quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma pausa para reiniciar o sistema

Amigo leitor,
Peço desculpa pelo hiato nas publicações mas nas últimas semanas surgiram situações pessoais e profissionais que me exigiram total atenção e concentração, pelo facto fiquei com menos tempo para me dedicar à escrita e ao relato do que é a vida dum algarvio na Polónia. Espero retomar o ritmo habitual tão rápido quanto possível sendo que isso talvez demore ainda um mesinho. Até lá, deixo-vos com um abraço e uma citação de um dos meus heróis contemporâneos - Prof. Agostinho da Silva:

"Não faço planos para a vida para não atrapalhar os planos que a vida tem para mim"

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Está-se bem(owo)

UrsynówForam quatro anos, quatro gloriosos anos passados em Ursynów, freguesia que testemunhou os meus sucessos e fracassos, as quantas vezes tombei e reergui-me. Quatro anos que não foram pêra doce, quatro anos de constantes provações, de testes, de desafios, quatro anos em que Varsóvia me pôs à prova, que me colocou no fio da navalha para ver se eu aguentava o balanço. Sempre lhe respondi com um sorriso largo, tão largo quanto podia mesmo que as costas sangrassem das chibatadas que ela me dava, mesmo que os músculos se rompessem da força que ela me obrigava a fazer porque sabia que se Varsóvia me tirava com uma mão também me havia de dar com outra.

Poucos sabem (e poucos saberão) o que eu gemi até chegar a Natolin, um período em que ponderei o regresso a Portugal. Sem ter espaço que pudesse chamar meu, sem trabalho que pudesse financiar a procura, foram três meses a arranhar para esgravatar uns cobres até para comer. Chegar a Natolin, ter arrendado aquele T1 foi como um sinal de que as coisas podiam mudar, que iam mudar. A pequena conquista que significou assinar contrato com os senhorios (jóias de pessoas) foi uma enorme vitória e deu-me um empurrão para seguir na senda da promessa que fiz quando saí de Faro: Não regressar sem ter triunfado.

Ser poder dizer que já triunfei, longe disso, reconheço que já conquistei algumas metas volantes e a mudança para Bemowo é mais uma dessas metas. O caminho não tem sido fácil porque não o é, muitos por cá passaram mas não aguentaram a pedalada da Polónia e voltaram desiludidos ou partiram para outras paragens. Eu vou-me aguentando nos trancos, cada vez mais ambientado, adaptado e integrado, era assim que eu queria e há-de continuar a ser se tudo correr bem.

E se não correr? Tem de ser! E o que tem de ser tem muita força.