quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Réquiem para um defesa central

A minha paciência chegou ao fim. Podem alegar que ele é um tipo extraordinário, que é um elemento aglutinador, que tem carisma e voz ativa no balneário mas a verdade é só uma – Para mim, Anderson Polga não tem condições para jogar mais um minuto que seja no Sporting.

Anderson Polga Chegou a Alvalade em 2003 como o primeiro campeão do mundo em título a representar as cores duma equipa portuguesa, título alcançado no Mundial da Coreia-Japão, um negócio em teoria extraordinário para o Sporting que contratava a custo zero um jogador de palmarés inquestionável. Anderson Corrêa Polga vinha rotulado como defesa central capaz de desempenhar também posições no meio-campo defensivo. A primeira temporada foi de bom nível com prestações bem conseguidas fazendo crer que o Sporting tinha contratado um verdadeiro patrão para aquela zona do terreno, autêntico calcanhar de Aquiles da equipa leonina nas épocas anteriores. Polga foi até considerado várias vezes para regressar ao escrete mas sempre acabou preterido em favor de nomes como Roque Júnior, Edmilson ou Lúcio, porém solidificava a sua presença no eixo defensivo do Sporting.

Mas foi sol de pouca dura e ao longo dos oito anos que Polga tem jogado de leão ao peito temos assistido a mais momentos de pânico e tensão nas suas intervenções do que mostras de qualidade e eficácia. Polga cedo perdeu a aura de solidez que trazia do Grêmio e começou a assinar erros atrás de erros, cada um mais crasso que o outro e a comprometer a equipa em lances capitais que terminavam em golo do adversário. Falho no tempo de salto e no ataque à bola, macio no desarme, desastrado no lançamento em profundidade e até no passe curto, inócuo nas subidas à grande área adversário em lances de bola parada, um ror de defeitos que anulam quaisquer qualidades futebolísticas que Anderson Polga tenha. Os danos que o central sportinguista tem causado à equipa de futebol são graves e irrecuperáveis, se bem que os resultados no futebol sejam consequência de esforço e trabalho coletivos a verdade é que as incontáveis barracas que Polga deu têm custado pontos no campeonato, eliminatórias desbaratadas, troféus perdidos. As suas atuações erróneas resultam invariavelmente em perdas dramáticas, quantos golos o Sporting já sofreu devido a intervenções desastradas do camisa 4?

Não ponho em questão a seriedade e honestidade do cidadão Anderson Corrêa Polga, acredito até que seja um exemplar pai e chefe de família, mas não o quero ver mais a jogar no Sporting para bem do Sporting e para bem dele porque no jogo de ontem começaram a ouvir-se assobios cada vez que o central tocava na bola e isso recorda-me os recentes casos de antipatia evidente entre o tribunal de Alvalade, Hélder Postiga e Yannick Djaló e não há muito tempo atrás com o mal-amado Hugo ou com Romagnoli. O público que se desloca ao Estádio de Alvalade está farto de mau futebol, tiveram doses industriais disso num passado recente e agora que a equipa demonstra potencial quer que o momento seja de esperança e quer acreditar que o Sporting está realmente no caminho de formar uma equipa ao nível da dimensão e pergaminhos que a história ilustre do Clube exige. Não pode o Sporting arriscar a fazer alinhar um jogador que atua sobre brasas e para quem a bola tem picos sob pena de se perderem mais jogos e de se imolar um futebolista. Que se poupe Polga a mais humilhações, que se poupem os adeptos sportinguistas a mais ataques de coração e que se resgate Nuno Reis da Bélgica (tal como inteligentemente fizeram com Renato Neto) ou que se dê moral a Tiago Ilori por pior do que Anderson Polga tem feito nos últimos anos é impossível fazerem.

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