segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O que é que a gente tá aqui fazendo? - 10

A Sandes do Baobab Vai um português à Embaixada do seu país e sente um pequeno abalo ao ver o pano verde e vermelho a pairar no céu, um cantinho mais familiar que se ergue no meio de tanta coisa diferente - e que local mais diferente de Portugal que Praga Południe! - e que conforta um pouco o espírito, parece que afinal não estamos tão longe do berço. Coisas que um emigrante tem de tratar para estar absolutamente sob as regras do país adotivo, nada de extraordinário, papéis timbrados, apenas formalidades que se tornaram fáceis através da eficiência da Edyta, uma funcionária que conjuga a capacidade de trabalho dos polacos com a simplicidade de processos dos portugueses.

Tem piada o edifício onde funciona a nossa representação diplomática ficar na ul. Francuska (Rua Francesa) apesar da ul. Lizbońska ficar a dois quarteirões de distância mas assim são as coisas, cheguei com algum tempo de antecedência ao ponto de encontro com o Carlos, inesperado contemporâneo de Liceu com quem me cruzei em Varsóvia, e procurei um cafezinho onde pudesse tomar o pequeno-almoço com vagar. Para quem não está acostumado com cidades eslavas, o conceito de “um cafezinho onde pudesse tomar o pequeno-almoço” é um tanto ou quanto diferente por estas paragens porque os ditos “cafezinhos” não têm vitrines refrigeradas para mil-folhas ou pastéis de nata nem sumos da Santal ou néctares de manga da Compal (passe a publicidade gratuita), não têm um cesto de croissants com ovos moles e amêndoas, não têm Ucal fresquinho e mesmo a ideia de sandes é totalmente diferente de duas fatias de pão caseiro recheadas de manteiga, queijo e fiambre. Revistei os dois passeios da rua à procura da coisa mais parecida com uma pastelaria e entre restaurantes italianos, quiosques de kebabs e frutarias descobri o Café Baobab dirigido por africanos que tinha uma ementa de sabores minimamente aceitáveis sendo a minha escolha uma sanduíche de queijo de cabra, rúcula e tomates secos. Sentei-me na gelada cafetaria, o aquecimento ineficiente apenas capaz de transformar em talvez 2º os –14º que estavam na rua, um estreito negro que abala a correr porta fora com um saco na mão para regressar um minuto depois com um vulto dentro do tal saco que concluí serem os pãezinhos da minha sandes. À falta de melhor veio um latte para a mesa, uma coisa que não é café com leite nem um galão, a fome doía, o frio também, as saudades duma sandes mista até duma torrada em pão de forma, chega a sandes, o Carlos também e entra a palheta em ação para constatar a bizarria de dois algarvios falarem polaco com um africano.

Estar longe do lugar onde nascemos e crescemos tem destas coisas, contrastes singulares que às vezes nos fazem parar um pouco para refletirmos nos passos que tomamos até chegar onde estamos, onde viemos parar, no tanto que já fizemos e que parece tão pouco face àquilo que ainda há por fazer. Bom que pelo menos não estamos sozinhos na aventura e que temos sempre alguém que nos compreende quando nos apetece dizer…

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O asseio é uma coisa muito bonita

… já dizia a minha avó que talvez exagerasse no asseio pois lavava-se algumas 10 vezes antes de sair à rua!

Tirar o carro da garagem às 7:00 com este tempo é uma dor de alma tanto para o condutor como para o próprio automóvel, o motor frio não responde com a rapidez desejada, dir-se-ia que o carro ainda tem sono, e anda muito mais devagar que o número de RPM adivinha com a agravante de ser um carro de mudanças automáticas. Tentar lavar o carro numa lavagem manual com -10ºC é uma coisa digna de se testemunhar, primeiro porque temos de usar as mangueiras de luvas pois estas podem estar quase congeladas como a foto de baixo atesta.

Mangueira

E segundo porque temos de andar em torno do carro em cima dum tapete de gelo com pelo menos 3cm de espessura, superfície lisa, escorregadia e com pequenas poças de água gelada que se infiltra nos sapatos até envolver os dedos dos pés numa horrível dormência fria. Além disso é natural os manípulos das portas revelarem alguma resistência em se mexerem depois da lavagem, a água congela nos espaços vazios e dificulta a abertura das portas.

Gelo no chão

O carro tinha mesmo de ser lavado porque eu gosto de tê-lo asseadinho e porque é inacreditável a quantidade de sujeira que se acumula em apenas uma semana de uso. Fiquei a remoer as palavras do Carlos que me disse que na Galeria Mokotów eles lavam-nos o popó por dentro e por fora a preços razoáveis enquanto nós almoçamos ou vemos um filme… quentinhos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cavalas? E não éguas?

alfabeto polaco Recomecei a estudar polaco, este idioma desgraçado que põe a cabeça em água àqueles que o querem usar para comunicar com os nativos desta terra. Após uma significativa pausa de três meses lá tirei o pó aos cadernos, redescobri o manual de aprendizagem mais o cd de textos, afiei o lápis e atirei-me de novo à missão. Tudo estava a correr até melhor do que o esperado com as combinações a sairem escorreitas, as declinações exatas e sem falhar uma entoação. Confiante até agradeci à secretária da escola por falar fraco inglês e assim obrigar-me a, mais do que falar polaco, pensar em polaco, o que não é o mesmo do que pensar como um polaco, e até já me dava ao luxo de meter uma bucha, atirar uma bacorada e provocar a professora. Vejam bem o à-vontade que até já se usa polaco em 70% do tempo ativo no trabalho, um luxo e a prova que nenhum idioma me mete medo. E eis que surge este caso:

- O cavalo

- As cavalas (entenda-se cavalos-fêmea)

Imediatamente a pergunta:

- Mas então, isso não devia ser "os cavalos"?

Resposta solene, compassada, como quem sadicamente enterra um punhal de sapiência numa tenra carne ignorante.

- Não. Há casos, como alguns animais, em que só há o género masculino no singular mudando para o feminino no plural.

Caiu-se-me a esferográfica das mãos, esfreguei os olhos e o nariz depois do facepalm que a resposta me inspirou e pensei que é realmente preciso um estofo muito grande para (sobre)viver nesta terra.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Qual é a diferença…

… entre casas de banho polacas e a Expo 98 de Lisboa?

Excellent

Expo 98 

Então e qual é a diferença entre uma grande livraria polaca e uma grande livraria representada em Portugal?

Traffic

Fnac

Se quisessem copiar alguma coisa de jeito tinham copiado o clima, agora logos…

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não incomodar

Não incomodar Hoje acordei excecionalmente bem para uma segunda-feira, de bom humor e de boa condição física pese a exigente peladinha aos domingos à noite, noventa minutos de constantes piques e mudanças de direção numa bem cuidada relva sintética mas que já exige demais de articulações e músculos com 37 anos no conta-quilómetros. As doses industriais de trabalho que me surgiram desde a passada segunda até têm sido facilmente digeridas sem grande queixa apesar da consequente subtração de horas de sono e do acumular de música pré-selecionada que tem de ser escutada para depois ser encaixada na categoria devida. Ainda há muitos e-mails para ler, outros para responder, outros há para decidir entre ler, escolher, responder ou sumariamente apagar mas nada disso me faz entrar no mau humor.

Estamos outra vez numa fase fria do inverno após a longa benesse de semanas seguidas com números positivos, este fim de semana nevou consecutivamente e isso alertou-me para o facto de ter de mudar as escovas do pára-brisas do carro porque a diferença de temperatura entre a garagem e a rua cria um filme de gelo embaciante no vidro cortando dramaticamente a visiblidade, mais uma despesa para juntar à Badania Techniczne que preciso fazer para que o carro circule legalmente em solo polaco. Não há crise, a malta arranja-se e também não é isso que me vai arreliar. Se ontem corri que nem um cavalo no campo sem me ressentir hoje (um Mars antes do jogo faz milagres) e sem que me doa uma fibra muscular na ressaca, vou reclamar do quê?

Esta é, pois, uma segunda-feira bastante atípica no plano das emoções, um dia tirado para não me irritar com nada e para começar da melhor forma uma semana de tremendo trabalho, por isso a televisão vai estar ligada na FOX o tempo todo e amanhã será outro dia.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para bom entendedor…

Flaki Turma nova de primeiro semestre, o já conhecido ambiente de expetativa e ansiedade de primeiro dia ante a aprendizagem dum novo idioma, este nosso português tão exótico e musical para os ouvidos polacos. Algumas pilhérias de circunstância para quebrar o gelo, estratégias usadas para uma integração e interação rápidas dos alunos tais como  explicar a inexistência da pessoa “vós” nas gramáticas e no programa apesar de constar de jure, coisa aligeirada com uma piada feita às custas das hospitaleiras gentes do norte de Portugal.

- Ah, isso do “vós” praticamente só é usado na cidade do Porto e num raio de 50km. Quanto mais para Sul menos se diz mas eles usam palavras muito estranhas como “cimbalino” em vez de “café”, trocam os “v” pelos “b” e vice-versa, comem os intestinos dos animais a que chamam tripas… Enfim, são um bocado estranhos.

Interrompe a Natalia:

- Mas nós também comemos tripas!

Parei de escrever no quadro, virei-me para ela e sorri paternalmente. O resto da turma caiu numa gargalhada geral.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Retalhos da vida de um Algarvio - 15

Quando chego à discoteca, atrasado pois o Sporting tinha prioridade, já o mar estava feito num cão com vagas de povo de braço no ar. Furo pela multidão de mala numa mão e casacos na outra tentando equilibrar cds, sampler e cabos enquanto recebo um monte de encontrões e cuzadas, as batidas já rolam soltas e ninguém tem mão naquela gente. Na cabina o Alex já puxou fogo à pista distribuindo ritmos latinos pelas polacas que se requebram à nossa frente, um piscar de olhar maroto entre os homens do som anuncia uma noite daquelas de constantes favores pedidos. Nem tenho tempo para ligar fios e já o Paweł vem com três copinhos e outros três gomos de limão para acompanharem a tequila que o brasileiro tinha guardada para os trabalhadores, um arrepio medonho que dá o pontapé de saída para um memorável serão de deboche.

Ainda é cedo para o meu set e amigos rebocam-me para o bar onde me entalam entre imperiais de meio litro e ancas húmidas, gargalhadas masculinas e chicotadas de madeixas douradas, noite de congas e djambés onde as colunas despejam ritmo e sensualidade por cima de corpos que disso mesmo estão sedentos. A fome e a vontade de comer, o útil e o agradável e muitos mais chavões que se podem aplicar, eu aplico uma sentada antes que me entornem a cerveja e que estrague o visual porque um artista tem de estar apresentável para o seu público. Chega a hora e pego nos fones, o sampler dá o grito: "PM Misha is in the hoooooooouz!", o povo olha e sorri, sabem o ritmo vai subir e que as salsas e merengues ficam para mais tarde porque já não é hora dos meninos estarem fora da cama. Uma versão acelerada da Shakira inicia a arruaça e os cabelos desprendem-se dos ganchos, corre tequila, chupa-se sal e chove limão, o suor já cai na mesa de mistura, a toalha limpa os fones, as calças são puxadas por trás por amigos e amigas que chegam e querem beber com o DJ deles, a pausa é necessária depois de duas horas a bombar, é tempo de socializar mais um bocadinho.

Misha@Muza O John chega, meu irmão de Varsóvia, uma viagem ao bar de novo. Aparece a Gosia numa bebedeira campeã, 23 aninhos de olho celestial, marota como ela só naquele vestido justo onde se vislumbra o relevo da fisga e nos dentes saídos que pedem beijos, apoia-se no meu ombro para amparar a torcida e mastiga três ou quatro palavras em polaco das quais percebo "shot" e "doce". Malibu com groselha!, peço eu porque não há nada melhor do que beber na companhia de gajas boas, o John extrai uma pelega de 100 para pagar a despesa, mais imperiais para o caminho e o Alex que chama para a tequila das 3:30. O Gabriel e o Gonçalo, colegas de secretária e de boémia, disputam a mesma loura como se fossem dois lenhadores num frondoso bosque a quererem cortar a mesma árvore. A Maria - nossa, que linda que ela está agora morena! – tropeça em mim amarra-se num abraço fundo e justificado, há mais de um ano que não a via, esquece-se dos pudores e agrafa-me um beijo nos lábios. Fujo de medo – estás muito gira, tchaaau! – antes que os corvos ladrassem o caso e volto para a cabina onde o Alex, formidável maestro da tequila, brinda a malta com cuícas e pandeiros de sambas e bachatas. De novo eu nos pratos com os Queen na coreografia, pego num microfone e simulo o Freddy no solo, desaparece o Alex nos escuros da discoteca - curioso, a morena que dançava à nossa frente também -, o Paweł ri e manda cerveja, sobro eu e umas centenas de almas, a Edyta e a Kinga desafiam-me para mais copos mas gentilmente recuso porque depois de umas quantas a bordo o PA começa a pregar-me partidas. O microfone foi tomado pela multidão, já se vêm camisas tiradas e simulações ousadas e transpiradas nas barbas do DJ, o Alex evaporou-se por trás das cortinas do reservado da boîte no meio de ais, o Paweł não consegue apagar o sorriso, deve dormir com ele posto mais duas noites, sobro eu e umas centenas de almas numa noite de ritmos lavados em álcool, teimosas em não arredar pé daquele chão de noite vadia. Engraçado como ao fim de apenas três anos já tanto me parece familiar.

5 da matina quando o pessoal desmobiliza, eu ensopado em licores e com os ouvidos entupidos de batidas. Ainda me animo com uma visita ao Klubo, casa de sempre, mas o corpo pede cama arrastando-se para o carro que felizmente tem piloto automático e sabe o caminho para casa de cor.

Uma semana depois e já é sexta de novo. Hummmm...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

As ramelas dos outros

Polaquinhas Há a convicção que todas as polacas são bonitas e que têm corpos esbeltos, pernas torneadas e ancas desenhadas a esquadro e compasso em contraponto com as portuguesas para quem a Natureza não foi tão generosa na genética. Obviamente que não sendo isto totalmente verdade, porquanto haver mulheres bonitas e feias só depende dos olhos que as avaliam fazendo juz ao ditado “quem ama o feio bonito lhe parece”, parece-me curioso saber a opinião de quem conhece ambas as realidades do outro lado da frente de batalha, o que pensam as polacas (que estiveram em Portugal) das mulheres portuguesas?

Os resultados do estudo que tenho vindo involuntariamente a levar a cabo indiciam que a mulher portuguesa, na opinião das auscultadas, é realmente bonita mas que não se cuida, tendo o conceito de “cuidar-se” poder variar conforme as interpretações. O que para uma mulher polaca pode ser “dar um jeitinho” para a mulher portuguesa é “abafar-se com maquilhagem” e o que é visto como “pintura light” em Portugal pode ser tido como… nada na Polónia. Tudo passível de discussão mas interessante no ponto de vista das diferenças culturais na abordagem que as diferentes mulheres fazem das diferentes circunstâncias do dia: Para a polaca despejar o lixo pode ser o momento ideal para encontrar o homem da sua vida e portanto deve estar apresentável, para a portuguesa jantar fora não é razão para caprichar no rimel. Reparei também no pudor de algumas polacas em relação ao tronco, a relutância que demonstram quando se fala em roupas mais reduzidas como um top ou um bikini tanga, uma coisa notável se percebermos que há polacas que saem à rua de perninha gentil quando estão –10º, uma imagem que gela o mais fogoso.

A Inga contou-me que passou uma pequena vergonha quando foi à praia enquanto esteve a fazer Erasmus em Portugal, perguntaram-lhe porque trazia ela um biquíni tão largo. Hoje, oito meses depois da experiênciaGorda ela confessou-me não ter percebido a questão e a observação que lhe haviam feito quando ela via pela praia raparigas com biquínis chupados e sumidos entre ancas capazes de abrir túneis de metropolitano e com mais covas que a carreira do Carlos Azenha. Tentei aligeirar a coisa argumentando que as pessoas andam como se sentem bem e que as pessoas mais “fortes” (engraçado este eufemístico hábito português de chamar forte a quem tem quase 0% de massa muscular) também direito a mostrar o corpo mas ouvi-me e calei-me antes que o ridículo da situação que defendia também me cobrisse ao recordar uma tarde em que levei a Ewa à Praia dos Pescadores em Albufeira na qual ela pasmou-se quando viu uma mulher com (pelo menos) as pernas da grossura das colunas do Templo de Diana passeando pomposamente uma micro-tanga enfiada nas suas banhas.

 

Há coisas sobre a nossa terra que são difíceis de explicar mas a presunção e caldos de galinha e o hábito de olhar só para as ramelas dos outros não precisam de ser explicados tintim por tintim para serem compreendidos por qualquer pessoa.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

E ainda faltam 30 e tal dias para a primavera

Invernia Começa às 6:30 da manhã este dia, começa torto pois fizeram-me uma maldade e substituiram o café lá de casa por café descafeinado, produto cujo razão de existência nunca percebi como não percebo a cerveja sem álcool ou a costeleta sem osso. É como ter uma namorada sem mamas ou um carro sem rodas, para que servem?

É um sono ambulante que sai para a rua, céu folha de chumbo carregado que empurra as pessoas para baixo com o peso das nuvens, suga-lhes a energia e o alento. Estes dias não dão vontade de fazer nada, queremos sair para a rua se estamos em casa mas assim que pomos o pé fora do alpendre só pensamos em voltar para o sofá ou para a cama, dias dum inverno polaco mais generoso do que habitual – menos frio – mas com pratos habituais na ementa da época como a inércia que mina os corpos e a apatia geral que mete toda a gente com cara de morto-vivo.

A cidade está pontilhada com tufos de neve suja que derretem vagarosamente por força dos cálidos 2º C que tem feito, poças de lixo que estava escondido por essa mesma neve decoram desagradavelmenteVarsóvia de inverno os passeios e os peões têm de se por a pau com or rebanhos de beatas que subitamente despertaram levantadas pelo vento e correm loucas com particular atração pelos rostos descobertos. De repente a neve, primeiro tímida e espaçada mas logo densa e em quantidade, uns bons 10 minutos de visibilidade quase zero para afundar ainda mais o ânimo das gentes e para ansiar pelo sofá de casa como um cão anseia pelo dono, as horas que não passam, a temperatura que não sobe, o sol que não há.

Por fim a trégua no mau humor trazida pela mão da Asia sob a forma de um café quente e áspero, amargo mas vigoroso que sacode o pó do cérebro e robustece o espírito, o combustível importante e vital para aguentar mais um par de horas até entrar no metropolitano desejado com paragem final em Terra Prometida – Casa. Um bife grosso, um filme (um episódio do Lie To Me também funciona), um moço já satisfeito com a vida e com o calor que um edredão de casa ajuda a criar.

Fim do dia agri-doce por culpa da miséria protagonizada por aquilo em que a minha equipa se tornou (recuso-me a chamar Sporting àquilo, quando muito um grupo de escuteiros lobitos de fardas verdes e brancas) mas que terminou muito bem depois de mais uma boa noite de batidas fortes no Muza proporcionadas pelo vosso bloguer, um epílogo positivo para um dia que se previa feio mas que acabou lindamente 25 horas depois de ter começado. Gosto muito das sextas-feiras, temos sempre dois dias para recarregar baterias.