou 25 minutos a meio gás, quase parado, usou um acessório que causou a não-vitória de Portugal.

Então está bem. Podemos continuar sem atitude e sem audácia, sem uma estratégia coerente com os jogadores que temos, podemos continuar a preparar um Saltillo africano em perfeita tranquilidade, podemos seguir desconhecendo a verdadeira história do afastamento de Nani que mais nenhum dos nossos adversários jogará de proteção no braço e vamos ganhar fácil.

É extraordinário o ridículo em que algumas pessoas caem…

1 comentário:

Ryan disse...

Desde que Carlos Queiroz foi o escolhido para ser treinador das Quinas que nunca gostei da opcao. A verdade revelou-se no primeiro jogo. Queiroz e bom adjunto mas nao e um treinador principal. Queiroz nao sabe motivar. Queiroz nao sabe orientar uma equipa. Scolari poderia nao ser um excelente estratega mas foi bom gestor dos recursos nacionais. Queiroz nem isso sabe fazer. Os jogadores fazem o que podem porque nao tem direccao. Imaginem um Jesualdo ou mesmo um Jorge Jesus dirigir a nossa seleccao. Desculpem algo que odeio... Clubite na selecao nem pensar, mas Portugal precisa de correr e jogar muito mais. O Jorge Jesus disse isso do Benfica e sabia do que falava. Se Queiroz se julga acimade toda a gente entao o problema e a arrogancia. Ai sim reside o problema da nossa seleccao. E ainda dizem que o burro era o Scolari. O Brasileiro teve o seu fim natural e era necessario renovar a nossa selecao. O que a Federacao fez foi enterrar a seleccao. Carece de um lider e de uma lideranca mais forte. Alguem que extraia de cada jogador o seu potencial. E nao apenas confie num dia bom do Ronaldo que geralmente nao marca e pouco joga.