segunda-feira, 1 de julho de 2013

Parabéns!

Parabéns, meu Amor!

O povo diz que não há amor como o primeiro e têm razão, desde que te conheci que te tornaste num elemento essencial à minha existência, quase o alimento da minha alma, uma substância indissociável da minha pessoa. Não entraste de rompante na minha vida, até nisso foste inteligente porque sabes que os grandes alaridos não causam em mim grande impressão, sabias que eu tinha de ser levado de maneira subtil, pé ante pé, conquistando cada milímetro cúbico com calma e certeza porque a concorrência era enorme e de poderio. Apareceste humilde, não apresentaste grandes credenciais, não mostraste um currículo impressionante, não vi nenhumas linhas a negrito, exibiste modéstia sem que parecesses indigente e contrastavas a pesporrência dos outros com a tranquilidade própria de quem é melhor, distanciando-se do restante com confiança, com categoria, com carisma, esse carisma que me venceu e me atirou irreversivelmente para os teus braços.

Tu sabes quantas vozes me alertaram? Quantas pessoas me disseram para te evitar? Que tu eras má companhia, que só me ias dar desgostos, que eu merecia melhor partido, tão bom rapaz que eu era e já me estava a dar a um fado tão desgraçado. Opá, até dentro da família que é de onde têm de sair os melhores conselhos (se bem que de bom a minha família pouco tem produzido) me disseram para deixar de pensar em ti porque havia pretendentes mais capazes, mais aptos a darem-me as alegrias que um petiz procura. Gritavam-me as evidências, olha que te vais dar mal, olha que eu não te quero ver sofrer. Lembro-me de qual foi a tua resposta, encolheste os ombros e disseste que era verdade, que com outra opção eu teria mais festejo e foguetes, foste sério e honesto como sempre foste na tua imaculada existência, tal como na questão da tua idade que nunca forjaste nem nunca deturpaste a realidade para que celebrasses grandes datas antes dos outros. Até nesse detalhe mostraste a tua natureza íntegra e vertical.

Durante estes longos anos sempre te mostraste coerente, nunca me enganaste. Desiludiste-me às vezes mas foste sempre fiel aos teus princípios e aos valores que partilho. Sou como tu, identifico-me contigo e com o que apregoas, com o que simbolizas, não gosto de jogadas subterrâneas nem de hipocrisias. Tal como tu, o que sou digo com frontalidade e clareza, não uso subterfúgios nem artifícios. Amo-te porque nunca te corrompeste, nunca te prostituíste, nunca te vendeste por um punhado de lentilhas, sofreste horrores que a tua própria gente te infligiu mas mantiveste o porte nobre que sempre vi em ti e que sempre adorei, por teres recusado anabolizantes ilegais empequeneceste, se calhar até minguaste mas tudo em ti continuava autêntico, tu eras e foste sempre tu e não a fantasia opada que os outros perseguiam. Sofremos, pois sofremos, mas nunca feneceu a enorme admiração que sempre nutri pela forma como sempre caminhaste de cabeça levantada apesar das dificuldades mostrando-me que pobreza não significa falta de asseio e que é preferível passar fome mas andar de cara e roupa lavada do que ajavardar em abundância e fumar priscas.

Juntos caímos e juntos nos reergueremos. Juntos porque juntos sempre estaremos, assistirei ao teu remontar e ansiarei pelo momento em que voltarás a ser grande, enorme, gigante porque é esse o teu desígnio. Meu Amor, juntos nos nossos valores não haverá muros nem montanhas que nos atrapalhem, juntos nos nossos ideais conquistaremos todas as batalhas que nos colocarem, juntos na nossa crença derrotaremos todos os adversários e por fim, juntos na nossa fé venceremos. Por fim atingiremos a Glória porque é assim que tu te cumpres, é assim que tu és, é assim que tem de ser.

Parabéns, meu Amor. Parabéns, Sporting Clube de Portugal. Se tu não existisses eu criava-te para eu poder ter um clube.

Sporting, tu és a minha vida e eu sem ti não sei viver.


PS - E parabéns para ti também, Renato. Este texto é a minha prenda.

Sem comentários: