segunda-feira, 10 de agosto de 2009

À beira-mar sentado

Um dos prazeres que tenho quando chega o verão é sentar-me debaixo do alpendre depois do almoço, voltar-me para a Ria e folhear o Público. Não me detenho a ler as notícias, o mundo está demasiado mau para eu queimar tempo aborrecendo-me mas ao domingo, então, é um gozo viajar através da Fugas e conhecer destinos longínquos que me fazem sonhar com viagens inalcançáveis, como para a Islândia onde tenho uma sandes de tubarão prometida por uma amiga "virtual" já há mais de 4 anos.

A Fugas levou-me de novo para a Polónia, os repórteres viajaram para o meu país adotivo e entretiveram-se a descobrir os pequenos encantos que a Polónia tem: Cracóvia, Zakopane, a mina de sal em Wieliczka (Património da Humanidade da Unesco) e recolheram imagens que fazem parte do meu quotidiano varsoviano como o contraste curioso entre comunismo e capitalismo existente entre o Palácio da Cultura e o Hard Rock Café que convivem na mesma rua da capital polaca. É também interessante ler a curta coluna que o Miguel Esteves Cardoso tem na penúltima página, sempre um olhar sobre pequenos nadas do dia-a-dia que são escritos com a simplicidade das coisas perfeitas, um hábito diário que readquiri na Praia de Faro.

Perguntam-me muitas vezes de que senti mais saudades durante a minha estada na Polónia, se do sol, amigos, comida, família. Senti saudades de Portugal, do idioma escrito e falado em toda a parte, da forma franca e explícita de se exprimirem as emoções, de abraçar as pessoas ou mandá-las bordamerda sem pruridos, de largar um barrano na mesa ou gargalhar escandalosamente, dos cheiros e cores, das festas e celebrações (ontem, Bob Sinclair ao vivo na Sé até às 5:30!).

Portugal é isto, felizmente genuíno e sem máscaras, capaz de chorar sangue e de rir até desmaiar no minuto seguinte. E é tão bom poder deitar para fora o que nos vai na alma.

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