Um pé de água de dimensões bíblicas caiu sobre Varsóvia inundando várias zonas do distrito de Ursynów onde habito, situação que se passou enquanto estive no cinema, ou seja, numa questão de hora e meia.
O estranho céu apocalíptico que parecia cair sobre a cidade aliado ao aviso de que a estação de metropolitano de Imielin (uma antes da minha) estava fechada não fazia prever uma situação destas. A chuva era miudinha e não adivinhava a imensa lagoa em que a baixa de Ursynów, especialmente a minha rua, se tornou com a água a subir à altura de meio metro, tive de andar com água pelo joelho umas boas dezenas de metros pisando o que me parecia ser ramos de árvores até chegar ao portão do condomínio. Os autocarros circulam muito devagar porque o rio em que a rua se tornos quase lhes cobre as rodas, o nível de água da garagem estará decididamente pela minha cintura, muitos carros ficaram avariados e com o seu interior danificado pela água e os que se salvaram das garagens entraram nos parques infantis temporariamente transformados em parques de estacionamento.
Este é o resultado da mais recente tempestade na capital polaca, uma situação habitual nos meses mais quentes do ano mas não com a fenomenal dimensão de hoje. Não se tinha visto tal calamidade quando o Vístula cresceu e alagou as zonas mais próximas, muito menos em Ursynów que fica a 8km do rio. Alguns voos previstos para aterrarem em Varsóvia foram desviados para aeroportos vizinhos como Berlim. As sirenes dos bombeiros e da Obrona Cywilna dão conta do problema que têm em mãos que, pelos vistos, vai durar a noite toda. Aquela água que tenho ali aos pés de casa não tem ar de que vai dali para outro lugar tão cedo, ainda por cima recomeçou a chover.
Abaixo o leitor poderá ter uma amostra do que foi este princípio de noite no sul de Varsóvia, as minhas desculpas pela fraca qualidade da imagem.
1 comentário:
Porra... isso foi mesmo mau. :( Por aqui em Łódź ainda não se sentiram tais efeitos mas talvez seja uma questão de tempo.
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