segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tiririca à la polonaise

 

Enviaram-me este artigo desde Portugal.

Szczolek A cantora polaca Sara May, um celebridade nos jornais do país, distribuiu cartazes em que aparece de biquini provocante, espreguiçada na areia, como parte da sua campanha eleitoral para um assento na Câmara Municipal de Varsóvia nas eleições de 21 de Novembro.

Vários dos cartazes - http://www.saramay.pl/blog.html - serão vistos no bairro de Bemowo, em Varsóvia, com o slogan «linda, independente, competente».

«Os feitos contam, não as palavras, por isso não vou prometer nada. Eu vivo em Bemowo, em Varsóvia», escreveu May - cujo verdadeiro nome é Katarzyna Szczołek – no seu site em inglês, acrescentando que iria tentar tornar a cidade um lugar melhor para se viver.

Utilizadores de Internet que fizeram comentários sobre os cartazes de May em vários sites não estavam interessados nas opiniões dela sobre política, preferindo manter amplos debates sobre o quanto a fotografia dela tinha sido melhorada digitalmente.

Tenho opinião pouco formada neste tema, não posso confirmar o slogan da menina – apenas discordar com o “linda” - desconheço a obra artística da rapariga em causa e a visita que fiz ao site dela confirmou as suspeitas de que não estarei interessado em conhecer. O ar dela é o típico das mulheres polacas que tostam debaixo do solário porque alguém lhes disse que ter a pele em tons de cor-de-laranja é sinal de beleza, tem aparência de bimba pirosa sublinhado pelo uso de jóias na praia, sinal pimba inequívoco. Além disso Bemowo fica a 10km do Centro de Varsóvia, onde trabalho, e a 25 de Ursynów que é onde vivo, só vou a Bemowo para jogar futebol às quartas e aos domingos e ainda não prestei atenção aos cartazes de propaganda política.

Mas… para alguém que perdeu toda a fé nos políticos da sua própria terra, o surgimento desta catraia não deixa de ser uma espécie de lufadaJoão Bolacha de ar fresco que me leva a acreditar cada vez mais no lema “vote nas  putas porque temos votado nos filhos delas e não tem dado resultado” especialmente depois do cúmulo do ridículo e da incrível falta de pudor da minha região se ter lembrado de desenterrar o “João Bolacha” para cabeça de lista do PS nas últimas eleições legislativas. Alguns podem encarar a Kasia Szczołek e o Tiririca como uma falta de respeito para com as Instituições sendo que a política é uma coisa para se levar a sério. 

E o que é que os políticos têm feito até agora, não tem sido gozar com eleitorado?

4 comentários:

Ryan disse...

Amigo Misha. Não tiro nem uma virgula ao que dizes sobre os políticos. Em Portugal e talvez na Polónia, não sei, passamos o tempo a ser enganado. Não pelas promessas pois há muito que sabemos que são como o vento mas por nunca servirem as populações. Então todo esse folclore de Tiriricas ou Tino de Rans ou seja la quem for a mim não incomoda.

Geraldo Geraldes disse...

Misha, nesta 6a tive com ex-colegas de curso, e so posso dizer que ate assusta ouvir as justificacoes deles para terem votado em quem votaram. A culpa nao e' dos politicos. E' de quem vota (e quem nao vota sequer) que se contenta com pouco.
Quanto 'a candidata, so' posso desejar a maior das sortes. E se Varsovia ja levou com um Kaczinski a presidente da camara, com esta mocoila ficaria bem melhor servida.

Gabi disse...

Olha, sendo brasileira e paulista, você imagina a vergonha que senti vendo o Tiririca ser eleito, e mais ainda sabendo que tal absurdo já atravessou o Atlantico, e metade do mundo está fazendo piada...
Mas é isso mesmo...maior que os candidatos, o problema está na populaçao que vota! Que enquanto vota pensa que está fazendo gracinha, e depois esses "representantes" ficam fazendo gracinha com a nossa cara por anos!

PM Misha disse...

gabi,
o problema está nos candidatos, nas pessoas que votam nesses candidatos, nos outros candidatos que não têm credibilidade e que fazem as pessoas votarem nesses candidatos, na inexistência de candidatos alternativos que sejam realmente competentes, honestos e empreendedores.

perante a total desilusão do eleitorado para com os candidatos ditos "a sério" voltaram-se para os candidatos ditos "palhaços". é um protesto válido e uma maneira diplomática de dizer aos outros candidatos "prefiro este parvo no parlamento do que tu que te chamas sério"