terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cine Polónia - II

Os Dois Que Roubaram A Lua A indústria polaca de cinema tem produzido títulos que são conhecidos a nível internacional, casos do famoso Katyń que teve nova vida depois do desastre aéreo de Smolinsk em abril de 2010, e do recente W Ciemności que foi nomeado pela Academia das Artes e Ciências Cinematográficas para o Oscar de melhor filme estrangeiro. Até houve filmes portugueses que contaram com a presença de polacos como Piotr Adamczyk, um dos mais famosos atores polacos que foi protagonista no filme de Miguel Gaudêncio Second Life ao lado de nomes como Lúcia Moniz, Pedro Lima e Paulo Pires sendo que o polaco era o único … ator propriamente dito. Cineastas como Andrzej Wajda, Roman Polański e Rafał Wieczyński assinaram títulos memoráveis e mesmo em Hollywood há muitos polacos no negócio principalmente nas funções off-screen, é um exercício engraçado ver qual o genérico final dum filme que não tem um Kowalczyk ou um Nowak incluído (tal como ver se há alguma produção que não tenha um Souza ou um Silva mencionado).

A Polónia também produz filmes para o mercado interno, películas como Popiełuszko - baseado na história do jovem padre assassinado pela polícia secreta polaca devido às suas convicções e instigações pró-Cartazes de Carta Para M e O Amor Acontece Solidariedade - ou A Guerra Polaco-Russa foram sucessos recentes de bilheteira e demonstram a pujança duma indústria que serve 40 milhões de pessoas, das grandes cidades às vilas maus pequenas. Tal como em Portugal, o cinema na Polónia viveu a sua idade do ouro em tempos mais antigos na era da "comédia fina", um jeito subtil de entreter o público mas sempre no limiar do que era permitido pelo Estado do qual Sami Swoi ou Como Comecei a Segunda Guerra Mundial é um bom exemplo, uma arte condicionada pelos ditames do regime principalmente a partir da instauração da Lei Marcial em 1981. Era um cinema mais genuíno, mais autêntico, mais polaco.

Cartazes de Ocean's Twelve e Sztos 2 Agora a indústria vira-se mais para as grandes produções, filmes modernos que versam temas contemporâneos e comuns a qualquer sociedade ou civilização do planeta. O cinema polaco globalizou-se, cosmopolitizou-se, pega em fórmulas de sucesso em outros países e veste-as com roupagens polacas, transforma os nomes, muda Los Angeles ou Londres para Varsóvia ou Cracóvia e regista êxitos de biheteira mesmo que a arte e originalidade não sejam o principal atributo desde cinema mainstream. Até os cartazes publicitários têm enormes parecenças com os grandes sucessos de Hollywood.

O cinema polaco acompanha as tendências da moda e tenta estar na vanguarda do que se faz nos Estados Unidos da América, tem meios e profissionais técnicos de primeira qualidade e uma escola de cinema em Łódź com pergaminhos e reputação elevada no meio. Podia era ter argumentistas e publicitários mais criativos, é que o plágio a que ultimamente se têm votado para obter lucro rápido chega a ser motivo de escárnio e não dignifica o passado nobre da indústria cinematográfica polaca.

3 comentários:

Anónimo disse...

Você esqueceu do kac wawa. Cópia do filme kac vegas, em inglês the hangover.

PM Misha disse...

Não, não me esqueci. Mas se arranjares imagens comparativas dos cartazes eu agradeço.

Ryan disse...

Na verdade alguém há dias perguntou-me por filmes Portugueses eu fiquei naquela... talvez haja mas não sei onde.
E quando se fala em filmes Polacos existem muitos e como mencionas são um plagio. Há excepcoes como o filme nomeado este ano ou o Katyn (ou o tal da Batalha de Warszawa).
Como os meus gostos por cinema não passam pela gargalhada fácil, repetitiva (por vezes ate estúpida) das comédias românticas ou do que a moda produz então fico-me por não ver muito cinema. Mas atenção existe por ai bom cinema sobretudo o que não e tão comercial.