Há várias formas de interpretar estes resultados e na minha opinião a Polónia corre o risco de ver Kaczyński ganhar esta eleição. Escrevo “corre o risco” porque é conhecida a sua forma de estar na política pelo seu passado como primeiro-ministro, um homem anti-europeísta de políticas fraturantes e discurso endurecido. A Polónia urbana não gosta(va) dos Kaczyński – já aqui escrevi sobre a hipocrisia dos povos que endeusam os mortos que antes invetivavam enquanto vivos – mas estranhamente foi o candidato do PiS que teve melhores resultados em voivodias do leste da Polónia como a Mazóvia e a sua capital Varsóvia, Łódż e Pequena Polónia (Cracóvia) enquanto Komorowski e a sua PO ganhou no ocidente polaco e em distritos como a Grande Polónia (Poznań), Silésia (Katowice) e Pomerânia (Gdańsk).
A chave da vitória na segunda volta, a disputar a 4 de Julho, parece ser as possíveis alianças que se desenham no horizonte. Komorowski pode ter uma ajuda da esquerda que representa um eleitorado na ordem dos 15% para fazer frente à multidão de partidos nacionalistas, tradicionalistas, estadistas, conservadores agrários (!), conservadores liberais e conservadores católicos que se preparam para cerrar fileiras num combate político que vai durar duas semanas e cujo desfecho influenciará a vida e o destino do 9º país mais populado da Europa. Como não sou polaco e não posso votar, não faço segredo do meu desejo: Que ganhe Komorowski!A saga dum filho de Faro na Polónia (em Bielany, no norte de Varsóvia) - desde 2007
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Eleições Presidenciais 2010
Num ambiente especial devido aos acontecimentos do passado dia 10 de Abril, realizaram-se ontem eleições presidenciais na Polónia cujos resultados obrigam à realização de uma segunda volta na medida em que nenhum dos candidatos conseguiu mais de 50% da votação. O candidato da Direita moderada Bronisław Komorowski alcançou 41,5% enquanto o conservador Jarosław Kaczyński, irmão gémeo do falecido ex-presidente Lech Kaczyński, obteve 36,5%. Outros candidatos ficaram-se por percentagens substantivamente mais baixas como o comunista Napieralski com 13,7% tendo os restantes candidatos ficado com votações residuais abaixo dos 2,5%.
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1 comentário:
Não me alinho numa ideologia politica porque infelizmente as coisas hoje em dia estão demasiado misturadas. Mas alinho na preferência pela vitória do Komorowski. A Polónia precisa de se afastar do seu passado recente sob pena de ficar adiada se continuar a insistir no mesmo.
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