sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os polacos e os elevadores


Como é que se mete um elefante num frigorífico em três tempos?

1º tempo - abrir a porta do frigorífico;
2º tempo - introduzir o elefante;
3º tempo - fechar a porta do frigorífico.

Como é que se mete uma girafa num frigorífico em quatro tempos?

1º tempo - abrir a porta do frigorífico;
2º tempo - remover o elefante;
3º tempo - introduzir a girafa;
4º tempo - fechar a porta do frigorífico.


Os polacos têm um problema com os elevadores, não gostam de elevadores mas gostam menos de escadas e por isso têm de gramar os elevadores nem que seja para um primeiro andar. Leva-se menos tempo a subir um lanço de escadas para se chegar ao primeiro andar do que esperar pela chegada dum elevador desde as lonjuras do 12º piso, aguentar pacientemente a diminuição da velocidade da cabine quando esta atinge o nível pretendido, mais uma eternidade até que as portas abram o suficiente para espremer o corpo entre as pessoas que ainda saem do elevador e a lateral dos acessos. Quando finalmente conseguem passar pelo afunilado corredor de entrada - nunca percebi porque é que não esperam que as pessoas saiam para poderem ter espaço para entrar - estacionam imediatamente dois passos à frente da entrada batendo furiosamente nos botões dos andares como se fossem Jerry Lee Lewis ao piano, soprando e bufando enquanto a porta não se fecha e atirando furiosos olhares a quem chega atrasado ao embarque e protela a partida da nave.

Outra coisa que os polacos odeiam nos elevadores é quando alguém se atreve a partilhar a viagem na 'sua' cabine, um aborrecimento ter de dar os bons-dias ao estranho, ter de dividir o ar com ele, cheirar a sua água de colónia, sentir o chão se o intruso ousar mexer-se. No mundo ideal cada polaco teria um elevador privado cujas portas abrissem e fechassem em 2 nanossegundos e que os transportasse para o andar desejado numa velocidade superior à que os perdigotos atingem quando saem da boca em forma de espirro, nem que seja para um primeiro andar. Os polacos vivem maldizendo o seu trabalho, queixam-se da rotina e da monotonia (bem, para falar a verdade não há nada de que os polacos não se queixem - até do bom tempo) mas esperam que o elevador os leve para a sua secretária o mais depressa possível.

Não sei quantas vezes fui fuzilado por ter tido o arrojo de entrar no elevador atrás dumas ancas femininas adequadamente entaladas numa saia justinha mas formal enquanto a dona da saia já premia em delírio o botão verde do fechar, também não sei quantas vezes obriguei homens e mulheres a mastigar um 'bom dia' contrariado à minha descontraída penetração no autismo deles. Deve ser lixado, querer ser mau-feitio e azedo com o mundo quando se vai para o trabalho estrangulado por uma gravata que mais parece uma grilheta e entra um gajo de cabelo espetado, barba por fazer, calções de ganga e ténis da Le Coq a distribuir cumprimentos sorridentes e ainda por cima a avaliar gulosamente as medidas das garinas.

2 comentários:

Tabuix disse...

Vida difícil a tua :)

PM Misha disse...

a deles é pior, acredita.