sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Hoje o tema é: Colhões - Tê-los ou não os ter

Palikot Janusz Palikot é um nome que não diz nada a ninguém que more fora da Polónia, também não há-de dizer muito a grande parte dos polacos que vivem no seu país. Palikot é um político polaco de estilo algo hollywoodesco, gravatas e camisas coloridas tal como o seu discurso político cheio de retórica e prosápia, uma ou outra demagogia como manda a cartilha de todo o político que se preze. Comanda um partido pequeno, foi eleito para o Sejm por duas vezes - 2005 e 2007 – mas fixe este nome se fizer favor.

No próximo fim de semana vão haver eleições legislativas na Polónia, parece que foi na semana passada que tinha escrito sobre este tema e já se passaram quatro anos, uma legislatura cumprida sob a batuta da direita liberal do partido PO encabeçado pelo primeiro-ministro atual, Donald Tusk, que lidera as últimas sondagens com 37,4% dasRydzyk intenções de voto. O principal adversário na corrida continua a ser o inefável Jarosław Kaczyński, irmão gémeo do ex-presidente falecido no acidente aéreo de Smoleńsk, personagem popular entre a Polónia rural e apoiado pela poderosa máquina mediática da Igreja orquestrada pelo influentíssimo padre Rydzyk cujo partido PiS está com 29%. Seguem-se no pelotão o SLD de esquerda, não comunista porque o comunismo é anticonstitucional na Polónia, com 10,5% e o Movimento Palikot com uns interessantes 8,5%, partido que se posiciona como de centro-esquerda. Esta última força política, na qual centro o meu foco de atenção, é considerada muito importante na configuração do futuro Governo da Polónia pois a sua percentagem de votos pode ajudar qualquer um dos outros partidos a obter maioria no Parlamento. É importante perceber que a direita liberal, PO, não vai conseguir maioria absoluta, os esquerdistas esperam uma oferta de aliança justamente do PO para chegarem ao Poder (só neste país, uma coligação direita-esquerda) e que, apesar de ninguém querer misturas com os fundamentalistas católicos do PiS, estes conseguem sempre mais votos do que as sondagens indicam. E porquê? Porque muitos eleitores têm vergonha em dizer que vão votar PiS e guardam a opinião para a traduzirem no boletim de voto.

É com estes ingredientes que se vão cozinhar as próximas eleições, que se luta voto a voto, que se produzem declarações mais ou menos bombásticas e que se apresentam programas e propostas eleitorais. Uma delas, extremamente pertinente, foi avançada pelo Movimento Palikot que, considerando a grave crise económica mundial da qual a Polónia não está totalmente imune, propôs a extinção dos benefícios fiscais e subsídios estatais à Igreja. Por outras palavras, Palikot desafiou o clero a pagar impostos e foi direto ao coração do monstro - Rydzyk.

- É inconcebível que hajam bispos milionários como Tadeusz Rydzyk que ganhou uma fortuna gigantesca ao serviço do povo. Porque não seguem o exemplo de João Paulo II, que morreu sem levar um tostão? - trovejou Palikot ontem em Poznań.

colhões Se eu pudesse votar, Palikot contava com a minha cruzinha. Como eu não posso votar cumpro o meu dever cívico doutra forma, divulgando esta proposta no meu blogue para que alguém a leia e que a faça chegar a sede própria. Seria bom que os políticos portugueses tivesses os colhões pretos o suficiente para exterminar as vacas sagradas que continuam a passear a sua opulência entre um povo cada vez mais explorado e esmifrado, há por aí alguém que preencha o requisito?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Polónia – Portugal

Estádio Nacional No dia 29 de fevereiro de 2012 vai ser inaugurado o Estádio Nacional, uma obra essencial para o Campeonato Europeu de Futebol que se vai desenrolar na Polónia e na Ucrânia do decorrer do próximo ano uma vez que o jogo de abertura do torneio está agendado para este mesmo estádio em Varsóvia. Entre muitas cerimónias protocolares e de corta-fita há um jogo de futebol no programa, afinal o prato forte da abertura. Seleção convidada para abrilhantar o certame? Portugal.

O jogo vai servir como preparação para os selecionados polaco e português mas também para as equipas de organização e segurança da infraestrutura. O presidente do Instituto Nacional do Desporto da Polónia, Rafał Kapler, chama a atenção para a dimensão do desafio que é organizar jogos de futebol com tais protagonistas mas também aponta o foco para um outro encontro a disputar no mesmo estádio duas semanas antes, a final da Supertaça da Polónia na qual se vão encontrar os arquirrivais Legia de Varsóvia e Wisła de Cracóvia. Acerca deste jogo Kapler afirma ser “um jogo verdadeiramente de teste para o staff do estádio”.

Fico muito honrado pela seleção do meu país ser a convidada de honra para a abertura de tão importante recinto e muito contente por ter aPolónia - Portugal em Chorzów  Legia a jogar no mais importante palco de futebol da Polónia. A minha carteira é que não deve ficar muito satisfeita comigo e com as dentadas que lhe vou dar daqui a quatro meses mas há razões que a razão desconhece e estes dois grandes jogos de bola em tão curto espaço de tempo merecem o sacrifício. Além disso em termos de bola temos umas contas a ajustar com os polacos, lembram-se?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O que é que a gente tá aqui fazendo? - 11

rua Emilii Plater É curioso voltar a um lugar estranho mas não de todo desconhecido, parece que as coisas que estamos a ver pertencem a um fime diferente, não encaixam na nossa conceção do mundo porque não foi esse o cenário que nos rodeou enquanto crescemos. As coisas são parecidas mas não são iguais, as pessoas têm membros e olhos mas estes de cor diferente, conversam umas com as outras mas num código próprio, os prédios são muito maiores, têm portas e janelas mas de formato variado e têm sempre árvores com fartura em seu redor, a comida é preprada com os mesmos alimentos mas tem sabor distinto, o sol brilha mas não aquece, a noite não tem vento mas é fresca. Tudo dá a sensação de não estar em, ou pelo menos, de estar quase bem, as coisas quase que são como devem ser mas não é assim que são. Quase que são, apenas. Um exemplo.

As ruas são largas e os passeios tão largos quanto as faixas de rodagem. Não são calcetados com motivos decorativos, não têm a beleza estética da calçada portuguesa porque são de blocos de cimento iguais e incógnitos mas cumprem-se passeios, têm espaço que chegue para pedestres - mesmo os incapacitados e não lhes falta até lugar para acolher os automóveis mais gulosos que não se contentam com a estrada que é só para eles.

Mais casos idênticos podiam ser trazidos ao artigo mas não os julgo pertinentes, importante é, para mim, reportar a impressão que os olhosPrédios e Verde notam e as teclas registam, uma impressão de estar num lugar estranho mas não de todo desconhecido, onde as coisas não são iguais mas parecidas. Até os amigos daqui, grandes amigos daqui, falam no mesmo idioma que o meu mas dizem as palavras de maneira diversa, outro sotaque, outro calão, felizmente a mesma essência. Percebem? É como aqueles sonhos malucos – quais sonhos malucos? Nos sonhos tudo tem lógica, tudo encaixa bem – em que estamos num deserto mexicano a combater ao lado de Emiliano Zapata, paramos num pueblo para nos refrescarmos no bar local e sentamo-nos à mesa com o vizinho do 2º esquerdo a falar de telemóveis.

Às vezes sinto umas cócegas de nostalgia, pedaços de sal e sul que não se despegaram ainda do corpo e que empurram o pensamento para o título da crónica, o tom da pele tostada pelos sois algarvios e gregos também não deixa esquecer o verão e tocar a vida para a frente, seguir adiante e penetrar no lugar estranho a que já pertenço, e por isso não de todo desconhecido. Mas isto passa, são só as primeiras semanas, todos os anos é a mesma conversa.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reentrada

rua Marynarska O céu está cinzento e a música já não se ouve, talvez o único som que se pudesse ouvir fosse o restolhar dos copos de plástico vazios a rolarem inertes no chão, de uma vassoura que leva as pontas de cigarro para uma pá de lixo, de alguma máquina de lavar louça ao fundo do corredor, vestígios de festas pretéritas. As toalhas e calções já foram lavados e engomados, colocados em gavetas longínquas, guardados até que venha de novo o estio. Os cremes e óleos também, catalogados e selecionados em sacos de plástico para não besuntar o resto, os talões do multibanco, testemunhos da farra sazonal, atirados para o lixo para evitar o agravamento da situação, olhos que não vêem é coração que não sente. O pingo nasal pela manhã recorda aquilo a que os meteorologistas batizaram de “acentuado arrefecimento noturno” e dá o mote ao fado que se vai escrever nos próximos dias, semanas, meses. Já não dá para dormir de cuecas, o lençol da cama tem de ser reforçado com uma camada mais grossa, mais agasalhadora. Faltam pouco mais que 101 dias para acabar o ano e três deles para começar o outono, a estação mais aborrecida do ano. Talvez por isso este estado conformado, resignado, talvez por isso este texto.

E então o regresso ao cinzento. O trabalho aparece a meio-gás, não ocupa muito o horário mas também não dá grande espaço para as outras coisas, deixa o dia picotado como os cupões de desconto dos supermercados. Não gosto destes dias, ou bem que os tenho inteiramente livres ou que estejam completos de trabalho. Dias como este sabem a qualquer coisa inacabada, uma insatisfação na boca, uma mulher linda com quem fazemos amor, um sonho de fêmea, mas sem nunca lograrmos chegar ao pico das emoções, uma bola ao poste depois de fintar meia equipa de enfiada. Os meus passos matinais recordam-me manhãs escuras de sol escondido, a garagem fria e a neve à minha espera, como possível tirar as pessoas do quentinho da cama a horas tão déspotas?, cafés com leite vagarosos, uma lástima de corpo cuja massa cinzenta ainda marina em lume brando algures na terra dos sonhos. Ainda não é tempo disso mas já se preparam as folhas caducas para o suicídio em massa, apenas esperam que alguém lhes dê o clique, alguém que as lembre que já não fazem falta. A rua Marynarska entope-se de carros em procissão a partir das 8:00, valha-me que a essa hora já estou dentro de gabinetes e escritórios, quando o pesado do rebanho avança numa direção já eu fujo no sentido contrário e não tenho de cheirar os cus de outras reses.

O que vejo através da janela não é tão ruim como o que verei daqui a 4 ou 7 semanas, contudo é uma paisagem bem diferente da que tive nas últimas 4 ou 7 semanas. É a volta ao cinzento que nem uma atuação bem conseguida na discoteca habitual consegue alegrar, apesar de já contar quase quatro anos a viver nesta terra sempre preciso de um período de mentalização para enfrentar a reentrada. Mas comigo tem de ser assim, forçar a nota no inverno para poder desfrutar no verão, não adianta lamentar nem barafustar. Alegra-me saber que amanhã o sol nasce outra vez e que depois deste cinzento todo que se avizinha o sol brilhará de novo, isso ninguém há-de mudar por muito ranzinza que Varsóvia seja. Como hoje.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A Praga das Pipas

Merceeria de rua à boca do metropolitano Na sequência da mania dos morangos e da febre da fava surge outra loucura do momento: As sementes de girassol que na minha terra se chamam pevides ou pipas e que eram vendidas na. As bancas de rua que antes exibiam frutos silvestres e espargos estão agora decoradas com dezenas de girassois cortados a meio caule e cheios de sementes na cabeça, lado a lado com merceerias mais comuns como batatas, dentes de alho e rabanetes, para que os polacos as comprem e carreguem sacos de plástico de tal mercadoria. Não sei qual o destino que os polacos dão às pevides porque a gerente da minha casa não investiu no produto, presumo que seja para enriquecer bolos ou pão caseiro, colocar nalguma sopa ou decorar qualquer outro prato típico mas nunca vi ninguém nesta terra comê-las como nós, tipo alimento isco. Já vi oferecerem girassois inteiros como prenda de anos, mesmo este sábado. Sabia que em algumas culturas o girassol é símbolo de felicidade e sorte, noutras diz-se que as suas sementes curam a infertilidademas mas na Polónia nunca me foi mostrado como comida.

Contrariamente ao nojo que sinto das favas, nada tenho contra pipas. Posso não ser um fã do produto mas não é coisa que me incomode, até sou homem para ratar umas quantas, não como o Cartaxo, arganaz insuportável, que roía aos três e quatro pacotes de pevides (e maisGirassóis à venda alcagoitas, sementes de abóbora, alpista, sei lá!) nas bancadas do S. Luís em tardes de Farense deixando uma imensa poça de cascas ao seu redor, mas só se mas forem oferecidas porque não gasto dinheiro nisso. Tenho as minhas fraquezas, claro, uma barra de Mars, batatas fritas com sabor a queijo e cebola mas depois dos quatro quilos a mais que trouxe de Faro e de Rodes essas tentações não cabem no cesto das compras, é tempo de derreter a banha, de dar ao canelo e de instaurar hábitos mais espartanos. As pipas não têm lugar na ementa, ou melhor, não terão lugar até que a minha senhora se lembre de comprar uma cabeça de girassol, trazê-la para casa e que me explique afinal que fazem os polacos com as pevides. Será que fazem óleo de girassol caseiro? Ou já andam a produzir biodiesel no quintal?

domingo, 11 de setembro de 2011

Em Paris não hei-de ser feliz

Sacré-Coeur Ao fim de muito mais espera daquela que havia previsto, recebo pela manhã a boa-nova que o carro estara pronto para seguir viagem a partir das 16:30 de quinta-feira. A notícia foi acolhida com entusiasmo moderado, não porque não acreditasse na veracidade dos tipos, mas devido a hora apontada que era bem perto do encerramento da garagem (18:30), o que me fez logo pensar em cenários manhosos de que eu não conseguiria chegar a tempo de o apanhar no próprio dia, - Senhor fulano, se calhar é melhor passar por cá na sexta de manhã e tal. Hora e meia para fazer 10km que é a distância que separava (note-se aqui o uso do imperfeito) o hotel onde fiquei da garagem onde estava o automovel parece suficiente à vista desarmada mas depois de ter constatado a confusão que é o trânsito naquela zona de Paris, colado a uma das portas do Périphérique, onde os semáforos são quase objetos decorativos e as duplas faixas transformam-se facilmente em triplas, imaginei que ia precisar de mais do que 90 minutos para percorrer tal espaço. Assim, uma vez que ainda tinha uma data de horas para consumir antes de chamar o táxi, resolvi fazer a ultima "viagem turistica" desta maldita pausa parisiense e subi ladeiras até chegar à igreja do Coração Sagrado, ver a paisagem, observar a Cidade-Luz duma posição que me fez refletir um pouco na vida e no que os homens fazem dela. Explicando, a panorâmica de Paris vista de Sacré-Coeur é quase homogenea, uma linha horizontal a perder de vista de casas antigas e bonitas, um bilião de estórias e a história que a capital francesa tem como quase nenhuma no mundo que é contada por cada uma daquelas ruas estreitinhas e por cada um daqueles telhados típicos, Voltaire, Robespierre, Sartre, Toulouse-Lautrec, um prazer para a vista se tirarmos do retrato um risco escuro que adultera a vista: a torre de Montmartre.

Esse edifício monolítico dá cabo da fotografia, um exemplo da arquitetura brutalista que esteve em voga nos anos 70 e 80 que foi responsável por algumas das mais feias construcoes do mundo. Ao ver a torre a sobressair negativamente naquele mar de casinhas lembrei-me do que fizeram ao Palácio da Cultura em Varsóvia, que para minimizarem o impacto da estrutura no horizonte da Cidade Capital decidiram afogá-lo em arranha-céus para que não se desse tanto pela sua presença. Um erro, na minha modesta opiniao, pois assiste-se agora ao insolito de termos um monumento socialista e um Hard Rock Cafe na mesma rua. Paris aprendeu a lição e depois de se ter reconhecido o erro que foi autorizarem a construção da torre de Montmartre foi decidido que mais nenhum arranha-céus, ou pelo menos edificações daquela magnitude, seriam construidos dentro dos limites da cidade. Há prédios altíssimos nos arredores de Paris em Saint-Ouen, em Aubervilliers, por trás do Bosque de Bolonha ou em Montreuil mas em Paris não há autorização para construir mais nada que deturpe a sua harmonia, pelo menos nao se incorreu na continuição do erro já que não foi possível remediá-lo. É mais ou menos como no futebol, há aqueles treinadores que deixam correr as peladinhas para não quebrar o ritmo e os outros que as interrompem a cada 5 ou 10 minutos para meterem correções e eu sempre gostei destes últimos porque a cada interrupção se corrigia um erro, se ajustava uma situação, se treinava um mecanismo para que no fim de semana não repetíssemos os erros que eventualmente faríamos se a pelada não fosse parada. Tal como o Mister Sequeira quando ele apitava a meio do treino berrando naquela voz rouca que o "Farense nao é o Parragil" e obrigava-me a jogar no central em vez de esticar na frente.

Faz falta a muita gente parar a peladinha, olhar para o gesto que foi feito e aperceber-se se foi bem feito ou não. Desci para o bairro Pigalle onde há sex-shops que envergonham muitos centros comerciais de luxo em todo o mundo, almocei paredes meias com o Moulin Rouge e voltei para o hotel a fim de empacotar os pertences, esperar pelo táxi, recolher o carro e seguir viagem. Felizmente consegui recuperar a viatura no dia combinado e logo ali toquei para Varsóvia, para casa, afinal, onde cheguei 16 horas depois de ter abancado o traseiro no lugar do condutor numa viagem sem paragens e sem sono tal não era a vontade de voltar para casa, com um só pensamento - abraçar a Ewa. Minto. Três pensamentos, porque aquela torre absolutamente parva a estragar a perspetiva a partir do Sacré-Coeur e o apito do Sequeirinha, a voz rouca a recriminar-me depois de mais um pontapé de baliza precipitado, "Soviéééético!" fez-me pensar nos alguns erros que tenho cometido ate agora. O terceiro? Constatar que no meio do azar ainda tive sorte. O incidente sucedeu-se em Paris e eu ainda falo francês, se fosse na Alemanha estava frito e mal pago q:)

Sempre que volto do verão algarvio venho carregado de energia e disposição para encarar a nova temporada. De novo o futebol, como se viesse dum defeso e fosse entrar no último ano do contrato, ter de dar o litro para mo renovarem, ter de correr mais que os outros que chegaram agora cheios de vontade de mostrar serviço e provar que, em Varsóvia como em qualquer outro lugar, quem se esforça mais, quem mais água tira da nora, quem comete menos erros é que merece o colete dos titulares. E eu não saí de Faro para jogar na equipa da Coca-Cola de Varsóvia, isso é que era bom!