5 jogos oficiais depois o Sporting conquistou zero vitórias, um registo escuro que deixa a nação sportinguista preocupada e pessimista. Curiosamente um pessimismo que não é de todo imprevisto pois há muito que se tem vindo a notar a desconfiança dos sportinguistas na sua equipa de futebol. Têm razão para andarem desconfiados se repararmos na miséria que foram os jogos de preparação em termos de resultados e de exibições. Na mira, Paulo Bento.
Friso que aplaudi a escolha do atual técnico do Sporting para substituir José Peseiro pois trata-se dum treinador jovem, ambicioso, que conhece o futebol por ter experiência de cabine e de saber como pensam os jogadores, uma vantagem em relação aos treinadores de diploma. A sua frase “de que vale jogar como nunca e perder como sempre” fez-me imediatamente que tínhamos homem ao leme da equipa e que iríamos jogar com a raça que Paulo Bento sempre patenteou enquanto jogador.
Algumas Taças e Supertaças (e zero campeonatos) depois o Sporting já não é novidade para ninguém, o modelo do losango é um livro aberto, rígido, previsível e que não surpreende. As bolas paradas ofensivas são ineficientes, os pontapés de canto morrem na defesa contrária por défice de centímetros dos verde-e-brancos ou diluem-se na rotina irritante do canto curto que nunca teve finalização positiva. Os envolvimentos na direita não têm consequência porque o lateral que devia fazer o cruzamento é ruim, seja Pedro Silva ou Abel. A propósito de laterais direitos, a substituição de um ou outro por Pereirinha arrisca-se a fazer parte do repertório dos Gato Fedorento de tão anedótica que se tornou – se é para serem substituídos porque não apostar em Pereirinha de início e fixá-lo desde já à posição?!. Qualquer alteração é sempre ela-por-ela, não há um plano de contigência para quando as coisas correm mal, é sempre aquele rame-rame do princípio ao fim, jogadores sem agressividade, sem explosão, sem brilho. Um fio de jogo monótono como uma novela portuguesa sempre com os mesmos protagonistas e de conclusão antevista. Polga enterra em todos os jogos, Carriço desaprende com o brasileiro e Caneira e Tonel fervem no banco, Abel e Pedro Silva juntos não fazem um, Moutinho está preso á tática comprometendo a sua evolução enquanto futebolista, Veloso percebeu que a melhor maneira de abandonar o barco é jogando bem e justificar uma transferência, Vuk é uma sombra, Rochemback quer sair, nenhum jogador parece motivado para jogar no Sporting. Quem sai em defesa da equipa? Quem dá um grito?
Pedro Barbosa é prefeitamente invisível surgindo apenas enquanto representante do clube nos sorteios das provas em que o Sporting participa; Carlos Pereira apresentou, no final do jogo contra o Braga, um discurso estúpido justificando a derrota com o eventual erro de Olegário Benquerença ao não assinalar uma grande penalidade no lance com
Moisés, um lance que ninguém em consciência pode ajuizar como ilegal por ter sido um remate à queima-roupa, em vez de fazer uma leitura real da bosta de jogo que o Sporting fez, desgarrado, desconexado, sem ligação entre os sectores, sem agressividade nem esclarecimento, sem noção do que fazer; Bettencourt vive na bolha de euforia que foi criada por ter sido eleito presidente do seu clube e não mede as palavras, mandando bojardas e loas absolutamente escusadas aos rivais em vez de fortificar as hostes; Paulo Bento é incapaz de mobilizar e animar os adeptos por ter a imagem desgastada ao ter de dar sempre o corpo às balas e por teimosamente não ter alternativa tática ao losango de todas as irritações, além disso compra guerras no plantel com o seu bullying do qual alguns ativos da SAD saíram desvalorizados. O Sporting definha, impera o laxismo desde o topo da hierarquia até ao tratador da relva, perder é normal, empatar é fixe, ganhar é a exceção.
Em todas as grandes equipas há um capitão que encarna a mística do clube: Ferdinand, Bruno Alves, Puyol, Terry, Van Bommel, jogadores que batem na mãe para defenderem o emblema se for preciso. No sábado, já o Braga ganhava por 1-2, Mateus caíu sobre a linha lateral e rebolou para dentro do campo para ganhar tempo. Oceano, Petit ou Jorge Costa tinham chutado o minhoto para fora dos limites do concelho para que o jogo se reatasse. Os jogadores sportinguistas, gatinhos, limitaram-se a encolher os ombros e a gritar apontando para o arsenalista. Não há caráter nem personalidade, começa a não haver paciência para tanta frouxidão
O que é indesmentível é que é extremamente aborrecido ver o Sporting jogar, os sportinguistas seguem os jogos do seu clube pela devoção e não pelo prazer de ver a sua equipa jogar futebol. Ver o Sporting hoje em dia dá o mesmo gozo que ver uma reportagem sobre os refugiados do Darfur ou um atentado do PKK. É um crime de lesa-futebol assistir à sucessiva martirização da melhor massa associativa do mundo por não haver ninguém que se insurja e que delibere duma vez por todas que o Sporting tem de ganhar sempre, sempre!
Mas quando temos um presidente que enaltece os outros gajos em vez de tentar decalcar a mentalidade ganhadora e organização vencedora do FC Porto, penso que está tudo dito. Este vai ser mais um ano de desilusões e qualquer dia ninguém quer ser do Sporting, Eu é que já estou demasiado velho para mudar senão mandava aquela gajada toda gozar com a put@ da mãe deles porque o que se está a passar no meu clube só tem uma definição: vergonha.
Pois que a tenham!