terça-feira, 8 de junho de 2010

Só Para (não) Contrariar

Gosto de escrever em contra-ciclo, de ir contra as correntes generalizadas de opinião, de encontrar virtudes onde todos vêem defeitos ou qualidades onde só se descobrem falhas. Gosto de ver o outro lado da moeda, de ir para cima quando toda a gente desce, de transformar as verdades absolutas à luz da dialética. Gosto de rir entre sorumbáticos, de calar no meio do ruído, de vestir cores berrantes enquanto todos andam de cinzento. Gosto de me sentir o flamingo no meio das gralhas ou o Fiat 600 no meio dos Mustangs, o rapper que atua no Scala ou o maestro que pauta os zés-pereiras, o esquimó que aterra em Freetown ou o algarvio no sopé do Palácio da Cultura.

Varsóvia transpira com o calor da primavera húmida que paira no ar, as tempestades de meia-hora que ensopam os incautos, os dentes-de-leão que atazanam os alérgicos. Estão 26ºC mas os 73% de humidade potenciam a temperatura, o sol nasce às 4:15 e põe-se às 20:55 dando apenas sete horas de noite. Temos sol 17 horas por dia e zero segundos de saudades do inverno.

Mas o meu contra-ciclo tem os seus limites. No dia em que alguém se começar a queixar do calor, juro pela minha saúde que esfrego a seguinte imagem nas ventas do sujeito em causa!

Inverno

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